

Depois de ganhar um "C" em seu
nome, o 850i tinha o motor ampliado para 5,4 litros e 326 cv e recebia
quinta marcha na caixa automática

O Z8 cumpriu bem o papel de topo
de linha da marca após o Série 8, mas com outra proposta: um conversível
nostálgico de dois lugares |
Novos motores
Pouco depois
da estreia do CSi, em janeiro de 1993 o 850i foi renomeado 850 Ci (C de
Coupe) e recebeu bancos de couro e encosto traseiro rebatível como itens
de série. Em julho do mesmo ano, aproveitando a adoção de novos motores
V8 pela marca — os primeiros desde os anos 60 —, aparecia a versão de
entrada 840 Ci, com o objetivo de recuperar o patamar de vendas em
declínio de mais de 30% desde o lançamento do cupê.
O motor M60, de 4,0 litros e cilindros dispostos em "V" de 90°, trazia
como novidades quatro válvulas por cilindro e camisas de cilindros em
Nikasil, uma liga de níquel e silício que trazia redução de atrito e
melhor rendimento. De fato, o V8 entregava números próximos aos do 850i
inicial: 286 cv e 40,8 m.kgf, o bastante para 0-100 em 6,9 s com caixa
manual de seis marchas (7,4 s com a automática de cinco, a única
oferecida no mercado norte-americano) e a habitual máxima de 250 km/h.
Além do logotipo na tampa do portamalas, a única identificação visual da
versão estava nas saídas de escapamento de seção circular.
Mais tarde, em fevereiro de 1994, o motor V12 do 850 Ci dava lugar a uma
variação com maior cilindrada, a M73, de 5.379 cm³ (o diâmetro dos
cilindros passava de 75 para 79 mm, e o curso dos pistões, de 84 para 85
mm). Associado a taxa de compressão de 10:1 em vez de 8,8:1, o aumento
de volume resultava em 326 cv e 50 m.kgf obtidos em rotações mais
baixas. A caixa automática, agora a única disponível, ganhava a quinta
marcha. Mesmo sem opção de câmbio manual e com o elevado peso de 1.955
kg, o novo Série 8 superava o antigo no 0-100, feito em 6,3 s;
continuava limitado a 250 km/h.
O V8 era o alvo da atenção da BMW no ano seguinte. Diante de problemas
de corrosão das camisas de Nikasil verificados em mercados como os EUA,
causados pela gasolina com alto teor de enxofre, foi preciso desenvolver
um novo bloco, agora com camisas de Alusil (liga com alumínio e
silício). A empresa aproveitou para aumentar a cilindrada para 4,4
litros, por meio de diâmetro e curso ampliados, de 80 x 89 mm para 82,7
x 92 mm. O motor M62 mantinha a potência de 286 cv, mas ganhava torque
(42,6 m.kgf) e baixava os tempos de 0-100 para 6,6 s no manual e 7 s no
automático. Essa foi a última alteração de monta no Série 8. Os EUA
deixavam de recebê-lo em 1997 após um total de 7.232 carros, volume
modesto para um mercado tão amplo e receptivo a modelos de preço e
desempenho elevados. A produção da linha foi encerrada em maio de 1999
depois de 30.621 unidades.
De certo modo a BMW o substituiu pelo
Z8 lançado no ano seguinte, mas este era um conversível de dois
lugares e linhas nostálgicas, uma proposta diferente. Um sucessor mais
próximo talvez seja o atual Série 6,
também um cupê de 2+2 lugares e elevado desempenho. Mas a marca de
Munique ainda estuda o lançamento de um grande sedã esportivo, na linha
sugerida pelo conceito CS, que
poderá marcar o merecido retorno da carismática designação iniciada pelo
número 8.
|