O Série 6 recebia por fora pequenas alterações em 1982, como faróis de neblina integrados ao defletor frontal e novos pára-lamas dianteiros, mas as maiores evoluções eram técnicas. A BMW reprojetou a carroceria para aumentar a rigidez torcional e a segurança em colisões, além de reduzir o peso do carro em 60 kg. As suspensões tornavam-se iguais às do sedã Série 5 de geração E28, lançado no ano anterior, com nova geometria para melhor comportamento. Freios ABS vinham de série no 635 CSi, mas os discos traseiros deixavam de ser ventilados.

Pequenas mudanças estéticas, como o defletor com faróis de neblina integrados, identificavam o Série 6 para 1982, que trazia suspensões evoluídas e um motor mais robusto no 635 CSi

Outra mudança estava sob o capô dessa versão: o motor passava a ser o mesmo do sedã 735i, com 3.430 cm³ (92 x 86 mm) e injeção Bosch Motronic II, mas sem alterações de potência e torque. Obtido a partir do 3,2-litros do 633, buscava maiores confiabilidade e facilidade de manutenção e menor consumo que os do anterior. No interior havia um indicador de manutenção no painel, computador de bordo e novo volante de três raios. No ano seguinte vinha um câmbio automático de quatro marchas.

O "M" da questão   A divisão M — ou Motorsport — da BMW surgiu em 1972 como o braço de competições da marca bávara, mas algum tempo depois passou a desenvolver automóveis de rua com alto desempenho. Participou do projeto do cupê esporte M1, de 1979, e do sedã esportivo M535i, lançado no mesmo. Desde então, tornou-se habitual para ela gerar versões mais potentes dos modelos "comuns" da BMW, identificadas por um charmoso logotipo com a letra "M" e faixas inclinadas em azul claro, azul escuro e vermelho. Foi o caso do cupê M635 CSi, apresentado no Salão de Frankfurt de 1983 e colocado à venda no ano seguinte.

O M635 CSi e o carro esporte que lhe cedeu o motor, o M1: o novo Série 6 chegava a 286 cv e acelerava de 0 a 100 em 6,4 segundos, com o 3,5-litros de duplo comando e 24 válvulas

Seu motor era basicamente o mesmo do M1, com 3.453 cm³, duplo comando, quatro válvulas por cilindro, injeção Bosch ML-Jetronic, borboletas de aceleração individuais e alta taxa de compressão (10,5:1). As poucas diferenças estavam nos cabeçotes, que no Série 6 foram adaptados à posição inclinada em 30° (no M1 a montagem era vertical), e na lubrificação convencional, sem o cárter seco daquele esportivo. Entregava 286 cv a 6.500 rpm e 34,7 m.kgf a 4.500 rpm, o bastante para que o pesado cupê (1.570 kg) acelerasse de 0 a 100 km/h em 6,4 s e chegasse a 255 km/h.

A relativa falta de potência em baixas rotações era, sem dúvida, compensada pelo surto que começava ao redor de 4.000 rpm e prosseguia até o limite de giros, a 6.800 rpm. Que o digam os privilegiados jornalistas que o conheceram numa autobahn entre Munique e Garmisch — àquele tempo, com pouco tráfego, era possível manter velocidades desse patamar por tempo razoável nessas superestradas alemãs.
Continua

Para ler
BMW 6 Series 1976-1989 - Ultimate portfolio - por R. M. Clarke, editora Brooklands Books. A conhecida série reúne testes, comparativos, informações técnicas e dicas de compra para todas as versões, incluindo o 630 da Alpina e um 633CSi com motor turbo. O livro em inglês, de 216 páginas, foi publicado em 2003. BMW 6 Series: Enthusiast's companion - por Jeremy Walton, editora Robert Bentley Publishers. Jornalista e ex-piloto, o autor analisa todo o desenvolvimento dos cupês e sua história na Europa e nos EUA. Inclui dados técnicos completos, sua atuação nas pistas de corrida e dicas de compra, restauração e manutenção. São 240 páginas em inglês.
Nas telas
O BMW Série 6 mais famoso das telas é, sem dúvida, o pertencente aos detetives Maddie Hayes e David Addison da Agência Blue Moon. Eles fizeram um casal muito divertido nas investigações em A gata e o rato (Moonlighting). Ele era muito bonita, charmosa, independente e trabalhadora. Ele muito independente, folgado e intrometido como um detetive deve ser, divertido e cínico.

Os atores Bruce Willis e Cybill Shepherd brilharam nesta ótima série e sempre usavam seu BMW 635 CSi na cor prata, ano 1985. O último dos 67 episódios aconteceu em 1989. O seriado teve 39 indicações ao Emmy e sete prêmios. Willis levou um Emmy e um Globo de Ouro de melhor ator; Shepherd, dois Globos de Ouro. A música-tema da abertura (Moonlighting theme, de Al Jareau) foi indicada ao Grammy de 1988.
Um filme que atraiu muita gente às telas neste ano foi Miami Vice, mas na série de televisão homônima, que passou entre 1984 e 1989, um belo 633 CSi ano 1983 aparece.

Quem pensa que carro “tunado” é coisa recente não viu o filme De volta para o futuro II (Back to the future, part II). No segundo filme da trilogia, também estrelado por Michael J. Fox e Cristopher Loyd, aparecem vários carros transformados e interessantes para simular o ambiente do ano 2015. Numa cena vê-se um BMW 633 CSi laranja e preto, com jeito muito imponente e acessórios nada comuns. O modelo conversível tem uma enorme entrada de ar sobre o capô, defletor e aerofólio personalizados.

Francis Castaings

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