Esse poderoso coração ficava sobre o eixo traseiro, por si só um motivo de curiosidade. Seria também o primeiro automóvel francês com motor turbo movido a gasolina em produção em série — esse sistema de sobrealimentação, lançado na Europa em 1973 pelo BMW 2002, ainda era pouco difundido. De 0 a 100 km/h bastavam 6,6 segundos, chegava aos 400 metros em 15,4 s e ao quilômetro em apenas 28,5 s. Muitos carros esporte requintados ficavam para trás. A velocidade máxima era de 210 km/h. O câmbio, derivado do Renault 30 TX, tinha cinco marchas e a tração era traseira.

Componentes da carroceria em plástico e alumínio deixavam o R5 Turbo mais leve,
para contribuir ainda mais com o desempenho: de 0 a 100 km/h em 6,6 segundos

O trabalho da Renault Sport foi bem desenvolvido e estudado. O resultado foi muito bom, mas cobrava seu preço no apetite voraz por gasolina. Para atendê-lo, dispunha de dois tanques totalizando 93 litros. Nas auto-estradas era temido e, nas mais sinuosas e estreitas, demonstrava uma agilidade rara. Usava pneus Michelin TRX, dianteiros na medida 190/55 HR 340 e traseiros 220/55 VR 365 (diâmetros de aro em milímetros, que correspondem a 13,3 e 14,3 pol, na ordem), que impunham respeito e combinavam com belas rodas de alumínio. Os freios eram a disco ventilado nas quatro rodas, com assistência.

O interior, para apenas duas pessoas, era interessante. O volante, de pequeno diâmetro, tinha raio em forma de "L" (próprio para rali, em que a parte vertical do "L" servia para indicar rodas retas à frente). Contava com um painel de desenho futurista e oito instrumentos, sendo que os centrais, bem maiores, eram o velocímetro e o conta-giros, com dígitos vermelhos. Os bancos de encosto alto eram feitos para segurar os ocupantes em curvas fechadas, bem anatômicos, do tipo competição. Mas pessoas com mais de 1,85 metro eram forçadas a dobrar o joelho... Seu preço era o dobro de uma versão R5 Alpine, fator de peso para um insucesso em vendas. Foram produzidas 1.678 unidades numeradas até 1982 e um total de 3.183 até 1986.
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Os especiais

Construtores independentes franceses fizeram versões diferentes do R5. Uma interessante é a De Leotard, acima. Sob o comando de Christian Loeotard, com experiência em veículos de seis rodas, já havia feito trabalhos nos Citroëns DS e CX e no Range Rover. No R5 eram quatro rodas atrás e o duplo eixo "basculava", tornando-o um 6x2. Muito interessante para terrenos acidentados, sua carroceria mais longa tinha características de perua e ótima área envidraçada.

Outra muita atraente era o Sovra LM4, acima. A empresa, especializada em bugues, fez um modelo targa do R5. Atrás da coluna central o fechamento da capota era feito por lona. Sobre os assentos dianteiros, uma pequena tampa removível em plástico e fibra-de-vidro.

Para acompanhar, belas rodas em alumínio. No pacote esportivo ganhava bancos com encosto alto e volante esportivo. Jovial e muito simpático.

De gosto duvidoso foi a "obra" da famosa Heuliez. Fez trabalhos interessantíssimos nos DS, mas no R5... Chamava-se Heuliez Le Car Van (acima). Os dois vidros traseiros foram fechados por chapas e tinham só uma escotilha redonda de cada lado. No lugar do vidro traseiro, outra escotilha retangular. O carro tinha pintura saia-e-blusa e o estepe ficava à mostra, preso à tampa traseira. Também tinha suspensão mais elevada. Não faltaram também R5 conversíveis, como o Le Cab, abaixo.

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