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Comparativo Completo
Simulação de desempenho
Com potência e torque maiores, melhor aerodinâmica e menor peso, não havia dúvida de que o Jetta andaria mais que o 408... mas quanto? A simulação desenvolvida para o Best Cars pelo consultor Iran Cartaxo respondeu.

Em velocidade máxima o VW ganhou com folga, ao atingir quase 20 km/h a mais. Os dois mostram bom cálculo de transmissão, pois o mexicano fica dentro da faixa de maior potência (que vai de 5.100 a 6.000 rpm) e o argentino supera seu ponto máximo (6.000 rpm) por 250 giros, sendo usada a quinta marcha nos dois modelos. Em ambos, passar à sexta faz o motor cair em faixa de menor potência e impede que a velocidade final seja atingida, mesmo que por pequena margem.

O câmbio mais longo do Jetta traduz-se em 400 rpm a menos em sexta a 120 km/h. A essa velocidade seu consumo de potência é menor em 3 cv, pela melhor aerodinâmica.
O desempenho do 408 foi apenas bom nas acelerações, pois os dados de fábrica faziam esperar algo melhor que 10,8 segundos de 0 a 100 km/h. O fato é que o carro é muito pesado e, mesmo com as seis marchas, lida com as perdas inerentes a uma caixa automática. O oponente, com câmbio automatizado de dupla embreagem, consegue aproveitar melhor o motor e chega a 100 km/h em apenas 7,4 s. Também suas retomadas são bem mais ágeis.

O Peugeot ao menos dá o troco em consumo? Não. Alguns dos mesmos fatores — peso, tipo de câmbio e relações de marcha — anulam a vantagem esperada do motor de menor cilindrada.

Se serve de consolo, o maior tanque de combustível permite ao 408 rodar mais entre as paradas para abastecer. Quem sabe ele possa se aproveitar disso para alcançar o Jetta em uma hipotética disputa de longa duração...
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  408 Jetta
Velocidade máxima 209,6 km/h 228,5 km/h
Regime à velocidade máxima / marcha 6.250 rpm / 5ª. 5.500 rpm / 5ª.
Regime a 120 km/h (6ª.) 2.800 rpm 2.400 rpm
Potência consumida a 120 km/h 32 cv 29 cv
Aceleração de 0 a 100 km/h 10,8 s 7,4 s
Aceleração de 0 a 400 m 17,5 s 15,3 s
Aceleração de 0 a 1.000 m 31,8 s 28,0 s
Retomada de 80 a 120 km/h em drive 7,8 s 5,2 s
Retomada de 60 a 100 km/h em drive 6,2 s 4,1 s
Consumo em cidade 6,3 km/l 6,4 km/l
Consumo em estrada 10,4 km/l 10,6 km/l
Autonomia em cidade 343 km 319 km
Autonomia em estrada 560 km 523 km
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Dados dos fabricantes
  408 Jetta
Velocidade máxima 213 km/h 238 km/h
Acel. de 0 a 100 km/h 8,3 s 7,3 s
Consumo não disponível
 
Comentário técnico
Mesmo que compartilhe com a versão Comfortline as medidas básicas do motor — como diâmetro de cilindros e curso de pistões —, o Jetta TSI tem um propulsor de família mais moderna, a EA-888, em vez da EA-113 da versão aspirada. Entre as diferenças estão o cabeçote com duplo comando e quatro válvulas por cilindro, o acionamento dos comandos por meio de corrente metálica (correia dentada no outro motor), a injeção direta em vez de multiponto sequencial e o turbocompressor com resfriador de ar.

No 408 THP (Turbo High Pressure, turbo de alta pressão) as diferenças para o Griffe já conhecido são ainda maiores, pois o novo motor vem de projeto conjunto entre a PSA (Peugeot-Citroën) e o grupo BMW, que o usa na linha Mini. Oferecido na Europa em diferentes versões turbo, com potência entre 140 e 200 cv, ele equipa o sedã argentino na configuração de 165 cv, que usa recursos similares aos da unidade do Jetta, exceto pelo acionamento do comando com correia dentada. Uma pena que os fabricantes não tenham fornecido o comprimento de bielas para cálculo da relação r/l.

O Jetta TSI é um dos modelos mais acessíveis do mercado entre os equipados com caixa manual automatizada de dupla embreagem. Nesse sistema, a árvore primária de transmissão é dividida em duas seções, uma com as marchas de número par, outra com as ímpares. Enquanto uma das marchas está selecionada e ativa, com sua embreagem acoplada, a transmissão comanda que a marcha seguinte seja selecionada, permanecendo sua embreagem desacoplada. No momento da mudança, esta embreagem se acopla ao mesmo tempo em que a outra (da marcha que está saindo) é desacoplada. Com isso, não é preciso interromper o fornecimento de potência para uma operação suave.

Uma curiosidade do câmbio do VW que não tem relação com a dupla embreagem: o carro usa dois diferenciais. Um, com relação de 4,06, é usado da primeira até a quarta marcha; o outro, com relação de 3,14, atende a quinta e sexta marchas e à ré. Isso explica por que na ficha técnica a quinta aparece com relação mais alta (curta) que a quarta, pois o que interessa é o produto da multiplicação da relação de marcha pela do diferencial.

  Se a suspensão traseira por eixo de torção do 408 traz resultados aceitáveis, a do Jetta representa um avanço. Ao contrário da versão aspirada do modelo, o TSI vem com subchassi também atrás e o conceito multibraço, que garante independência entre as rodas e permite ao fabricante acertar com grande precisão a posição dos pneus em cada condição de uso, seja em reta ou curva, sob aceleração ou não, com ou sem carga. O ganho possível em estabilidade é tal que a fábrica pode optar por uma calibração mais confortável de molas e amortecedores, como nesse caso, em que o rodar do TSI é bastante superior ao do Jetta aspirado.

O câmbio de seis marchas é exclusivo do THP entre os 408 (em cima), mas o automatizado de dupla embreagem do Jetta se mostra superior

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