O sistema de acionamento indireto de válvulas por alavanca roletada e o acelerador eletrônico são as principais novidades do motor do Gol 1,0 16V para 2002. Não se tratam de inovações: o primeiro já equipava motores Renault e Ford, o segundo propulsores Renault e Fiat -- e ambos constavam do Golf 1,6 já há alguns meses. Novos mesmos, para o segmento 1,0, são alguns recursos que a VW aproveitou para implementar.

O conceito do RSH (Rollenshlepphebel, ou acionamento de válvulas roletado em alemão) é conhecido pelos leitores (saiba mais), pelo que nosso foco estará no EGAS (Eletronisch Gaspedal, pedal de acelerador eletrônico, no mesmo idioma). O sistema não só eliminou o cabo de aço de comando, como alguns concorrentes já fizeram: a VW adotou o que denomina "filosofia torque de gerenciamento".

Quando o pedal é acionado, gera uma tensão, mas que não será transformada diretamente em ângulo de borboleta, como nos aceleradores eletrônicos comuns. A tensão elétrica é interpretada pelo módulo eletrônico de controle (ECM) como o torque final que o motorista pediu e que motor deve fornecer. Os cálculos da quantidade de combustível injetada e do avanço de ignição deixam de ser apenas conseqüência da massa de ar imposta ao motor pelo motorista ao pressionar o acelerador.

Com o EGAS, o módulo de controle calcula a quantidade de ar (abertura da borboleta), a vazão de combustível e o avanço de ignição, entre outros parâmetros, necessários para atender à solicitação do motorista.

Ilustração do comando de válvulas com os roletes no acionamento: não é inovação, mas trouxe bons resultados

Ganha-se em dirigibilidade e consumo com menos emissões poluentes. Quando o ar-condicionado é ligado, por exemplo, no sistema convencional o motor perde força e, para manter a mesma velocidade, o motorista precisa pressionar mais o acelerador. Com a "filosofia torque", a ECU providencia, sem nenhuma interferência do motorista, uma abertura adicional da borboleta e faz o rearranjo dos outros parâmetros do motor.

O mesmo ocorre com o alternador quando há aumento de geração de energia elétrica: ele envia um sinal de carga à ECM e esta providencia o ajuste da posição da borboleta para que o motor compense a maior carga resistiva.

Do mesmo modo, não se precisa pisar mais fundo no acelerador para conseguir a mesma velocidade em maiores altitudes. A posição de pedal é a mesma ao nível do mar ou em altitude, pois o módulo de comando encarrega-se de abrir a borboleta e ajustar os outros parâmetros, de forma que o motor entregue o mesmo torque -- desde que o motorista mantenha a mesma posição do pedal. Continua