
Apesar da crise do petróleo, a
Mazda acreditou e investiu em um novo carro com o Wankel: o RX-7,
apresentado em abril de 1978 no Japão e nos EUA
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De seu interesse surgiu
uma licença para uso dos motores apenas no mercado japonês. O primeiro
Mazda assim equipado, o esportivo Cosmo Sport,
era introduzido em 1964. Vários outros fabricantes apostaram no
propulsor de Wankel, como Mercedes-Benz, Nissan, General Motors, Ford e
Citroën, mas aos poucos seus problemas levaram todos a desistir — exceto
a Mazda. Com a absorção da NSU pela Volkswagen, a empresa dos Matsudas
tornava-se a única a persistir nessa tecnologia, que para muitos parecia
fadada a desaparecer.
Depois do esportivo, outros modelos de motor convencional receberam o
rotativo: o R100 derivado do cupê Familia, o sedã SS, a série RX-2, 3, 4
e 5. Houve até um picape leve e um microônibus, em 1973 e 1974. Seu
sucesso em mercados como os Estados Unidos e a Austrália fazia a empresa
antever uma linha completa de modelos com o Wankel para 1975.
Mas ela foi pega de surpresa, dois anos antes, pela primeira crise do
petróleo, que trouxe nova amplitude à conhecida desvantagem de seu alto
consumo de combustível. Somado aos problemas de durabilidade dos
motores, que levaram inclusive a processos judiciais, as vendas
desabaram e, embora alguns modelos permanecessem disponíveis, não
encontravam interessados.
Não obstante, parecia haver futuro para o rotativo. Akio Uchiyama,
engenheiro de projetos da Mazda, havia trabalhado em 1969 em um novo
esportivo com essa tecnologia, o X020A. Com o declínio de vendas, ele
visitava uma concessionária próxima ao autódromo japonês de Suzuka
quando percebeu que, entre os pilotos e entusiastas pelas competições, a
Mazda e o motor Wankel estavam intimamente relacionados. À mesma
conclusão chegara Sinpei Hanaoka, ex-banqueiro agora pertencente à
diretoria da empresa, após um trabalho nos EUA. Valia a pena insistir.
Em 1976 Kohei Matsuda, filho de Tsuneji e presidente da empresa,
anunciava que um novo cupê esporte faria o rotativo retornar em grande
estilo. Estava em preparo o projeto X605.
Nasce o RX-7
Uma das diretrizes da concepção
do carro era que o motor Wankel seria o único disponível: como não
haveria versão com propulsor convencional, o projeto poderia se
beneficiar das vantagens de peso e dimensões reduzidos, posicionando o
motor baixo e recuado. O pouco peso à frente do eixo dianteiro
permitiria uma distribuição de massas ideal, de 50% em cada eixo. O
carro todo acabaria muito leve, com 1.065 kg — entre os esportivos,
apenas os Fiats 124 Sport e
X 1/9 pesavam menos —, mas com resistência
à torção das maiores. Continua
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Mazda
Rx-7 (Sports Car Color History) - por John Matras;
editora Motorbooks Intl.; em inglês; 128 páginas. Publicado
em 1994, pouco antes do encerramento das vendas do RX-7 nos
EUA, conta a história do modelo desde a primeira geração,
incluindo uma introdução sobre os motores rotativos, fichas
técnicas e versões de competição. |
Mazda
RX-7 Gold Portfolio, 1978-91 (Brooklands Road Test Books);
editora Brooklands Book Ltd.; em inglês. A primeira e a
segunda geração aparecem nessa coletânea de informações,
como testes, comparativos, especificações e dicas para
comprar um modelo usado. Não faltou a série limitada de
encerramento Infini IV. |
Mazda
RX-7 Performance Handbook (Motorbooks International
Performance Handbook Series) - por Mike Ancas; editora
Motorbooks International; em inglês; 160 páginas. Quem quer
conhecer a fundo a mecânica do esportivo japonês e saber
como melhorar seu desempenho tem aqui uma boa referência. O
livro traz uma história e dedica sua maior parte à
preparação, com dicas para instalar turbo, compressor e
injeção de óxido nitroso, além de otimizar o chassi para a
maior potência. |
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