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Comparativo Completo
Simulação de desempenho
Pelos dados informados pelos fabricantes (exceto a Honda, que se omite nessa questão), o Polo fazia esperar boa vantagem sobre o Punto em desempenho, apesar de sua potência bem menor. Mas não foi o que a simulação desenvolvida para o Best Cars pelo consultor Iran Cartaxo apontou.

O motor mais vigoroso do Sporting (apenas de 2.500 rpm para cima, como se nota pelas curvas ao lado) falou alto em velocidade máxima, que superou a do GT em mais de 10 km/h, ficando o Fit entre eles. Dois aspectos explicam o bom resultado do Honda, mesmo com a menor potência do grupo: melhor aerodinâmica, indicada no menor consumo de potência a 120 km/h, e cálculo exato da quinta marcha, que leva o motor 100 rpm acima de sua maior potência.

O Punto é tão preciso quanto ele, pois gira de 100 a 150 rpm acima, também em quinta. No Polo, a opção do fabricante por um câmbio 4+E deixou-o mal calculado: em quarta vai a 5.900 rpm (excesso de 650 rpm) e em quinta fica ao redor de 4.700 rpm (550 rpm abaixo do ideal), limitado a 181 km/h por falta de potência para avançar. Mas há uma contrapartida nessa definição de caixas: o Polo trabalha em rotação mais baixa e agradável em uso rodoviário, sendo enorme a diferença para o Fit — em quinta, o VW gira 20,5% a menos.

Potência, torque e câmbio mais curto que o do Polo também decidiram a favor do Punto em acelerações e retomadas, ainda que seu peso (o maior dos três) influa nesses quesitos. Interessante é como Fit e Polo andaram praticamente juntos em todas as provas, com exceção das retomadas em quarta e terceira marcha, em que o VW abriu vantagem: por ter torque bem mais baixo, o Honda depende da caixa extremamente curta para lhe dar agilidade, embora o menor peso no grupo também o beneficie.

Em consumo o quadro foi equilibrado, mas com ligeira superioridade do Fit em qualquer condição e combustível. Com o motor menos potente, comando variável, o menor peso e a melhor aerodinâmica, sua vantagem seria ainda mais clara se a Honda não escolhesse um câmbio tão curto. As marchas longas, por sua vez, são o trunfo do Polo para compensar o motor de maior cilindrada e apresentar consumo próximo ao dos adversários.
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  Punto Fit Polo
gas. álc. gas. álc. gas. álc.
Velocidade máxima 192,4 km/h 193,4 km/h 187,0 km/h 187,0 km/h 181,3 km/h 182,2 km/h
Regime à máxima (rpm) / marcha 5.350 / 5ª. 5.400 / 5ª. 6.100 / 5ª. 5.900 / 4ª.
Regime a 120 km/h (5a.) 3.350 rpm 3.900 rpm 3.100 rpm
Potência consumida a 120 km/h 32 cv 30 cv 32 cv
Aceleração de 0 a 100 km/h 10,7 s 10,3 s 11,4 s 11,7 s 11,3 s
Aceleração de 0 a 400 m 17,4 s 17,3 s 17,9 s 17,8 s 18,0 s 17,7 s
Aceleração de 0 a 1.000 m 31,9 s 31,5 s 32,4 s 32,6 s 33,1 s 32,6 s
Retomada 80 a 120 km/h em 5ª. 16,5 s 15,6 s 16,8 s 16,7 s 17,3 s 17,6 s
Retomada 80 a 120 km/h em 4ª. 10,1 s 9,9 s 12,6 s 12,8 s 12,5 s
Retomada 80 a 120 km/h em 3ª. 7,4 s 7,4 s 8,7 s 8,8 s 8,6 s
Retomada 60 a 100 km/h em 4ª. 9,8 s 9,7 s 12,4 s 11,5 s 11,6 s
Retomada 60 a 100 km/h em 3ª. 6,8 s 6,6 s 8,3 s 8,1 s 7,9 s
Consumo em cidade 8,7 km/l 6,1 km/l 8,8 km/l 6,3 km/l 8,4 km/l 6,0 km/l
Consumo em estrada 12,1 km/l 8,6 km/l 12,5 km/l 9,0 km/l 12,1 km/l 8,9 km/l
Autonomia na cidade 393 km 276 km 334 km 237 km 378 km 272 km
Autonomia na estrada 542 km 386 km 474 km 340 km 545 km 401 km
Melhores resultados em negrito; conheça o simulador e os ciclos de consumo
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O Punto (esquerda) vence em desempenho e o Fit (centro) em consumo, mas as diferenças são pequenas a ponto de qualquer um deles satisfazer
Dados dos fabricantes
  Punto Fit Polo
gas. álc. gas. álc. gas. álc.
Velocidade máxima 189 km/h 191 km/h ND 195 km/h 197 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h 10,1 s 9,8 s 9,7 s 9,6 s
Consumo em cidade 11,8 km/l 7,8 km/l ND
Consumo em estrada 15,9 km/l 10,6 km/l
Comentário técnico
> O novo motor da Fiat, produzido pela divisão FPT (Fiat Powertrain Technologies) em Campo Largo, PR, foi desenvolvido a partir da unidade de 1,6 litro feita na mesma fábrica, então sob o nome Tritec, para equipar o Mini da BMW em sua geração anterior (a atual tem outro motor, elaborado em parceria com a PSA Peugeot-Citroën). A FPT garante que apenas 30% do conteúdo foi aproveitado.

