
Prisma: peso e aerodinâmica
favorecem desempenho e baixo consumo

Siena: revisão do motor não o
fez sair do último lugar em aceleração

Fiesta: maiores potência e
torque, peso e aerodinâmica desfavoráveis

Logan: motor 1,6 ágil em
baixa rotação, mas pouco brilhante em alta |
Onde o Logan é inigualável é no espaço interno: com as maiores largura,
altura e sobretudo distância entre eixos do grupo, acomoda três adultos
no banco traseiro com relativo conforto. O Fiesta fica em segundo lugar,
com vantagem sobre os demais em espaço para cabeça e pernas; o Prisma é
o mais apertado em largura.
Capacidade do porta-malas, porém, leva a equilíbrio entre Logan (510
litros), Siena (500) e Fiesta (487), todos bem expressivos para seu
porte. O do Prisma, com 432 litros, é adequado mas fica bem atrás. O
Ford é o único com articulações
pantográficas na tampa, que permitem maior ângulo de abertura e não
interferem com a bagagem quando ela é fechada (aspecto crítico no
Prisma), mas os quatro deixam a desejar no vão de acesso.
Apenas o Renault não permite a conveniência de rebater o banco traseiro,
que é bipartido no Fiesta (só o assento, porém). Comando interno existe
no Fiesta (elétrico) e no Siena (a cabo). E o estepe tem pneu igual aos
demais, mas com roda sempre de aço, nos quatro modelos.
Mecânica,
comportamento
e segurança
Compartilhando a receita técnica simples —
comando no cabeçote, duas válvulas por cilindro, flexibilidade em
combustível —, as quatro marcas dividem-se na cilindrada: 1,4 litro no
Prisma e no Siena, 1,6 no Logan e no Fiesta. E, curiosamente, um dos
motores menores supera um dos maiores em potência.
Com taxa de compressão bem mais alta (saiba
mais sobre técnica) e calibração voltada às altas rotações, o Prisma
obtém 97 cv, ante 95 do Logan e 86 do Siena, todos atrás dos 111 do
Fiesta — sempre com álcool. Usando o mesmo combustível, o maior torque
máximo é do Ford (15,8 m.kgf), seguido de longe pelo Renault (14,1),
Chevrolet (12,9) e Fiat (12,5). O que se conclui desses números,
confirmado pelas curvas dos motores obtidas pelo Best Cars (veja),
é que houve prioridade da GM em obter maior potência máxima, o oposto da
Renault, que deu ênfase às baixas e médias rotações.
Na prática, o Logan agrada bastante pela disposição desde baixos
regimes. Ao contrário da versão de 1,0 litro, que incomoda por exigir
alta rotação para entregar desempenho adequado, este 1,6 de oito
válvulas pode ser dirigido com proveito na faixa de 2.000 a 3.000 rpm,
mesmo com ar-condicionado ligado. Chega a parecer mais potente do que é,
mas em altos regimes poderia ser mais brilhante. Naturalmente, o fato de
já existir a versão de 16 válvulas na linha desestimulou a Renault a
buscar a melhor potência possível.
O Prisma não chega a decepcionar, pois é mais leve, mas requer rotação
um pouco maior para ganhar agilidade. Quanto ao Siena, deixa a desejar
tanto em desempenho quanto em suavidade de funcionamento, sendo o mais
áspero dos quatro (saiba
mais). Vale notar que aspereza e ruído não são a mesma coisa: os
dois motores 1,6 são os mais silenciosos, mas os quatro carros são
modestos em revestimento fonoabsorvente, o que resulta em transmissão de
ruídos diversos para o interior em todos eles.
A
simulação de desempenho do Best Cars apontou entre os melhores um
modelo já esperado, o Fiesta, e outro que surpreendeu, o Prisma. Com
menor peso e melhor aerodinâmica, o carro da GM foi o mais veloz com
álcool (o da Ford, com gasolina) e ambos aceleraram e retomaram
velocidade em menor tempo, embora o Logan os seguisse de perto no 0-100
km/h. O Siena ficou em último lugar, exceto em velocidade final, onde
venceu o Logan. E o Prisma obteve o menor consumo em todas as condições.
(veja resultados e análise
detalhada).
Continua
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