O desempenho do Dauphine era modesto, mas condizente com as
necessidades de seu tempo. Por pesar pouco, 650 kg, conseguia razoável
agilidade no trânsito, que não se refletia em números, porém: a
aceleração de 0 a 100 km/h levava cerca de 35 segundos e a velocidade
máxima ficava em 115 km/h, conforme teste da época. Em contrapartida
era bastante econômico, sendo comum obter médias de 14 a 15 km/l em
uso rodoviário tranqüilo, o que trazia boa autonomia ao tanque de 32
litros. A suspensão independente nas quatro rodas,
com semi-eixos oscilantes na
traseira — o mesmo conceito do VW —, usava molas helicoidais. Em
1960 era adotado o sistema Aerostable, em que coxins de borracha na
traseira, cheios de ar à pressão atmosférica, endureciam na proporção
do aumento de carga.
Ao dirigir o Dauphine estranhava-se a direção (tipo pinhão e
cremalheira) muito lenta: 4,2 voltas de batente a batente contra, por
exemplo, 2,4 voltas no Fusca. Era uma proteção contra golpes de direção
que induzissem a uma derrapagem e capotagem, além de tornar a direção
tão leve em manobras quanto uma assistida. Para quem desejasse mais
agilidade, havia um acessório esportivo que a deixava mais rápida, com
2,9 voltas. Era um pinhão com maior número de dentes, montado na caixa
de direção por meio de uma bucha especial excêntrica. O diâmetro de giro
do carrinho, por outro lado, era o menor dos nacionais, em torno de nove
metros.
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