Entre suas características atuais estão bielas sinterizadas, forjadas e fraturadas; anéis de baixo atrito, acelerador com controle eletrônico, coletor de admissão e tampa do cabeçote em plástico, corrente para acionamento do comando de válvulas (dispensa manutenção), tuchos hidráulicos (não requerem regulagem de válvulas), virabrequim com oito contrapesos para funcionamento mais suave, cárter estrutural de alumínio e filtros ecológicos, em que apenas o elemento filtrante de papel e borracha é trocado.

As válvulas são acionadas por balancins e não por alavancas-dedo, arranjo que permite o formato de câmara de combustão hemisférica. O material dos balancins é alumínio e a extremidade em contato com o ressalto do comando é roletada. Entre a outra extremidade do balancim e a haste da válvula há um diminuto compensador hidráulico de folga. A bomba d'água e a bomba hidráulica da direção assistida formam um conjunto para economia de espaço.

Primeiro motor da Fiat brasileira sem correia dentada para a distribuição, o E-Torq tem uma só árvore de comando para as quatro válvulas por cilindro.
É mais comum o arranjo de duas árvores, uma para válvulas de admissão e outra para escapamento, mas alguns motores Honda (como o de 1,5 litro do Fit) e o 1,0-litro da Renault também usam uma só.

> O Fit é o único a ter variação do comando de válvulas. O sistema i-VTEC, no mercado brasileiro, varia tanto o tempo de abertura quando o levantamento das válvulas de admissão. Em baixas rotações a segunda válvula de admissão de cada cilindro abre muito pouco, para que o motor praticamente atue como uma unidade de três válvulas por cilindro.

Em função da rotação e da carga (abertura de acelerador) a que o motor é submetido, o sistema hidráulico atua sobre o solenóide que controla a vazão do óleo do motor para os balancins conectados às válvulas, fazendo com que as outras válvulas também se abram por inteiro para melhor admissão da mistura pelos cilindros.

Esse sistema busca sobretudo à economia de combustível. Na versão exportada para a Argentina, o i-VTEC é aumenta o tempo de abertura e o levantamento das válvulas em alta rotação a fim de elevar a potência. Por isso, mesmo sem usar álcool, o motor no país vizinho produz 120 cv.

> A relação r/l do E-Torq é apenas razoável (0,316), mas supera a do Polo (0,322), que fica ainda mais longe do limite aceitável de 0,3. A do Fit não é conhecida, pois o fabricante se recusou a fornecer a informação do comprimento das bielas, necessária para o cálculo.

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