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C3: 80 a 82 cv, desempenho
contido, bom câmbio com fácil engate da ré |
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Punto: 85 a 86 cv, motor ruidoso
e de desempenho modesto, câmbio correto |
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Fit: 80 a 83 cv, agilidade
agradável, baixo ruído, câmbio dos melhores |
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Fox: 101 a 103 cv, o mais rápido
do grupo, maior consumo, ótimo câmbio |
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Detalhes superiores
do Punto são a opção de acionamento automático para faróis e limpador
de pára-brisa, porta-óculos de teto e indicador de temperatura externa.
O C3 tem
sensor auxiliar de estacionamento
traseiro e dois pontos
para a vareta de sustentação do capô, que assim pode ficar aberto em
ângulo maior. Os dois modelos trazem alerta programável para excesso de
velocidade e indicação específica para porta mal fechada (há uma luz
genérica no Fit). No Fox Route há retrovisor interno
fotocrômico (como no Punto) e espelhos
iluminados nos pára-sóis, requintes em um carro tão simples; os vidros
podem ser abertos pela fechadura da porta do motorista (cômodo ao chegar
ao carro após longa exposição ao sol) e fecham-se pelo controle remoto.
Digno de nota no Fit, apenas o comando interno do bocal de
abastecimento, que o Punto também traz.
Ausências que merecem correção: no Fox, cinzeiro e porta-luvas (a gaveta
sob o banco do motorista nem sempre o substitui, sendo de difícil acesso
pelo passageiro); no Fit, temporizadores
do controle elétrico dos vidros e da luz interna (inaceitável nesta
faixa de preço); no C3, faixa degradê no pára-brisa (que no Fox é clara
e quase inútil) e pintura completa do compartimento do motor. Ainda, dar
partida ao motor no VW requer um movimento incômodo da mão. E a Citroën
deveria ter mantido o conveniente comando no painel para a trava "de
criança" das portas traseiras, retirado em 2006.
Em termos de espaço, o Punto decepciona quem esperava que suas maiores
dimensões externas (distância entre eixos inclusive) resultassem em
amplidão interna. Os maiores na parte dianteira ainda são Fit e C3 — o
Fox, embora o mais alto do grupo, tem os bancos mais elevados — e, na
traseira, Fit e Fox (que conta com ajuste longitudinal do banco) para
pernas e cabeça, com C3 e Punto em clara desvantagem. No Citroën
incomoda o assento baixo e curto; no Fiat, o banco alto torna o acesso
menos confortável. Já a largura, bem limitada em todos, causa sério
desconforto a três adultos, mesmo que sejam magros. Se forem crianças,
porém, a que se senta no meio terá relativa acomodação.
Capacidade de bagagem também não é destaque no Punto: com 280 litros, é
o mais modesto do grupo, atrás dos 353 do Fit, dos 305 do C3 e do volume
variável de 260 a 353 litros do Fox (conforme a posição do banco
traseiro; na mais avançada não há espaço para pernas). Duas vantagens do
Honda são a base de acesso mais baixa — os demais têm pára-choques muito
altos — e o banco traseiro capaz de ter o assento rebatido junto ao
encosto, para transporte de cargas altas. Nos demais, o único recurso é
deitar o encosto para a frente, sendo os do VW e do Fiat inteiriços.
Falta no Fox o revestimento das laterais e da maior parte da tampa, que
vêm em chapa aparente. Comando de abertura ao alcance do motorista
equipa Fit e Punto; nos demais usa-se a maçaneta externa, mas a trava é
liberada junto do bloqueio central das portas. Os quatro trazem sob o
assoalho interno o estepe com roda de aço, em vez de alumínio, e pneu
igual aos outros.
Mecânica,
comportamento
e segurança
Todos os motores seguem a concepção clássica de duas válvulas por
cilindro, mas há diferenças importantes, tanto na cilindrada (1,6 litro
no Fox, 1,35 a 1,4 dos demais) quanto nos recursos técnicos (saiba
mais). Mesmo assim a potência específica
varia pouco, de modo que a vantagem do VW em potência e torque é
proporcional a sua capacidade: 103 cv e 14,5 m.kgf, ante 86 cv/12,5 m.kgf
do Punto, 83 cv/12,2 m.kgf do Fit e 82 cv/12,6 m.kgf do C3, sempre com
álcool (veja os dados com gasolina).
Citroën e Honda têm os motores mais suaves, capazes de atingir alta
rotação com poucas vibrações. O da VW é algo áspero e o da Fiat
bastante, sendo notada piora neste aspecto ao usar álcool no C3 e no
Punto. Em nível de ruído o Fit é o melhor e a novidade mineira o mais
crítico, por uma falha inesperada: forte som de aspiração, um "ronco"
que só desaparece ao deixar de acelerar e incomoda bastante em ritmo
constante, como na estrada. Pode ser efeito indesejado — e por que não
contornado? — da tomada de ar alta e curta, adotada no Brasil, ou mesmo
algo intencional em busca da sensação de esportividade, a nosso ver não
conseguida. Seja como for, a Fiat deveria rever a questão com urgência.
Ruído à parte, o Punto mostra desenvoltura apenas razoável com o motor
de 1,4 litro, semelhante à de C3 e Fit e inferior à do Fox 1,6. O peso
elevado dos novos carros tem mesmo inviabilizado motores pequenos, a não
ser para quem não faz questão de agilidade. Poderia amenizar a
situação o uso de pneus mais coerentes com o motor: os grandes, largos e
pesados 195/60-15 parecem dificultar as saídas e acelerações, no que os
moderados 175/65-14 do Fit estão bem escolhidos.
A simulação de desempenho do Best Cars apontou a vantagem já
esperada do Fox em velocidade máxima, aceleração e retomada. Acelerar de
0 a 100 km/h, por exemplo, requer nele apenas 12 segundos, ante 14,2 s
do Punto, 14,7 s do C3 e 15,1 s do Fit, todos com álcool. Em consumo,
porém, o VW paga o preço de andar mais (e de ter a pior aerodinâmica dos
quatro): os melhores passam a ser o Honda e o Citroën, seguidos pelo
Punto (veja
os resultados da simulação e a análise detalhada).
Continua
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