Best Cars Web Site
Carros do Passado

Cem por vinte e cinco

A Audi investiu em um carro maior — e criou uma série que
manteve o número 100 em alta por um quarto de século

Texto: Fabrício Samahá - Colaboração: Bob Sharp - Fotos: divulgação

Se não existisse a Audi, os Volkswagens atuais talvez fossem bem diferentes. A marca de Ingolstadt, tão conhecida hoje pelo logotipo das quatro argolas entrelaçadas, foi fundada em 1909. Em junho de 1932 fundia-se com as fábricas DKW, Horch e Wanderer, para formar a megaempresa Auto Union AG, que ressurgia como Auto Union GmbH em 1949 para produzir apenas o DKW. Terminou absorvida pela VW em 1965 (leia história), passo decisivo para que o fabricante de Wolfsburg estreasse novas técnicas de concepção mecânica.

O primeiro Audi após a Segunda Guerra Mundial nada tinha de VW: era um projeto anterior à aquisição, lançado ainda em 1965 e irmão gêmeo do DKW F102. Denominado Audi L, 60, 75, 80 ou Super 90, conforme o motor em uso, era um sedã médio (4,38 metros de comprimento, 2,49 m entre eixos) de três volumes e quatro portas com motor quatro-tempos refrigerado a água, de 1,7 litro e comando de válvulas no bloco, tração dianteira e eixo traseiro de torção.

O primeiro Audi desde a guerra: o modelo 1965, com motor de 1,7 litro refrigerado a água, tração dianteira e eixo traseiro de torção

Três anos após a VW assumir o controle (adquirido da Daimler-Benz, detentora da Auto Union desde 1958), porém, persistia dentro da Audi a vontade de desenvolver projetos próprios, com tecnologia bem diversa daquela da empresa-mãe, ainda tão apegada a motores traseiros arrefecidos a ar e suspensões com barras de torção. O chefe de desenvolvimento da Audi, Ludwig Kraus, insistia em contrariar Heinrich "Heinz" Nordhoff, presidente da VW desde 1948, e sua preferência pelos velhos conceitos da marca.

Nordhoff, no entanto, logo saía do cargo em função de problemas de saúde, dando lugar a Kurt Lotz, um entusiasta por novas tecnologias. Foi a oportunidade para que Kraus levasse adiante seu "projeto proibido" de um Audi de maior porte. Era grande a expectativa quando de sua apresentação à diretoria da VW, mas o carro acabou sendo bem-aceito. Em dezembro de 1968, a marca das argolas ingressava em um segmento superior com um sedã médio-grande de quatro portas, de codinome C1 F104, mas denominado Audi 100. Nordhoff não chegou a vê-lo: morrera oito meses antes, em abril.

Para 1969, um Audi de maior parte: o 100, com quatro portas, 2,68 metros entre eixos e linhas sóbrias mas elegantes

Era um três-volumes de estilo sóbrio e equilibrado, com 4,59 metros de comprimento e 2,68 m entre eixos. As linhas identificavam-se com as dos outros Audis: faróis retangulares ladeando a grade preta, pára-choques cromados com as luzes de direção, capô e tampa do porta-malas à mesma altura, lanternas posteriores retangulares, ampla área envidraçada, formas arredondadas nas extremidades dianteira e traseira. Continua

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos - Envie por e-mail

Data de publicação: 7/2/04

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados