Com o toque de Zagato   Em maio de 1975 mais um modelo Zagato, o 412, passava a compor a linha, mas a série 411 continuava em produção. O novo carro era produzido na Itália e depois embarcava para as terras britânicas. Em termos de estilo, era bem diferente da tradição Bristol de poucas e graduais mudanças estéticas. Tinha linhas retas, grade e faróis retangulares e coluna central ao estilo targa, com uma pequena janela para melhorar a visibilidade quando a capota de lona traseira entrasse em cena. Sobre os ocupantes o teto removível era de plástico reforçado com fibra-de-vidro, ao estilo do Chevrolet Corvette da época.

Outra importante mudança de padrões, o 412 chegava em 1975 com linhas retas, coluna central ao estilo targa e teto removível sobre os ocupantes

Tinha o mesmo comprimento do 411, mas a altura era de 1,44 m, e o peso, de 1.690 kg. O mercado americano também estava na mira da empresa. Por dentro, o luxo e o acabamento impecável da empresa mantinham a tradição: bancos de couro com encostos de cabeça para os quatro ocupantes, painel de madeira nobre com instrumentação farta, volante esportivo de três raios, comandos bem posicionados. Ainda com motor Chrysler, a potência estava menor por causa da calibração para gasolina sem chumbo e da entrada em vigor do método líquido de medição na América. O V8 de 6.556 cm³ (400 pol³) entregava 210 cv e 42,8 m.kgf, contra 264 cv e 46,3 m.kgf da versão anterior do motor, oferecida por pouco tempo no 411.

Em 1976 entrava em cena a série 603. Pela sequência natural deveria ser 413, mas a empresa quis homenagear os 603 anos da elevação de Bristol ao status de cidade pelo Rei Edward III, em 1373. A nova carroceria exibia estilo bem distinto, com formas levemente arredondadas. Chamava a atenção a ampla grade de fundo preto com quatro faróis circulares. Media 4,91 metros de comprimento, 1,77 m de largura, 1,43 m de altura e 2,90 m entre eixos.

As linhas mais arredondadas voltavam com o 603, que deu origem a uma longa série; motores V8 de 5,2 e 5,9 litros estavam disponíveis

O cupê conservava o nível de acabamento, era muito silencioso e seguro. Estava equipado com pneus 215/70 VR 15. Dois motores Chrysler V8 eram propostos: o de 5.212 cm³, com 147 cv, e outro de 5.898 cm³ (360 pol³), com carburador de corpo quádruplo, 172 cv e 37,3 m.kgf. Algum tempo depois a linha Bristol, segundo o acabamento, deixava de ser identificada por números e passava a se chamar Britannia, Brigand e Blenheim, homenageando os aviões famosos do passado da empresa. Em preço, não estavam longe de um Rolls-Royce Silver Shadow.

Em 1980, o modelo de Zagato conservava as linhas retas. Chamado de Beaufighter 412 S3, distinguia-se na frente por uma grade mais fina, com frisos horizontais pretos e quatro faróis quadrados. Sob o capô estava o V8 de 5.898 cm³ com turbocompressor, que impulsionava a potência a 250 cv. Uma pequena elevação no capô denunciava a adoção do artefato. Nesta configuração chegava a 240 km/h e fazia de 0 a 100 km/h em apenas 7,2 segundos. Quatro anos depois chegava o conversível Beaufort, seguindo as linhas do Beaufighter. A capota de lona tinha acionamento elétrico e a versão acomodava com conforto quatro pessoas.
Continua

O desenho dos anos 70, levemente atualizado neste Brigand, resistiria até os dias de hoje com o modelo Blenheim (na foto de abertura deste artigo)
Nas pistas
A empresa de Filton começou suas incursões nas pistas em ralis famosos pela Europa. Com o modelo 400 terminou em terceiro lugar na edição de 1949 do Rali de Monte Carlo. Logo após o lançamento do 401, ele assumiu participações importantes no Rali Internacional dos Alpes e na famosa prova italiana Mille Miglia.

A maior empreitada foi em Le Mans, na França. Começou a correr em 1953, com um cupê cuja carroceria era muito avançada para a época. A frente era bem longa e a carroceria toda tinha um interessante estudo aerodinâmico. Nesta prova engajou dois modelos, que tiveram problemas mecânicos. Mas no mesmo ano foram para o autódromo de Montlhéry, também na França, para bater recordes. Este circuito era palco de várias empresas para este fim.

Na classe de 2,0 litros, o modelo 450 fez bonito. Na distância de 200 milhas (320 quilômetros) obteve a média de 202 km/h.
Na prova de 500 quilômetros a média foi de 186 km/h, e na de cinco horas, de 185 km/h. Ao todo foram batidos seis recordes mundiais na classe. Em 1954 voltaram à famosa prova francesa de 24 horas. A chuva castigou os carros nesse ano, mas os Bristols se saíram bem. Em sua classe tiraram primeiro, segundo e terceiro lugares, o que na geral correspondia a sétimo, oitavo e nono. No mesmo ano correram na prova de Reins, também em território francês, e fizeram bela figura, colocando-se em segundo, terceiro e quarto.

No ano seguinte a empresa mudou a carroceria. Usava agora um conversível com "leme" na traseira, que imitava o famoso Jaguar D-type. O estilo era interessante e, por coincidência, os carros inscritos tornaram a repetir as colocações do ano anterior. A empresa se retirou das pistas após esta competição. Um terrível acidente em Le Mans que vitimou cerca de 90 pessoas teve influência na decisão, apesar de a empresa não ter tido participação na tragédia.

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade