A traseira ostentava duas grandes lanternas poligonais e uma interessante solução, encontrada por Gandini, para abrigar o motor central sem prejudicar a visibilidade. No Countach havia um corte na carroceria que criava uma espécie de túnel, ladeado pelas tomadas de ar laterais. Isso tornava a visão traseira menos sofrível que no Miura, no qual o motorista tinha que driblar as persianas, que ficavam no lugar do vidro traseiro, e os cabeçotes do V12. Mesmo com esse túnel, porém, a visão era comprometida. Para amenizar o problema foi incorporado um retrovisor periscópico, montado no teto. |
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O conceito tinha apenas 1,07 metro de altura e formas angulosas, inspiradas em outros projetos futuristas como o Bertone Stratos e o Alfa Romeo Carabo |
Se por fora o modelo
era bastante exótico, por dentro não era diferente. Seu volante
possuía apenas um raio, como no Citroën DS, e o
painel contava com instrumentos
digitais, o que para a época era bastante sofisticado. Já a alavanca
do câmbio ficava em posição bem elevada, devido ao deslocamento da
caixa que fora necessário. Se os instrumentos do Miura posicionados no
teto lembravam os de um avião, o interior do Countach parecia o de uma
nave espacial. |
Volante de um só raio, painel com instrumentos digitais, retrovisor periscópico: soluções exóticas para a época |
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Assim, em março de 1971,
Bob Wallace deixava a fábrica bolonhesa, na noite anterior ao início do
Salão de Genebra, a bordo da nova criação de Ferruccio Lamborghini. Com
a carroceria pintada em amarelo, as tradicionais rodas Campagnolo de 14
pol e pneus Pirelli Cinturato, o Countach se apresentava ao mundo. A
reação foi a mesma que em 1966 com o Miura. O mais recente "touro" de
Sant’Agatta Bolognese roubou as atenções do público, apesar das
celebridades também presentes ao evento – entre outros, o
Maserati Bora, um belo esportivo desenhado
pela recém-fundada ItalDesign de Giorgetto Giugiaro, e o charmoso
Mercedes-Benz SL, que estreava nova geração. Ambos foram ofuscados pelo
brilho do "Magnífico". |
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Ao se tornar o centro das atenções do Salão de Genebra de 1971, o Countach repetiu cinco anos depois o feito do Miura: surpreender tornava-se um hábito para a Lamborghini |
Até que o carro entrasse em fabricação muita coisa tinha ser refeita, a começar pelo motor. O V12 criado por Stanzani logo nos primeiros testes apresentou sérios problemas de arrefecimento e fundiu. Como otimizar seu projeto complexo demandaria muito tempo e dinheiro, a equipe de desenvolvimento optou por utilizar o propulsor do Miura, de 4,0 litros. No entanto havia uma dificuldade: esse motor fora projetado para aplicação transversal e o projeto do Countach exigia que fosse longitudinal. Continua |
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