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Comparativo Completo
Simulação de desempenho
Desempenho ou economia, o que é mais importante para você? Essa resposta define qual a melhor opção entre os modelos, pois a simulação desenvolvida para o Best Cars pelo consultor Iran Cartaxo apontou diferenças expressivas em ambos os quesitos, ora a favor do Fit, ora a favor do C3.

Com até 12 cv a mais e melhor aerodinâmica, o Citroën venceu velocidade máxima, sobretudo ao usar álcool, condição em que a vantagem foi de quase 10 km/h. Vale notar que nenhum deles tem câmbio bem calculado para esse fim: o Fit ficou 750 rpm abaixo do ponto de potência máxima, e o C3, de 700 a 900 rpm abaixo, ambos em quarta marcha. O Honda ainda dispõe da quinta, mas ela é tão longa que não passa de 172 km/h por falta de potência para "encher" o motor. Em contrapartida, enquanto o motorista não acelerar muito, pode manter 120 km/h nessa marcha com apenas 2.650 rpm ou 550 a menos que o concorrente.

O C3 mostrou acelerações adequadas, como 12,1 segundos de 0 a 100 km/h com álcool, 1 s a mais que o mesmo carro em versão GLX com caixa manual (leia avaliação). Já o Fit decepcionou com o tempo de 15,4 s, perda importante se comparado ao de 13,5 s da geração anterior com câmbio CVT e motor a gasolina de 80 cv. Um detalhe que faz diferença é que a caixa de cinco marchas do novo Honda, com as primeiras mais curtas que as do concorrente, requer mudança de segunda para terceira antes de 100 km/h (desnecessária no Citroën), com consequente perda de tempo. Nesse aspecto a progressão continua do CVT era muito favorável. O C3 também mostrou-se mais ágil em retomadas, apesar de lidar com maior intervalo entre as marchas.

O Fit deu o troco em consumo: com motor menor, pequena vantagem em peso, pneus mais estreitos e câmbio mais longo, colocou até 4,2 km/l de vantagem sobre o C3. Mesmo nos ciclos urbano e rodoviário houve boa diferença, como 2,8 km/l a mais com gasolina na estrada. A lamentar, o pequeno tanque de combustível dos dois carros, que limita a autonomia em rodovia a cerca de 400 km com álcool com margem de 10%.
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  C3 Fit
gas. álc. gas. álc.
Velocidade máxima 176,0 km/h 182,5 km/h 173,1 km/h 173,3 km/h
Regime à velocidade máxima / marcha 4.700 rpm / 4ª. 4.900 / 4ª. 5.250 rpm / 4ª.
Regime a 120 km/h / marcha 3.200 rpm / 4ª. 2.650 rpm / 5ª.
Potência consumida a 120 km/h 30 cv 31 cv
Aceleração de 0 a 100 km/h 13,1 s 12,1 s 15,5 s 15,4 s
Aceleração de 0 a 400 m 19,1 s 18,8 s 19,9 s 19,8 s
Aceleração de 0 a 1.000 m 34,4 s 32,8 s 36,0 s 35,8 s
Retomada de 80 a 120 km/h em D 10,3 s 9,5 s 12,0 s 11,9 s
Retomada de 60 a 100 km/h em D 6,9 s 6,4 s 8,5 s 8,4 s
Consumo em cidade 8,6 km/l 5,9 km/l 10,9 km/l 7,8 km/l
Consumo em estrada 13,2 km/l 9,2 km/l 16,0 km/l 11,5 km/l
Consumo a 60 km/h 14,2 km/l 9,9 km/l 18,6 km/l 13,4 km/l
Consumo a 80 km/h 14,5 km/l 10,1 km/l 17,5 km/l 12,6 km/l
Consumo a 100 km/h 12,7 km/l 8,9 km/l 14,8 km/l 10,7 km/l
Consumo a 120 km/h 11,0 km/l 7,7 km/l 12,6 km/l 9,1 km/l
Melhores resultados em negrito; conheça o simulador e os ciclos de consumo
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Quem requer agilidade deve ficar com o C3, bem mais rápido para acelerar; os que priorizam economia devem preferir as ótimas marcas do Fit
Comentário técnico
> O novo Fit traz uma evolução do motor da chamada Série L, com bloco e cabeçote de alumínio, que no exterior compreende unidades de 1.246, 1.339 e 1.496 cm3 (a primeira não disponível aqui). A configuração do segundo em termos de cabeçote segue agora a do antigo 1,5-litro, isto é, vem com comando de válvulas variável i-VTEC e quatro válvulas por cilindro, mas o sistema anterior de dupla ignição sequencial deu lugar a apenas uma vela por cilindro.

Houve ganhos expressivos em potência (de 80/83 cv para 100/101 cv, sempre gasolina e álcool, na ordem) e torque (de 11,8/12,2 para 13 m.kgf com qualquer dos dois combustíveis). Embora o regime de torque máximo tenha passado de 2.800 para 4.800 rpm, o que faz supor menor desempenho em baixa rotação, a Honda informa que não houve qualquer perda até 3.500 rpm e que, no antigo pico de 2.800 rpm, a nova versão já tem 12 m.kgf. A taxa de compressão teve aumento discreto de 10,4 para 10,5:1, o que ainda é pouco para aproveitar a resistência do álcool à detonação.

> No C3 permanece o motor flexível identificado como TU5, produzido em Porto Real, RJ. É uma unidade ainda atual, apesar do bloco de ferro fundido, e tem maior taxa que a do concorrente (11:1) e relação r/l das melhores: 0,23. A do Fit não foi informada pelo fabricante, mas pelo funcionamento do motor parece estar acima do limite convencionado de 0,30.

> O câmbio do novo Fit tem quatro posições para rodar para frente. Em D ele usa as cinco marchas, e em D3, só de primeira a terceira.
Há ainda 2 (apenas segunda, o que serve também para evitar a patinação das rodas ao arrancar em pisos de baixa aderência) e 1 (apenas primeira). Curiosamente não foi previsto um meio de tirar apenas a quinta de ação, o que seria ideal para ganhar agilidade em uso rodoviário.

O manual do carro é confuso ao explicar as utilidades da posição D3, ao dizer que "mantém a transmissão num ciclo entre a terceira e a quarta marchas numa condução de para e anda". O que a Honda talvez quisesse dizer é que, em subidas de serra, usar D3 evita que a caixa fique em um ciclo de trocas sucessivas entre terceira e quarta, conforme se pise mais ou menos no acelerador. Como ela chegou à definição que está lá, ninguém imagina...

Curiosidade é que, pelo que se sabe, a combinação de câmbio automático de cinco marchas e motor de 1,35 litro é exclusiva do Brasil entre os mercados que têm o Fit (ou o Jazz, seu nome na Europa). Os japoneses e europeus têm uma caixa manual automatizada de seis marchas para esse motor, enquanto os americanos usam câmbio automático como o nosso, mas só dispõem do motor de 1,5 litro. Exclusiva do Japão é a opção de tração integral com acionamento automático das rodas traseiras quando as dianteiras perdem aderência.

No C3 o câmbio conta com seleção entre modo normal, esportivo (retém mais as marchas nas trocas ascendentes e recorre mais a reduções ao desacelerar) e de baixa aderência (usa marchas altas para evitar patinação das rodas).

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