O 830i nunca se concretizou, mas o 840 Ci aparecia em 1993 com motor V8 de 4,0 litros e 286 cv para tornar o Série 8 mais acessível
Nas pistas
O pesado Série 8 não seria o mais adequado BMW para competições, mas a equipe Wagenstetter Motorsport correu por vários anos com um 840 Ci. A intenção era usar um 850i; contudo, não havia muitas peças para preparação do V12, o que levou à opção pela versão V8. De início o motor de 4,4 litros foi modificado para render 480 cv, quase 200 a mais que no carro original. Mais tarde foi aplicada uma unidade de 4,0 litros e 555 cv.

O grande cupê amarelo recebeu caixa de seis marchas de um antigo M5, suspensão ajustável com amortecedores Bilstein, parachoques e painel de fibra de carbono, arcos de paralamas em plástico reforçado com fibra-de-vidro e rodas BBS de 18 pol.

Depois de estrear na 24 Horas de Nürburgring de 2000, o carro passou por mais sete temporadas e conseguiu diversos pódios, em sua classe, no campeonato VLN de longa duração disputado naquele circuito alemão (VLN é sigla para Veranstaltergemeinschaft Langstreckenpokal Nürburgring, associação dos organizadores da prova de longa duração em Nürburgring).
 

Os 1.865 kg da versão CSi eram levados de 0 a 100 km/h em apenas 6 segundos; contudo, não havia ganho na velocidade máxima: 250 km/h

Embora não houvesse ganho em velocidade máxima, ainda limitada a 250 km/h, modificações foram aplicadas por todo o carro para lidar com o novo patamar de desempenho. A suspensão tinha ajuste mais firme e não oferecia controle eletrônico, a altura de rodagem foi reduzida em 15 mm, a direção Servotronic ganhava calibração especial e relação 15% mais rápida e as rodas passavam de 16 para 17 pol, com pneus 265/40 em vez de 235/50. Havia ainda diferencial autobloqueante, freios mais potentes, controle de estabilidade e sistema de direção das rodas traseiras de série.

Direção na traseira? Isso mesmo. O sistema Aktive Hinterachs-Kinematik ou AHK, que em alemão significa cinemática ativa do eixo traseiro, trazia um controle eletrônico que determinava, a um sistema hidráulico, que as rodas de trás fossem giradas na mesma direção das dianteiras em velocidades acima de 60 km/h, em um pequeno ângulo (cerca de dois graus), para aumentar o limite de aderência do eixo traseiro e a velocidade possível em curvas e mudanças de direção. Não estava previsto — ao contrário do sistema similar do Honda Prelude da época — que as rodas de trás virassem no sentido oposto ao das dianteiras para reduzir o diâmetro de giro.

Para ser facilmente identificado, o CSi vinha com defletor dianteiro e saias laterais e traseira mais pronunciados, retrovisores esportivos e saídas de escapamento com seção circular em vez de quadrada. Por dentro, ostentava revestimento dos bancos em couro de dois tons e nova grafia dos instrumentos. Logotipos Motorsport estavam nas maçanetas, e o emblema do M com faixas em três cores (vermelho, azul e roxo), nas soleiras de porta.

Os fãs argumentam que caberia chamá-lo de M8. De fato, o CSi era produzido pela divisão Motorsports e usava o motor S70, em que a letra S indica a origem esportiva. No entanto, o carro que os bávaros realmente pretendiam denominar M8 nunca chegou às ruas (leia boxe abaixo). Apenas 1.510 unidades do CSi foram produzidas até outubro de 1996, pois o motor não estava apto a atender às normas de emissões poluentes que entrariam em vigor no ano seguinte. Continua

O M8 que não existiu
Muitas lendas e poucos fatos confirmados pela BMW cercam o M8, a versão de topo que o Série 8 não chegou a ter. Existem poucas fotos do único protótipo que, ao que se comenta, foi mantido escondido pela fábrica numa área sigilosa, depois que o projeto foi cancelado, e mais tarde destruído.

Destinado a competir com os Ferraris mais potentes, o M8 começou a ser desenvolvido em 1990. Ele previa o uso de uma versão especial do motor S70 (que depois equipou o 850 CSi) com cilindrada de 6,0 litros, quatro válvulas por cilindro e potência ao redor de 550 cv. Para se ter uma ideia do que isso representava na época, o Ferrari 512 TR lançado em 1991, sucessor do Testarossa, extraía 428 cv do motor de 12 cilindros e 5,0 litros, fazia de 0 a 100 km/h em cerca de cinco segundos e alcançava 314 km/h. O que a BMW conseguiria com 120 cv a mais?

Estudos da empresa alemã, contudo, indicaram que não haveria demanda suficiente pelo carro para justificar o investimento, o que levou o projeto à gaveta.

Mas o motor S70 teve uma versão de 6.064 cm3, 48 válvulas e 627 cv, que equipou o carro de rua mais veloz e mais caro do século passado: o McLaren F1. Mesmo que se trate de blocos diferentes, pode-se dizer que o trabalho da divisão Motorsport no projeto M8 inspirou um dos motores mais prestigiados da história do automóvel.

Em escala
Três fabricantes produzem o Série 8 na mesma escala, 1:43. A miniatura da Universal Hobbies é do 850i vinho (no centro) e tem acabamento apenas razoável. No caso da Atlas, a cor da mesma versão é vermelha, à esquerda. A qualidade dos detalhes, porém, cai abaixo do aceitável. A de melhor acabamento é a da Minichamps, também do 850i, em tom azul e com detalhes precisos até quando o capô é aberto (à direita).

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