> O motor 1,8 do
Civic é novo e não um simples aumento do antigo 1,7, como se
nota pelos diferentes diâmetros de cilindros e curso de pistões
(de 75 x 94,4 mm passou a 81 x 87,3 mm). O
comando de válvulas conta com controle
eletrônico de duração de abertura e levantamento das válvulas,
só que agora esse sistema — renomeado de VTEC para i-VTEC, em
que o "i" significa inteligente — abrange o
coletor de admissão
variável. Durante a operação em carga (abertura de acelerador)
parcial e entre 1.000 e 3.500 rpm, o fechamento de uma das
válvulas de admissão é retardado, o que reduz em muito as perdas
por bombeamento.
> O Corolla também gera variação da abertura das
válvulas, mas por meio de variador
de fase, mais simples em concepção que o sistema da Honda e
também aplicado ao Mégane. Interessante é o Focus obter potência
e torque semelhantes aos deste último sem o uso de variadores.
Ambas as marcas japonesas e também a Ford usam bloco de motor em
alumínio, mais leve e superior em dissipação de calor, ante o
ferro fundido dos outros modelos.
> O Focus tem a particularidade de usar diferentes
mapeamentos da central eletrônica para as versões de câmbio
manual e automático. A primeira desenvolve 147 cv, contra 140 da
outra, mas a segunda tem melhor distribuição de torque. Embora o
valor máximo seja igual até a casa decimal, as curvas fornecidas
pela fábrica mostram vantagem para a versão automática até 3.000
rpm. |
> Embora não se
conhecesse a relação r/l do
Civic anterior, era certamente desfavorável, a julgar por sua
aspereza de funcionamento. Pois foi mais uma grande evolução do
novo carro: agora é de ótimo 0,277, a melhor no grupo e
responsável pela maciez com que alcança altas rotações — ante
0,298 do Focus, 0,3 do Vectra, 0,312 do Corolla e 0,323 do
Mégane.
O valor do Toyota gera dúvida, pois seu nível de vibrações é
muito maior do que se esperaria com tal r/l. Como referência, o
antigo motor Zetec 16V do Focus (tanto 1,8 quanto 2,0) tinha a
mesma relação e era bem mais suave.
> Único flexível em combustível no grupo, o Vectra tem a
maior taxa de compressão, 11,3:1, o que ajuda no desempenho e no
consumo. A do Civic baixou em relação ao do mercado americano,
de 10,5:1 para 9,9:1, o que é inexplicável diante da boa
octanagem da gasolina
brasileira atual, 95 octanas RON. Corolla, Focus (ambos 10:1) e
Mégane (9,8:1) também são comedidos em taxa.
> Se os cinco são iguais em conceito na suspensão
dianteira McPherson, na traseira o Focus (com multibraço) e o
Civic (com braços sobrepostos) diferenciam-se por seus sistemas
independentes, superiores ao eixo de torção dos demais (saiba
mais sobre os tipos de suspensão). Embora use esse esquema
há algumas gerações, desta vez a Honda acertou plenamente na
calibração, o que elimina por inteiro as queixas ao rodar
desconfortável do modelo anterior. |