Consultório de Preparação




Mazda MX3 fica esperto com turbo ou nitro


Tenho um Mazda MX3 e gostaria de saber como melhorar o desempenho em ultrapassagens sem comprometer o consumo e o motor do carro. Gostaria de saber também qual o desgaste provocado no motor por cada sistema, turbo ou nitro.

Victor de Alencar Delgado
delgado@uol.com.br
São Paulo, SP


Turbocompressor e injeção de óxido nitroso são normalmente boas opções de veneno para modelos importados. As dificuldades em encontrar componentes de preparação aspirada -- que não custariam pouco se importados -- e em reverter este tipo de veneno no momento da revenda tornam o turbo e o nitro, como são conhecidos, melhores alternativas. No caso de motores de alta potência específica, como o do MX3, a preparação aspirada traria ainda o inconveniente de sacrificar o torque em baixa rotação, com prejuízo à dirigibilidade no trânsito.

As curvas de potência (as mais altas) e de torque estimadas para o Mazda MX3 original (em azul), com nitro (em verde) e com turbo a 0,6 kg/cm2 (em vermelho)

Clique aqui para ver as curvas de potência e torque ampliadas


O turbocompressor é bastante interessante, pois a taxa de compressão original (9:1) não é das mais altas e poderia ser mantida com baixa pressão de superalimentação, com vantagens na futura reversão do veneno. Outros aspectos positivos são o funcionamento constante (não necessita de recarga) e o baixo consumo de combustível obtido em uso normal com uma instalação bem-feita. A desvantagem é a presença do turbo-lag, retardo na entrada do turbo em operação. Mas esta característica pode ser atenuada com a escolha adequada da turbina, de preferência pequena para menor inércia, e com a adição de válvula de prioridade (pop-off).

O turbo também sacrifica menos a durabilidade e resistência do motor que o nitro. Este, pelo súbito aumento de pressão nas câmaras de combustão, submete pistões, bielas e demais componentes a um maior esforço. Outra desvantagem do óxido nitroso é a necessidade de recarga periódica do cilindro, que não sai barato. Os benefícios são o baixo risco de detonação (pelo alto resfriamento da mistura), a simplicidade de montagem e o controle que o motorista tem sobre o momento em que a potência extra estará disponível. Além disso, o kit pode ser reaproveitado em outro carro.

Simulamos para o MX3 as seguintes receitas de preparação:

- óxido nitroso com 4 injetores de óxido nitroso de 0,018 pol. e 4 injetores extras de combustível de 0,022 pol., um par para cada cilindro.

- turbocompressor à pressão de 0,6 kg/cm2 com intercooler.

Este é o desempenho estimado:

  Original Óxido nitroso Turbo
Potência máxima 107 cv 171 cv 178 cv
Rotação de potência máxima 6200 rpm 6200 rpm 6200 rpm
Velocidade máxima 180 km/h 211 km/h 213 km/h
Rotação à velocidade máxima 5700 rpm 6315 rpm 6400 rpm
Aceleração de 0 a 100 km/h 10,5 s 7,4 s 7,1 s
Torque máximo 13,7 mkgf 21,9 mkgf 22,8 mkgf
Rotação de torque máximo 3600 rpm 3600 rpm 3600 rpm
Alongamento recomendado
na relação de transmissão
- 1,8 % 3,2 %
Aumento recomendado na
injeção de combustível
- 50,0 % 50,0 %
Aceleração longitudinal
no interior do veículo
0,59 g 0,84 g 0,87 g
A margem de erro é de 5% (para cima ou para baixo), considerando-se instalação bem-feita. Calculamos a aceleração de 0 a 100 km/h e a aceleração longitudinal máxima (sentida no interior do automóvel) a partir da eficiência de transmissão de potência ao solo do carro original. Para atingir os resultados estimados pode ser necessária a recalibragem da suspensão, reforços no monobloco e/ou o emprego de pneus mais largos. A velocidade máxima estimada só será atingida com o ajuste recomendado da relação final de transmissão. Os resultados de velocidade são para velocidade real, sem considerar eventual erro do velocímetro. A rotação à velocidade máxima é calculada considerando a relação atual de transmissão.
Algoritmo de simulação de preparação de motores desenvolvido pelo consultor
Iran Cartaxo, de Brasília, DF.


A transmissão do MX3, um pouco longa para o motor original, pode ser mantida sem problemas com a preparação. Mas é indispensável rever freios, suspensão, rodas e pneus para o novo padrão de desempenho, com atenção à profundidade de montagem das rodas e ao perímetro dos pneus. A medida de fábrica deste Mazda é 185/65 com rodas de 5,5 x 14 pol., conjunto que pode ser substituído por rodas de 15 pol. (largura entre 6 e 7 pol.) e pneus 195/55. Pastilhas e lonas de freio mais macias e amortecedores de maior carga são recomendáveis em qualquer das preparações sugeridas.



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