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Mecânica Volkswagen   Em 1967, a indústria automobilística nacional dava uma reviravolta, começando a se modernizar graças à incorporação de várias indústrias por marcas maiores e com novos conceitos. A Vemag era absorvida pela Volkswagen. Nascia então um mito, um sonho para os brasileiros. Era um carro que fazia sucesso por onde passasse. Pequeno mas vistoso, de linhas modernas, simples e elegantes. Apesar da pequena produção, não chegava ao público a um preço alto demais.

Em 1967, a segunda geração do Puma: chassi, suspensão e motor 1.500 Volkswagen, linhas inspiradas no Lamborghini Miura que atravessariam duas décadas sem alterações profundas

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Essa segunda geração do Puma teve a carroceria quase que inalterada até o final de sua produção. Era mais moderna e havia uma inspiração no desenho do superesportivo italiano Lamborghini Miura, obra do carrozziere Nuccio Bertone (saiba mais).

O novo Puma passava a utilizar chassi, suspensão e motor Volkswagen -- o boxer refrigerado a ar, posicionado na traseira, de quatro cilindros e 1,5 litro. O entreeixos foi reduzido para apenas 2,15 metros, o que lhe conferia grande agilidade nos trechos sinuosos. Como a maioria dos esportivos, era baixo, com capô longo e traseira curta. Logo após os vidros laterais, na coluna traseira, havia entradas de ar para a refrigeração do motor.

Já saía de fábrica com dois carburadores Solex 32 mm de corpo simples, em substituição ao carburador único de 30 mm, o que dava vida nova ao motor. As rodas eram de aço, 14 polegadas, e os pneus diagonais 7.35-14 -- algo grandes para o carro.
Clique para ampliar a imagem Já em 1968 o motor passava a 1,6 litro e surgiam preparações para um desempenho digno de suas linhas esportivas
Não havia grade dianteira, obviamente. Os faróis continuavam a ter carenagem para acompanhar o desenho curvo, descendente para a dianteira, dos pára-lamas. O capô possuía um vinco, que começava junto às entradas de ar do habitáculo, finalizando na parte de baixo, onde se situava o logotipo cromado do felino que identificava o esportivo. Abaixo dos pára-choques também cromados e curvos, que acompanhavam a silhueta da frente, ficavam as luzes de direção. Estas, na primeira reestilização, passariam para o capô e ganhariam o conhecido formato redondo.

Sob o capô ficavam estepe, tanque de combustível e um reduzido espaço para pequenas bagagens. Os retrovisores externos eram cônicos e cromados. Apesar de equipado com calotas e rodas estampadas de ferro, o carro tinha aparência agressiva. Nas futuras versões ganharia rodas de liga leve de desenho exclusivo, com seis raios e o logotipo ao centro.
O conversível GTS nascia em 1971. Além da capota de lona era oferecida uma rígida, sem sucesso
Alto nível de ruído, vedação ruim, estrutura frágil: havia problemas, mas o "Puminha" era o único conversível nacional na época
Era um carro para duas pessoas. O diminuto espaço atrás dos bancos era reservado para pequenos objetos. Como equipamentos de série possuía volante esportivo com três raios cromados e o aro revestido em couro, painel exclusivo com cinco instrumentos (incluindo conta-giros) e bancos reclináveis. O novo Puma era mais rápido que seu antecessor, tanto em velocidade final quanto em aceleração, e mais rápido nas curvas. Os acertos de suspensão realizados por Jorge Lettry deixaram-no neutro, ao contrário dos VW originais, famosos pela tendência sobresterçante, a de sair de traseira muito facilmente.

Em 1968 foram produzidos 151 esportivos e em 1969 a fabricação quase dobrou. No ano seguinte era exposto na Europa, numa feira em Sevilha, cidade famosa do sul da Espanha. Começava aí sua carreira internacional. No mesmo ano o motor passava a deslocar 1,6 litro e o modelo passava a se chamar Puma 1.600 GTE. Também eram oferecidos motores mais bravos, variando a cilindrada de 1,7 até 2 litros, o que o tornava muito interessante em termos de desempenho.
Europa, EUA, Canadá e países da América Latina importaram o Puma (na foto, na Finlândia), e a empresa sul-africana Bromer o produziu sob licença em 1973
Em 1971 a fábrica colocava nas ruas a versão spyder, o 1600 GTS. Era um conversível muito bonito, com capota de lona. Era oferecida também uma capota rígida como opcional, mas foi pouco aceita pelo público. Não era o primeiro conversível nacional, mas a única opção, pois o Karmann-Ghia não mais era fabricado nesta versão. Continua
Nas pistas
Incontáveis sucessos ele obteve. Participou de ralis e corridas de asfalto e se deu muito bem. Em 1964 ganhou o GP Taça das Américas, em São Paulo e a 500 Quilômetros da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Em 1965 venceu o GP de Piracicaba, o GP do IV Centenário da Guanabara e a Prova Interclubes em Interlagos.

Na Mil Milhas de Interlagos de 1966, sua sétima edição, os Malzonis chegaram em segundo, terceiro e quarto lugares. Só não venceu devido à queima de um condensador de ignição a três voltas do final, quando liderava com tranqüilidade. Os pilotos eram Émerson Fittipaldi e Jan Balder, que dirigiram o único 1-litro da equipe -- os outros eram 1,1-litro. O Campeonato Carioca foi vencido por Norman Casari, piloto de destaque na época, que inclusive batizou com seu sobrenome os protótipos que construiu posteriormente.

O Puma ainda ganhou a 500 Milhas de Brasília, pelas largas avenidas da capital federal, nas mãos de Toninho da Matta, piloto mineiro (pai de Cristiano da Matta, que hoje corre na Fórmula Cart). Venceu derrotando 103 carros o Rali da Integração Nacional, em 1971. Foram 5.300 quilômetros de Fortaleza, CE, até Chuí, RS. O Puma prateado foi pilotado por Jan Balder, que corria em várias categorias do esporte motor nacional.

Em agosto do ano passado, três Malzonis nacionais foram para a Califórnia para um evento envolvendo esportivos antigos na cidade de Monterey. Participaram de uma prova no circuito de Laguna Seca e de uma exposição, evento de que só participam carros de sucesso no passado. Para quem não sabe, a marca DKW foi uma das componentes da Auto Union, homenageada no evento, com as quatro argolas entrelaçadas que simbolizavam os fabricantes Audi, DKW, Horch e Wanderer. Fizeram bastante sucesso.
A concorrência
Nas pegadas do Puma nasceram várias empresas, que fabricavam carrocerias de plástico e fibra-de-vidro sobre o chassi e motorização VW. Em 1978 ele concorria com o Fúria e o Adamo. O esportivo SP2 da Volkswagen também fez-lhe frente, anos antes.
Em escândalos
Em maio de 1981 um Puma apareceu na capa dos principais jornais do país e em alguns do mundo. Não se tratava de publicidade: seria o veículo usado no atentado do Riocentro, onde era realizado um show de música no Rio de Janeiro. Ele estava no estacionamento quando uma bomba explodiu dentro do habitáculo. Dentro estavam dois militares; um morreu. O modelo era um GTE 1977, placas OT 4116.

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