Genaro "Rino" Malzoni era um fazendeiro de Matão, SP, com paixão
por automóveis e talento para desenhar e construir carrocerias. Em
1964 já fazia o GT Malzoni, um carro esporte com mecânica
DKW-Vemag que daria origem à linha
Puma anos depois. Foi
àquela época que a FNM procurou Rino para desenvolver uma
carroceria de cupê esportivo com base no JK.

Apresentado ainda naquele ano na Feira Brasileira do Atlântico, no
Rio de Janeiro, o primeiro protótipo (acima) não agradou. Rino então o
redesenhou, inspirado no Ford Mustang que havia sido lançado meses
antes nos Estados Unidos, e no Salão do Automóvel de 1966 revelava
a versão final do carro, que foi chamado de Onça.
Desta vez o estilo era atraente, com linhas elegantes em 4,42
metros de comprimento (29 cm a menos que no sedã). |

Como a carroceria — feita de modo artesanal — era de plástico
reforçado com fibra-de-vidro, o cupê (acima) acabou bem mais leve: 1.100
kg, ante 1.360 kg do JK. A distância
entre eixos era 22 cm menor. Rino recebia as plataformas,
encurtava-as, aplicava as carrocerias e enviava os conjuntos já
pintados para Duque de Caxias, onde eram aplicados a mecânica e os
componentes de decoração exclusivos, fora da linha de montagem
normal.
O motor do Onça desenvolvia 20 cv a mais que o do JK, por causa da
taxa de compressão igual à do italiano (8,25:1) e os dois
carburadores duplos horizontais Weber. A alavanca de câmbio vinha
no assoalho e o interior trazia ventilador,
revestimento dos bancos em couro e volante esportivo Walrod, um
charme ao tempo.
A vida do Onça, porém, foi curta: sua produção encerrou-se em
meados de 1967, quando o governo vendeu a FNM. O total de unidades
é incerto, mas o jornalista Roberto Nasser, curador da Fundação
Memória do Transporte, chegou ao número provável de sete
carrocerias entregues para a montagem dos carros. |