O Dauphine teve também uma inusitada versão ecológica com motor
elétrico. A iniciativa foi de C. Russel Feldman, presidente da
National Union Electric Corporation americana, proprietário da
Sociedade Henney e fabricante das baterias Exide. Entre 1960 e
1962, Feldman importou dos franceses 100 unidades sem motor, das
quais 47 receberam nos Estados Unidos as baterias e o motor
elétrico, distribuídos entre o porta-malas dianteiro e o
compartimento traseiro (os carros remanescentes seriam depois
adquiridos por uma concessionária e ganhariam motores a gasolina).

Com o nome Henney Kilowatt, o Dauphine elétrico trazia um cabo de
7,5 metros para recarga das baterias na rede elétrica, que levava
até 10 horas. Vinha com dois indicadores de carga no painel e um
câmbio simples, com apenas uma marcha à frente e outra à ré. A
versão básica trazia 12 baterias de seis volts cada, tinha
velocidade máxima de 64 km/h e autonomia de até 64 quilômetros. A
mais cara adicionava duas baterias e ampliava a autonomia para 80
km, com máxima de também 80 km/h. |
O peso chegava a 1.150 kg conforme a configuração escolhida, mas o Dauphine deixava de
consumir combustível e de poluir o ar. Politicamente correto — e
muito à frente de seu tempo.

Quatro décadas depois do Henney Kilowatt, o Dauphine elétrico
voltava a circular. Em 2001 a empresa canadense Feel Good Cars, de
Toronto, colocava à venda os veteranos Renaults com motor elétrico
e baterias novos. Considerados "recondicionados", não
precisavam atender aos padrões de segurança atuais. Podiam ser
recarregados na tomada da garagem e rodar 80 km entre recargas. |