Sua velocidade final era de 175 km/h — uma ferinha capaz de deixar muito marmanjo para trás. A caixa passava a ter cinco marchas. Era pequeno, acessível e tão rápido quanto sedãs bem mais caros. Impunha-se. Seus concorrentes eram o VW Golf GTI, o Ford Fiesta 1300 S, o Autobianchi A112 Abarth, o Fiat 127 Racing e o já envelhecido Simca Rallye 2.

O R5 anabolizado: o Turbo chegava com visual intimidador, enormes pára-lamas traseiros e um motor central de alto rendimento, que atingia 160 cv com apenas 1,4 litro

O poderoso Turbo   Com o argumento eficaz do Alpine, visando à homologação em várias categorias de rali da FIA (Federação Internacional do Automóvel) para competir, era apresentada no Salão de Paris de 1978 a primeira maquete feita pela Heuliez do modelo R5 Turbo. Dois anos depois, no Salão de Bruxelas, na Bélgica, surgia a versão definitiva. Na época já estavam sendo produzidas cinco unidades por dia nas instalações da Alpine em Dieppe.

Bem imponente, notavam-se os pára-lamas um pouco mais largos na frente e muito mais largos atrás. No começo destes havia entradas de ar de bom tamanho. Sobre o teto, na extremidade traseira, trazia um aerofólio. Visto de qualquer ângulo, era ameaçador. Pesava 970 kg graças ao teto, portas e tampa traseira em alumínio. O capô, defletor dianteiro e pára-lamas vinham em plástico reforçado com fibra-de-vidro.

O ousado interior do Turbo: revestimentos em vermelho, bancos quase de
competição, painel completo e volante com raios em "L", solução trazida dos ralis

O motor de 1.397 cm³, derivado do R5 Alpine, desenvolvia 160 cv a 6.000 rpm, graças a um turbocompressor Garrett e à injeção mecânica Bosch K-Jetronic. O torque máximo atingia impressionantes 21,4 m.kgf a 3.250 rpm e a taxa de compressão era bem mais baixa em razão do turbo, 7:1. Seu rendimento era próximo ao de um Golf GTI 1,8 Turbo dos dias atuais, que tem 400 cm³ a mais. Espantoso para a época. Continua

Nas pistas
O R5 estreou nas competições pouco depois de ser lançado. Numa copa monomarca, relativamente barata, vários pilotos competiam em campeonatos regionais e nacionais nas pistas de Magny-Cours, Paul Ricard, Nogaro, Albi, Pau e Clermont-Ferrand. Tanto em rali quanto em circuitos as provas eram disputadíssimas. Ia desde uma preparação simples até uma muito sofisticada.

O R5 Turbo, em algumas versões de rali, chegava a ter oito faróis incluindo os originais e um enorme aerofólio traseiro.

Ganhou o Rali da Córsega em 1992 e 1985; também o de Monte Carlo em 1981, nas mãos do competente Jean Ragnotti e Bruno Saby. Seus concorrentes eram o Lancia 037 (depois o S4), Peugeot 205 T16, Audi Quattro, MG Metro 6R4, Ford RS 200 e Ferrari 288 GTO.

As potências variavam conforme a categoria. Para o Grupo 4 da FIA era de 185 cv para um peso de 950 kg. A do lendário Grupo B, versão Tour de Corse, chegava a ter 285 cv a 7.000 rpm para 930 kg. Em 1985, o Maxi Turbo para o Grupo B tinha 1.527 cm³ e nada menos que 350 cv — um míssil! A pressão do turbo Garret variava de 1,96 a 2,35 bars. Deixou marcas.

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