O ratinho e sua grande família

Primeiro carro popular da Itália, o Fiat 500 Topolino fez
sucesso por duas décadas e teve muitos derivados

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

A Fabbrica Italiana Automobili Torino (Fiat) foi fundada em 11 de julho de 1899 na cidade de Turim, no norte do país, por Giovanni Agnelli e um grupo de investidores. No ano seguinte era inaugurada a primeira fábrica, em Corso Dante, para produzir modelos como o 3½ HP. Em 1908 já se instalava uma unidade nos Estados Unidos e, dois anos depois, a empresa assumia a liderança do mercado italiano. Em 1922 entrava em operação a moderna fábrica de Lingotto, a maior em toda a Europa na época, que trazia uma pista de testes sobre a unidade de produção.

No início da década de 1930 Agnelli, ainda à frente da empresa, percebia a demanda no mercado italiano por um carro popular, cujo preço não chegasse a 5.000 liras. A Fiat só produzia modelos de certo requinte e mesmo o mais acessível deles, o Balilla, era caro demais para ser comprado por um trabalhador comum. Em 1933 o desafio do novo projeto era entregue ao jovem engenheiro Dante Giacosa, então com 28 anos, que havia desenvolvido o Balilla e partiu dele como inspiração para o carro pequeno.

Um dos protótipos (à esquerda) e o modelo final do Topolino, com sua curiosa abertura do capô

O primeiro protótipo ficava pronto em fevereiro de 1934 e já conseguia aprovação do patrão sob vários aspectos. Em junho de 1936 era apresentado ao público o Fiat 500, que se tornaria mais conhecido como Topolino — camundongo em italiano e também o nome do personagem Mickey naquele país. O carrinho de 2+2 lugares e duas portas (articuladas na traseira, tipo hoje conhecido como "suicida") media 3,21 metros de comprimento, 1,29 m de largura, 1,40 m de altura e 2 m de entreeixos: era o menor automóvel do mundo.

Suas linhas singelas e arredondadas expressavam simpatia em dose bem maior, por exemplo, que as do Volkswagen que começava a ser projetado na Alemanha. Tinha uma enorme grade, pára-lamas salientes da carroceria e faróis destacados, que certamente contribuíram para o apelido, pois pareciam as orelhas de um ratinho. Curiosamente, os faróis de um dos protótipos — mais baixos e ovalados, integrados aos pára-lamas — deram lugar a unidades mais simples e não tão bonitas, porém de mais fácil regulagem. Até os pára-choques eram opcionais.

Até os pára-choques eram opcionais nesse Fiat de estilo simpático, que com 3,21 metros era o menor carro do mundo a seu tempo

O estepe vinha exposto na traseira e havia opção entre o teto rígido e o rebatível de lona, este amplo a ponto de descobrir toda a cabine e a área que seria do vidro traseiro — um semiconversível. A maior parte dos compradores optava por essa versão, embora custasse 10% a mais. O interior simples tinha um painel com quatro mostradores circulares, grande volante de três raios e a alavanca de câmbio no assoalho, quando o mais comum era estar na coluna de direção. O espaço atrás dos bancos dianteiros era modesto, mais adequado a bagagens ou a crianças, mas com o teto de lona aberto tornava até possível transportar adultos... desde que não chovesse. Continua

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Data de publicação: 19/8/06

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