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O Ford T, de volta

Construção de seis unidades traz à tona casos
(raríssimos) de produção depois do fim da linha

Texto: Roberto Nasser - Fotos: divulgação

A Ford Motor Company construirá, em série, contadíssimas seis unidades do Modelo T, eleito "O Carro do Século" (leia história). Farão parte das comemorações do centenário da empresa, a ser comemorado em 2003.

Não será uma cópia, mas um procedimento industrial completo. A Ford montou um projeto: comprou uma unidade como base; contratou consultores especializados; relacionou os componentes do veículo, e descobriu que 450 são ainda produzidos artesanalmente ou de pequena série. Outros 250 a companhia produzirá, como o bloco do motor, os eixos dianteiro e traseiro e o chassi. A Ford diz que não conseguiu comprar o cabeçote no mercado paralelo, em que pese haver meia dúzia de fabricantes do modelo original -- e três ou quatro que o fazem com 8 ou 16 válvulas!

O modelo a ser produzido não é o de 1908, pioneiro da série T, mas o de 1914, pois é o de menor número de remanescentes; integra a Era Dourada -- quando o latão era de uso intensivo; e porque representou o primeiro ano das operações da linha móvel de montagem, com funcionários ganhando cinco dólares por dia -- o dobro do que era pago a operários de outras empresas.

Um engenheiro da Vemag quis um último Puma com mecânica DKW como lembrança. Foi produzido meses depois do encerramento da fabricação

O projeto, de custos não divulgados, é de uma produção industrialmente artesanal, o que permitiria fazê-los em maior quantidade. Mas a Ford não quer. Orgulha-se da recuperação da idéia; com a constatação que as peças feitas agora são intercambiáveis com as do modelo original comprado para reaprender; com o passar a CDs, quase um século depois, os desenhos originais arquivados no Henry Ford Museum e no Greenfield Village. Serão únicos e exclusivos seis.

Foi, não volta   A decisão da Ford em produzir meia dúzia de unidades, 87 anos após, adensará histórias de veículos que teriam sido produzidos, por encomenda, depois que o modelo foi retirado de produção.

Automóvel é a junção de peças, mão-de-obra e máquinas, em torno de processos automatizados e seqüenciados. Decidir encerrar a produção, significa remover da linha de fabricação as máquinas encarregadas de passos industriais e interromper o fluxo de componentes alimentadores da cadeia produtiva. Acabou, acabou.

Há duas exceções neste reviver. O último Puma Vemag (leia história): a linha se encerrou em agosto ou setembro de 1967, quando a Volkswagen, que comprara a Vemag, parou de fornecer o conjunto mecânico. A Puma, então, iniciou produzir o Puma GT 1500, feito sobre plataforma Karmann-Ghia. Mas em 1968, meses depois, a Puma fez um Puma Vemag, licenciado como 1968. É que o eng. Antônio de Pádua Prado, que havia sido chefe da produção do Fissore, complicadíssimo produto da Vemag, quis um Puma Vemag como lembrança. Foi feito.
Continua

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