A linha Bristol em 1990 compunha-se dos modelos Britannia, Brigand, Beaufighter e Beaufort. Não havia grandes modificações — apenas em rodas, frisos e detalhes de acabamento. Em 1995 eram adotados quatro faróis circulares e nova grade. Na faixa de preço concorriam os alemães BMW 850i, Mercedes-Benz SL 500 e Porsche 911 Carrera; o francês Alpine A610; os compatriotas Aston Martin DB7 e Jaguar XJ-S V12 e o italiano Ferrari 348. O AC Cobra, também fabricado de forma artesanal na Inglaterra, custava pouco mais da metade dele. A concorrência era forte e afamada, mas o Bristol tinha clientes muito fieis.

Dois anos depois, Anthony Crook já estava com 77 anos e fez uma divisão de sociedade com Toby Silverton. Continuava como presidente da empresa. O novo sócio era empresário do ramo aeronáutico e entusiasta da marca. Na entrada do século 21, a Bristol Cars mostrava competência em fabricação e administração de negócios, embora mantivesse em produção um modelo desenhado nos anos 70: o Blenheim, última versão da série 603.

E no principio deste século lançou um novo esportivo. O Blenheim Speedster mostrava linhas curvas e pára-brisa mínimo, apenas decorativo. A frente lembrava bastante a do modelo 404, em que a entrada de ar em formato de turbina estava de volta. Como um bom speedster, transportava apenas dois ocupantes. Sob o capô estava o V8 de 5.898 cm³ em versão atualizada, com injeção eletrônica, capaz de 400 cv e 53,9 m.kgf. Com rodas de 17 pol e pneus 255/55, câmbio automático de quatro marchas e suspensão independente nas quatro rodas, era um carro charmoso, mas com funções limitadas, para divertir abonados nos raros dias de sol da Inglaterra.

Em 2004 a tradicional fábrica mostrou sua última criação: o cupê Fighter, com linhas arrojadas, bonitas e aerodinâmicas, como os primeiros modelos, e com clara inspiração italiana, sobretudo na traseira — leia-se Alfa Romeo Zagato TZ. Continua com a carroceria toda em alumínio, de dois lugares, e tem portas no estilo asas-de-gaivota. Muito moderno, rompe com o classicismo da marca. O motor é Chrysler, mas não mais um V8: vem do Dodge Viper, com 10 cilindros em "V" e 7.996 cm³, em versões de 525 e 660 cv, acoplado a uma caixa manual de seis marchas ou automática com quatro. Com peso de 1.475 kg, tem máxima declarada de 330 km/h e, como sempre, preço para contas privilegiadas. Uma versão de 1.012 cv está em preparo, anuncia a empresa.

A Bristol é hoje um oásis em meio ao deserto dos fabricantes ingleses. Aston Martin, Jaguar e Land Rover passaram às mãos da Ford; a Rolls-Royce e a Mini são da BMW; a Bentley pertence à Volkswagen. Todas de alguma forma deixaram para trás suas tradições, mas não a Bristol. Assim como a Morgan, esse pequeno fabricante quase centenário desde os tempos dos aviões continua fiel a seus princípios.

Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade