Após quatro anos de ausência, o El Camino ressurgia para 1965 com base no Chevelle, em tamanho menor e com linhas mais retas e sóbrias

Junto da frente mais esportiva, o modelo 1966 recebia a opção do motor V8 de 6,5 litros, que em sua versão mais "brava" fornecia 380 cv brutos

A potência bruta (padrão neste texto até 1971) dos V8, dependendo da configuração escolhida, ia de 339 a 352 cv. Havia também opção de injeção eletrônica em alguns motores, mas o caro e instável sistema não durou muito tempo. As caixas de câmbio podiam ser manuais de três e quatro marchas ou as automáticas Powerglide e Turboglide de duas e três velocidades, na ordem, sempre com tração traseira. A revista Hot Rod testou em 1959 a versão mais quente do El Camino equipada com o V8 348 com carburação tripla. A aceleração de 0 a 96 km/h foi feita em sete segundos e a velocidade máxima foi estimada em 209 km/h, números de respeito para quem pretendia apenas trabalhar com estilo.

Em 1960 a GM efetuava mudanças estéticas no picape — que recolhia menos impostos que os carros de passeio, tornando-se mais atraente em termos de preço. A carroceria ficava mais discreta, sem os vincos e aletas da versão anterior. Assim como o Ranchero, o El Camino era voltado a fazendeiros, empreiteiros e demais profissionais que lidavam com o trabalho rural ou mesmo suburbano, como donos de lavanderia ou floriculturas. No material de divulgação a Chevrolet enaltecia as qualidades do utilitário dizendo que "na aparência ou no desempenho, o El Camino oferece as melhores qualidades de um fino carro de passeio".
 
O picape logo virou sensação e modismo em todo o país. Arthur W. Jones, que trabalhava no departamento de Estilo da marca, afirmava que o modelo era tão admirado pelos projetistas que muitos o escolheram como carro pessoal em detrimento do Corvette. Na Califórnia os customizadores, ou hot rodders, adotaram o El Camino como base para projetos e modificações bem interessantes. Contudo, seus números de vendas no primeiro ano — pouco mais de 22 mil unidades — foram pouco animadores se considerado que a Chevrolet vendeu 1,5 milhão de carros no mesmo período. No segundo ano caíram ainda mais. A carreira do que parecia ser o novo "caminho" da marca da gravata-borboleta naufragou ali.
 
Retorno repentino   Depois de um hiato de quatro anos, porém, a Chevrolet resolveu ressuscitar o nome El Camino, já que o concorrente Ranchero, agora derivado do sedã compacto Falcon, continuava firme e forte no mercado — talvez a GM devesse ter insistido um pouco mais até solidificar a nova proposta. Desta vez baseado no Chevelle, o "sedã picape" da marca estava, além de bem mais discreto, menor. As linhas eram retas e praticamente sem nenhum adereço estético. Até a coluna central ele era quase idêntico ao sedã; dali para trás ganhava uma grande caçamba. A frente possuía dois pares de faróis circulares alojados dentro da própria grade; o para-choque cromado trazia as luzes de direção. A lateral era limpa e a caixa de roda traseira encobria parte da roda. Na parte de trás, a tampa da caçamba tomava conta da visão e delimitava as lanternas verticais.
 
Por dentro o painel se dividia em um espaço com os mostradores (três circulares) e alguns botões. Ali também vinha o miolo da ignição. Estavam disponíveis como motores de entrada os seis-em-linha de 194 e 230 pol³ (3,2 e 3,8 litros), com 121 e 157 cv, na ordem. Lançado naquele mesmo ano nos automóveis da marca, o motor de terceira geração tinha sete mancais de apoio do virabrequim, contra apenas quatro da série anterior, o que trazia funcionamento mais suave. O 230 é o mesmo que equiparia o Opala nacional do lançamento até sua substituição pelo 250 de 4,1 litros.

O V8 básico era o 283 com carburador de corpo duplo e 197 cv. Como opção podia receber um carburador quádruplo que elevava a potência para 223 cv. No decorrer de 1964 outro V8, de 327 pol³ (5,4 litros), entrava no catálogo. Entregava 253 cv, mas uma versão com maior taxa de compressão, carburador quádruplo e sistema duplo de escapamento fornecia 50 cv adicionais. Mais um V8 aparecia em 1966, o de 396 pol³ (6,5 litros), que entregava entre 329 e 380 cv. Novidades também na dianteira, mais esportiva com os faróis pronunciados em relação à grade, e no painel com instrumentos na horizontal. Enquanto a versão básica trazia revestimento do piso em borracha, as superiores vinham com bancos de tecido e vinil, assoalho com carpete e bancos individuais separados por um console. Continua

Nas telas
Um modelo popular nas ruas costuma aparecer bastante nos filmes, e o El Camino não é exceção à regra. Um dos mais recentes é o longa X-Men Origens: Wolverine (X-Men Origins: Wolverine, 2009), quarto sucesso baseado na franquia X-Men e estrelado por Hugh Jackman, que também assina a produção. O filme conta a história de Logan antes de se tornar um X-Men. O carro usado por ele em várias cenas é um El Camino 1965.

Outro picape pode ser visto no filme Ninguém Segura esta Garota (Blonde Ambition, 2007), estrelado por Jessica Simpson. Na comédia a personagem de Jessica, Katie, resolve fazer uma surpresa para o namorado que vive em Nova York, mas o pega com outra mulher. Desiludida, ela recebe a proposta para ser secretária executiva em uma grande empresa — mesmo não tendo qualificação para isso.

Em A Morte Pede Carona (The Hitcher, 2007) um El Camino 1980 aparece em cenas de ação na rodovia. Outros podem ser vistos também em Armados e Perigosos (Armed and Dangerous, 1986), Nascido em 4 de Julho (Born on the Fourth of July, 1989), Milk (2008) e Hulk (2003). Os seriados também estão cheios de aparições do picape. É o caso de Esquadrão Classe A (The A-Team, 1983-1987), As Panteras (Charlie's Angels, 1976-1981), Arquivo X (The X Files, 1993-2002), That '70s Show (1998-2006) Monk (2002-2009), Veronica Mars (2004-2007), A Feiticeira (Bewitched, 1964-1972) e Super Máquina (Knight Rider, 1982-1986).
X-Men Origens: Wolverine Ninguém Segura esta Garota
A Morte Pede Carona Armados e Perigosos
Em escala
O El Camino é bem representado em miniaturas, cujos fabricantes guardam boas opções para os saudosistas. A ERTL oferece a versão de 1970 em escala 1:18, na cor prata, com ótimo acabamento.
O modelo 1968 é bem representado pela First Gear. Em escala 1:25 a miniatura vem em uma bela cor vermelha, com teto de vinil e faixa preta decorativa nas laterais.
Também de 1970 é a miniatura da Franklin Mint. Trata-se do SS 396 vermelho com faixas brancas em escala 1:24. Nem mesmo os ganchos de amarração do capô foram esquecidos.
Em escala 1:18 vem o modelo SS 1970 da Welly. Bem acabado, o El Camino de cor azul (com faixas pretas) ou preto (com faixas brancas) abre as portas e o capô.
 
Do mesmo ano, em tamanho menor (1:64), a Jada Toys oferece um SS azul modificado na série Big Time Muscle, com rodas enormes, suspensão muito rebaixada e caçamba coberta.

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