

O Civic ousou também nos
instrumentos do painel: conta-giros e outros marcadores são digitais e
ficam mais distantes, com leitura muito fácil


Cores à parte, o painel do
Corolla é conservador; a versão GLi já vem dotada de computador de
bordo, mas com menos funções que o do VW


Também no Jetta o posto do
motorista tem aspecto sóbrio e sem muitos atrativos; em qualidade de
materiais ele está abaixo dos concorrentes |
Também agrada mais no
Jetta o controle elétrico dos vidros com
função um-toque e sensor antiesmagamento
para todos (como no Corolla) e exclusivos abertura e fechamento
comandados a distância (o teto solar fecha-se junto deles, mas não se
abre, uma boa medida). No Civic só o vidro do motorista é um-toque. Os
três modelos trazem boa dotação de itens de conveniência, como comando
interno das tampas do porta-malas e do tanque de combustível, amplo
porta-objetos no console central, alguns porta-copos e alerta para porta
mal fechada (específico no VW e geral nos outros). VW e Honda vêm ainda
com controlador de velocidade,
destravamento em separado da porta do motorista (fator de segurança
pessoal) e aviso sonoro e visual para uso do cinto.
Há mais detalhes que sobressaem no Jetta: teto solar com controle
elétrico, acionamento automático de faróis e limpador de para-brisa,
extensão do ar-condicionado ao porta-luvas, alarme com proteção por
ultrassom, retrovisor interno fotocrômico,
acendedor de cigarros em separado da tomada de 12 volts, outra dessas
tomadas para os passageiros de trás, quatro alças de teto (a do
motorista é útil, por exemplo, como apoio a um ocupante mais pesado ao
entrar e sair), buzina mais agradável (as marcas japonesas usam o padrão
"bibi"), configuração de funções,
porta-óculos no teto, quatro luzes de leitura, maçanetas internas em tom
de alumínio (bonitas e com certa reflexão de luz para serem achadas à
noite) e porta-luvas com chave. Uma perda foi a mola a gás que
sustentava o capô, agora com uma arcaica vareta como nos oponentes.
Como já se sabia, os nipônicos são escassos em conveniência. No Corolla
destacam-se apenas o segundo e pequeno porta-luvas sobre o habitual e a
iluminação nos espelhos dos para-sóis (também no Jetta), e no Civic, a
excelente varredura dos braços opostos do limpador de para-brisa. Além
disso, ambos têm faixa degradê nesse vidro, uma falta que incomoda no
Jetta. No Corolla as maçanetas internas e as alavancas que abrem tanque
e porta-malas (em metal retorcido) têm aspecto pobre, incompatível com o
padrão do carro.
Os três modelos acomodam bem quatro adultos, com destaque para o amplo
espaço para pernas no banco traseiro — o antigo problema do Jetta foi
bem resolvido nessa geração. Como diferenças, o Corolla tem a maior
largura interna, esperada por ser o maior nessa dimensão por fora, e o
maior espaço vertical por pequena margem. Um eventual passageiro central
beneficia-se do assoalho plano no Civic, mas encontra em qualquer dos
modelos um encosto muito duro pela presença de apoio de braço. Espaço à
parte, incomoda no Honda a dificuldade de acesso ao banco, pois a linha
de teto mais esportiva deixa o recorte da porta bem diferente do ideal,
podendo o passageiro até bater a cabeça ao entrar (nos demais isso
também se percebe, mas bem menos).
Em capacidade de bagagem o vencedor é o Jetta, com porta-malas para 510
litros, ante 470 do Corolla e insuficientes 340 do Civic, que chega a
ser menor que o de alguns hatches médios. Todos têm banco traseiro
rebatível com divisão do encosto em 60:40 e trazem o estepe por dentro,
sob o assoalho, com roda de aço e pneu de 16 pol — o que é um
inconveniente no Jetta com rodas opcionais de 17 pol, pois o estepe não
serve para rodízios e reposições.
Nenhum deles usa articulações pantográficas
na tampa (o que o Jetta anterior tinha), preferindo os baratos braços do
tipo "pescoço de ganso" que tomam espaço da bagagem e podem amassá-la ao
fechar. Bom detalhe no VW é o mecanismo de abertura da tampa, que exige
bem pouco esforço para o fechamento e, no caso de uso do controle
remoto, ergue-a por inteiro, muito prático quando se chega com mãos
ocupadas. Por outro lado, sua parte interna não conta com revestimento
completo como aqueles que — depois de anos de críticas — as duas marcas
japonesas aplicaram a seus carros.
Mecânica,
comportamento e segurança
Há
clara diferença de concepção entre os motores. Honda e Toyota usam menor
cilindrada, 1,8 litro, mas recorrem a soluções técnicas que aumentam a
potência específica, como quatro
válvulas por cilindro e variação do tempo de abertura das válvulas
(também de seu levantamento no caso do Civic;
saiba mais sobre
técnica). A VW prefere um motor de maior deslocamento, 2,0 litros, e
desprovido desses recursos, com apenas duas válvulas por cilindro e
comando sem variação.
O resultado é que o Corolla tem a maior potência (139/144 cv), seguido de
perto pelo Civic (138/140 cv) e com o Jetta bem distante
(116/120 cv).
Já em torque o VW, com 17,7/18,4 m.kgf, fica próximo do líder Toyota
(18/18,6 m.kgf), ambos um pouco acima do Honda (17,5/17,7 m.kgf), mas no
mexicano o valor máximo é atingido com rotação menor. Isso explica por que o Jetta mostra
desenvoltura adequada nas condições mais comuns de uso urbano, em baixas
e médias rotações, pouco se diferenciando dos oponentes. A fábrica
percebeu isso e calibrou o câmbio automático para trabalhar (em modo
normal, não em esportivo) em giros muito baixos, como abaixo de 1.500
rpm no uso moderado em cidade.
Já acima de 4.500 rpm ele perde fôlego se comparado aos
demais.
Continua
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