Ainda que não se goste das linhas do Taurus 1996, há de se admitir que a Ford merece reconhecimento por mais uma vez fugir — em disparada — do lugar-comum num segmento tão primordial para suas vendas. Era o ápice de uma tendência de desenho orgânico, inspirado na musculatura humana, em vez da geometria, na qual também se enquadra o último Buick Riviera e o Oldsmobile Aurora, lançados em 1994. Oval como era, o Taurus só precisaria perder as rodas e ganhar um teto de vidro para combinar à perfeição com a garagem dos Jetsons e os demais veículos do desenho animado.

Junto do visual, que gerou grande polêmica, vinha a evolução técnica: a versão LX, nas fotos, estreava o motor Duratec V6 de 3,0 litros e 200 cv

De qualquer forma, a impressão de gosto duvidoso pairou como uma nuvem negra sobre as vendas. Infelizmente, os anos 90 firmaram um gosto bem tradicional no segmento de sedãs e peruas médios. Além disso, no ano seguinte a Ford européia já lançaria o estilo New Edge, cheio de ângulos, como no Ka e no Focus — padrão que nos EUA estrearia em 1999 com o novo Mercury Cougar. Mas nem tudo eram críticas na linha Taurus, agora composta pelas versões G, GL, LX e SHO. O V6 3,0 de comando no bloco tinha potência extra, com 145 cv, e o LX vinha com o novo V6 Duratec de mesma cilindrada, mas com duplo comando nos cabeçotes, 24 válvulas, 200 cv e 27,6 m.kgf. Esse motor foi o único a equipar essa geração nas poucas unidades trazidas ao Brasil.

Já o SHO protagonizou mais uma vez o ponto alto do espetáculo, com o primeiro e único V8 da linha. Também desenvolvido pela Yamaha, tinha 3,4 litros, 32 válvulas, 235 cv e 31,8 m.kgf e era acompanhado apenas de caixa automática de quatro marchas. Na parte estética, o SHO exibia abertura do pára-choque dianteiro inteiriça, saias laterais, rodas exclusivas e um discreto defletor traseiro, conjunto que amenizava um tanto da "ovalidade" do modelo. Apesar de toda a controvérsia, o Taurus se manteve o líder do mercado naquele ano.
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Os elementos ovais, que também apareciam em profusão na perua, causaram rejeição em
muitos compradores: o líder de vendas entre os automóveis caiu para terceiro lugar em 1997

Em escala
O Taurus de série está longe de ser um modelo procurado no universo das miniaturas — pelo menos é essa a impressão que se tem quando se busca um. Fica a sugestão aos fabricantes de miniaturas que prestem a devida homenagem a este clássico recente americano.

A Ertl criou uma miniatura em escala 1:25 do primeiro SHO, para montar, e fez nesse mesmo tamanho o Taurus de polícia do filme Robocop.

Outro ponto marcante da história desse Ford, o modelo 1996 tem uma versão da Atlas (acima), mas em tamanho bem compacto e sem grande definição de detalhes.

Por outro lado, o Taurus de corrida é bastante fácil de encontrar. Uma miniatura em escala 1:64 foi criada em 2001 para a Mobil comemorar os 25 anos do óleo sintético Mobil 1. É baseada no carro que Jeremy Mansfield dirigiu em duas provas da Nascar Winston Cup.

Os fãs da categoria também podem adquirir réplicas do Taurus usado em 2000 pelo piloto Bill Elliot (acima) e do pilotado por Jeff Burton na temporada 2001, da Team Caliber Preferred, na escala 1:24.

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