


Instrumentos em azul e detalhes em prateado dão ar mais atraente ao
interior do Celta, que exibe simplicidade em todos os aspectos



O Fiesta tem desenho mais elaborado e ótimos difusores de ar, mas
recorre à mesma infeliz solução de mostrador digital |
A GM também
fez uma condenável economia ao montar o comando de buzina na alavanca
esquerda da coluna de direção, o que pode ser perigoso caso o motorista
esteja habituado a outro carro — quase todos o trazem no centro do
volante. E a aparência do painel do Chevrolet impressiona mal pela
simplicidade.
Em outros aspectos, porém, eles se
equivalem. Os plásticos rígidos dominam o interior, os comandos de
ventilação têm acionamento duro (no Fiesta avaliado um deles estava
travado), parafusos aparecem em vários locais (no Ford, até os dos
trilhos dos bancos) e as portas, a não ser por uma faixa de tecido, vêm
inteiramente em plástico. Se serve de consolo, não há chapas expostas na
parte interna, ao contrário dos Fiats mais baratos e do Ka, nem vinil no
encosto dos bancos, e o tecido de revestimento é simples mas de bom
gosto.
A posição de dirigir do Fiesta agrada, com comandos bem colocados e
banco alto, apreciado sobretudo pelas mulheres. Mas os assentos são
todos muito curtos e rasos, sem apoios laterais, o que incomoda em
percursos sinuosos.
O motorista do Celta é prejudicado pela falta de espaço para a
perna esquerda, que deve ficar recolhida, como no Corsa antigo de que
ele se originou, e pelo volante enviesado para o mesmo lado, o que o
próprio Corsa não tinha. Inadequado nos dois é o botão do pisca-alerta
sobre a coluna de direção, fora de alcance do passageiro e nada prático
em uma emergência (saiba mais sobre
a posição ideal dos comandos). Já o volante é espumado e de três
raios em ambos.
O Celta lançou e o Fiesta adotou o mostrador de cristal líquido para o
nível de combustível (no Ford, também a temperatura do motor, que o
oponente apenas alerta através de luz-piloto), com leitura bem mais
difícil que a de um convencional. De resto, os painéis se equivalem, com
conta-giros e hodômetro parcial, mas não se entende por que a GM voltou
da ótima iluminação vermelha para a branca. No Fiesta é verde e incide
sobre um fundo cinza, o que torna crítica a leitura ao se acenderem
faróis durante o dia.
Só o carro da Ford sai de fábrica com os opcionais controle elétrico dos
vidros dianteiros (com botões nas portas), trava central e travamento a
distância — com ativação indicada pelas luzes de posição, o que acaba
não acontecendo se elas estiverem acesas. Esses itens são oferecidos
pela GM para instalação em concessionária, o que não é ideal, o mesmo
ocorrendo com rádio/toca-CDs e alarme (com proteção por ultra-som,
inexistente no Ford), em ambos os modelos, e com uma série de
equipamentos decorativos no Celta.
Continua
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