O pesado Série 8 não seria o mais adequado BMW para competições,
mas a equipe Wagenstetter Motorsport correu por vários anos com
um 840 Ci. A intenção era usar um 850i; contudo, não havia muitas
peças para preparação do V12, o que levou à opção pela versão
V8. De início o motor de 4,4 litros foi modificado para render
480 cv, quase 200 a mais que no carro original. Mais tarde foi
aplicada uma unidade de 4,0 litros e 555 cv.
O grande cupê amarelo recebeu caixa de seis marchas de um antigo
M5, suspensão ajustável com amortecedores Bilstein, parachoques
e painel de fibra de carbono, arcos de paralamas em plástico
reforçado com fibra-de-vidro e rodas BBS de 18 pol.
Depois de
estrear na 24 Horas de Nürburgring de 2000, o carro passou por
mais sete temporadas e conseguiu diversos pódios, em sua classe,
no campeonato VLN de longa duração disputado naquele circuito
alemão (VLN é sigla para Veranstaltergemeinschaft
Langstreckenpokal Nürburgring, associação dos organizadores da
prova de longa duração em Nürburgring). |
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Os 1.865 kg da versão CSi eram
levados de 0 a 100 km/h em apenas 6 segundos; contudo, não havia ganho
na velocidade máxima: 250 km/h
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Embora não houvesse
ganho em velocidade máxima, ainda limitada a 250 km/h, modificações foram aplicadas por todo o carro para lidar com o novo
patamar de desempenho. A suspensão tinha ajuste mais firme e não
oferecia controle eletrônico, a altura de rodagem foi reduzida em 15 mm,
a direção Servotronic ganhava calibração especial e relação 15% mais
rápida e as rodas passavam de 16 para 17 pol, com pneus 265/40 em vez de
235/50. Havia ainda diferencial
autobloqueante, freios mais potentes,
controle de estabilidade e sistema de direção das rodas traseiras de
série.
Direção na traseira? Isso mesmo. O sistema Aktive Hinterachs-Kinematik
ou AHK, que em alemão significa cinemática ativa do eixo traseiro,
trazia um controle eletrônico que determinava, a um sistema hidráulico,
que as rodas de trás fossem giradas na mesma direção das dianteiras em
velocidades acima de 60 km/h, em um pequeno ângulo (cerca de dois
graus), para aumentar o limite de aderência do eixo traseiro e a
velocidade possível em curvas e mudanças de direção. Não estava previsto
— ao contrário do sistema similar do Honda
Prelude da época — que as rodas de trás virassem no sentido oposto
ao das dianteiras para reduzir o diâmetro de giro.
Para ser facilmente identificado, o CSi vinha com defletor dianteiro e
saias laterais e traseira mais pronunciados, retrovisores esportivos e
saídas de escapamento com seção circular em vez de quadrada. Por dentro,
ostentava revestimento dos bancos em couro de dois tons e nova grafia
dos instrumentos. Logotipos Motorsport estavam nas maçanetas, e o
emblema do M com faixas em três cores (vermelho, azul e roxo), nas
soleiras de porta.
Os fãs argumentam que caberia chamá-lo de M8. De
fato, o CSi era produzido pela
divisão Motorsports e usava o motor S70, em
que a letra S indica a origem esportiva. No entanto, o carro que os
bávaros realmente pretendiam denominar M8 nunca chegou às ruas (leia
boxe abaixo). Apenas 1.510 unidades do CSi foram produzidas até outubro de
1996, pois o motor não estava apto a atender às normas de emissões
poluentes que entrariam em vigor no ano seguinte.
Continua
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