A chegada desse recurso permitiu elevar a taxa de compressão de 7,2:1 para 8,5:1, com óbvio ganho em desempenho e consumo, e ainda o habilitou a usar gasolinas de 92 a 98 octanas (RON) sem risco de danos, apenas variação de potência. O manômetro do turbo no painel dava ao motorista condições de acompanhar o funcionamento do APC. No mesmo ano aparecia a edição limitada Turbo 25th Anniversary, sempre em azul, dotada de defletor dianteiro e rodas na mesma cor.

O controle eletrônico da pressão do turbo, conforme ocorresse ou não detonação, permitiu que o mais potente dos 900 usasse gasolina de menor octanagem sem riscos

Aberto para as estrelas   No Salão de Frankfurt de 1983 a Saab apresentava um 900 conversível para testar a reação do público, que foi favorável o bastante para levar à produção em série, três anos depois. A versão fora sugerida por Robert J. Sinclair, presidente da Saab-Scania americana, e teve o protótipo construído pela ASC, American Sunroof Company, especializada nesse tipo de veículo nos EUA. A mesma ASC acabaria responsável por fornecer os componentes da capota à fábrica sueca. No restante da linha, o ano trazia um novo console central e — mais uma primazia — pastilhas de freio sem amianto, um elemento cancerígeno.

A versão mais apimentada do 900 ainda estava por vir: com a adição de cabeçote de quatro válvulas por cilindro ao motor turbo — outro pioneirismo mundial —, além de resfriador de ar, o 900 Aero desenvolvia 175 cv e 27,8 m.kgf, o bastante para ir de 0 a 100 em 7,5 s e alcançar 210 km/h. Colocado no mercado em 1984, seu estilo era imponente e esportivo, com molduras laterais que ligavam um pára-choque a outro, um vistoso aerofólio traseiro e rodas de três raios largos, com aro de 15 pol e pneus 195/60. O Cx baixava para 0,38 nessa versão e, curiosamente, era o único 900 com estabilizadores na suspensão.

O conversível, que nasceu como um conceito por sugestão do presidente da marca nos EUA, acabou se tornando um sucesso dentro da linha Saab

O interior trazia revestimento dos bancos em couro (com aquecimento automático, acionado e desligado conforme variava a temperatura ambiente), controlador de velocidade e comando elétrico dos vidros, travas e do teto solar. Pelo padrão de luxo, pelo preço ou pelo desempenho, competia com os alemães BMW 528i, Audi 200 Turbo, Ford Sierra XR4i e Opel Monza GSE, além do inglês Rover Vitesse e do italiano Alfa Romeo GTV6. Mas o nome Aero — alusivo a aerodinâmica, naturalmente — não foi usado em países de língua inglesa, por um acordo com a General Motors, proprietária da denominação. Na Inglaterra ele era apenas 900 16S, e nos Estados Unidos e Canadá, 900 SPG (Saab Performance Group).

Também nesse ano surgia o sedã de duas portas. Em 1986 o motor de aspiração natural também vinha com 16 válvulas, elevando a potência para 135 cv e o torque para 17,5 m.kgf, e os freios dianteiros passavam a ter discos ventilados na linha Turbo. Um ano depois o 900 era reestilizado na parte dianteira, com nova grade e defletor incorporado ao pára-choque, e a versão Aero vinha com altura de rodagem ainda menor. Nos EUA eram adotados cintos dianteiros com a parte diagonal automática, como exigia a legislação, e a versão de duas portas já saía de produção.
Continua

Para ler
Saab 99 and 900: The Complete Story - por Lance Cole, Crowood Press. Publicado em 2002 pela editora inglesa, traz 200 páginas com a história completa dos modelos 99 (que foi o primeiro Saab com turbo) e 900, em inglês.

Saab 900, 9000, 9-3, 9-5 - por Colin Pitt, Unique Motor Books. Também lançado em 2002, abrange os modelos contemporâneos 900 e 9000 e seus sucessores, que chegaram no final da década passada. Uma boa obra para notar como certas tradições da Saab se mantêm, apesar da contínua integração à General Motors e do compartilhamento de plataformas e componentes.
Nas telas
Os fãs do 900 citam várias aparições suas no cinema, embora nenhuma delas seja como o principal carro do filme. Caindo na real (Reality Bites, 1994) traz boas cenas de ação com um modelo conversível, enquanto Adoro problemas (I love trouble, 1994), comédia com Julia Roberts, mostra outro Cabriolet. No sueco-dinamarquês Aconteceu naquele hotel (Pensionat Oskar, 1995), a família que protagoniza o filme possui um antigo 900 GL.

Outro 900 a céu aberto, mas da nova geração, está por toda parte em Melhor é impossível (As good as it gets, 1997), comédia com Jack Nicholson e Helen Hunt. Em Impacto profundo (Deep impact, 1997), uma ficção científica com Robert Duvall, um 900 sedã supera grandes Chevrolets em desempenho. E em Sideways - Entre umas e outras o 900 aparece com freqüência, chegando a fazer parte da história.

Finalmente, na série de TV Breast men (1997), a esposa do personagem principal sai em um
900 Aero do início dos anos 90. E no seriado Seinfeld o personagem principal, Jerry Seinfeld, teve dois Saabs desse modelo em vários episódios do fim dos anos 90, um fechado e um conversível.

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