Não faltava nem falar Talvez nosso fora-de-série
mais sofisticado, o Miura |
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Quando Aldo
Besson e Itelmar Gobbi, proprietários da Aldo Auto Capas
-- fabricante de bancos e distribuidor de acessórios em
Porto Alegre, RS, estabelecido em 1966 --, decidiram
construir um automóvel fora-de-série, em 1975,
dificilmente previam o sucesso que ele teria nesse
segmento do mercado nacional. |
Plataforma e mecânica Volkswagen 1600 "a ar" e linhas agressivas, inspiradas no Lamborghini Urraco: assim era o Miura ao nascer, em 1977 |
O primeiro Miura era um
cupê baixo (1,17 metro), relativamente longo (4,30
metros) e de linhas agressivas, produzido sobre a
plataforma do Volkswagen 1600, o Fusca -- uma base
bastante limitada para um carro de pretensões esportivas,
mas largamente utilizada para esse fim durante os anos 60
e 70. Numa época de formas arredondadas, sua carroceria
de fibra-de-vidro recorria a um estilo retilíneo, de
clara inspiração no Lamborghini Urraco italiano. Aliás,
o nome -- de uma raça de touros de arena, os mais
ferozes -- também era o mesmo de outro Lamborghini (leia
história). Os faróis eram ocultos por tampas escamoteáveis, que desciam pela ação de um mecanismo a vácuo, acionado por uma válvula eletrônica ao se acionar o botão no painel. Para permitir que se piscassem os faróis altos com as tampas fechadas, duas unidades convencionais vinham no spoiler dianteiro, abaixo do pára-choque em plástico ABS. As janelas, pequenas, não traziam quebra-vento nem molduras nas portas, e os limpadores de pára-brisa só eram visíveis quando em uso. O carro era um hatchback, com terceira porta levando junto o vidro traseiro -- mas o porta-malas era dianteiro. |
O estilo contrastava
com o baixo desempenho -- cerca de 135 km/h de máxima --,
mas Internamente, o Miura 77 já
trazia a marca que o consagraria -- acabamento luxuoso e
inovações nos detalhes. O volante de três raios era
regulável em altura via comando elétrico e também os
pedais podiam ser ajustados em distância do banco, o que
hoje é ainda raro. Os dois assentos eram de couro e o
painel completo incluía conta-giros até 10.000 rpm (embora
o regime máximo do motor fosse de apenas 4.600 rpm),
voltímetro e manômetro do óleo. Ar-condicionado,
controles elétricos de vidros e rádio/toca-fitas eram
opcionais. |
O inspirador: o Urraco P250 dos italianos tinha motor V8 de 220 cv e chegava a 240 km/h |
Crescimento
E o Miura ganhava
espaço no segmento. Da pequena fábrica de 1.200 m2 e 60
funcionários, a empresa -- agora Besson, Gobbi S.A. --
passava em 1979 a uma área de 4.000 m2 e com o dobro de
empregados. Em 1980, grande ano para a indústria
nacional, foram vendidos 600 exemplares e até exportados
para países da América do Sul. Mas a recessão de 1981
quase levou os criadores do Miura à falência. Passada a crise, o carro renasceu com o motor 1,6 refrigerado a água do Passat TS (daí a designação Miura MTS), bem mais adequado a seu estilo. Ainda montado na traseira, utilizava o radiador na frente -- uma combinação complexa e ainda prejudicada pela instabilidade das suspensões de Brasília. Mas um novo modelo já estava em desenvolvimento. |
O Targa e seu teto inspirado no
do Porsche 911: estrutura central e vidro traseiro Denominado Targa, esse Miura lançado em 1982 era algo semelhante ao primeiro no estilo agressivo, também com faróis escamoteáveis e linhas retas. Mas utilizava chassi tubular de aço, próprio, e por isso podia trazer o motor de Passat na localização original dianteira. O teto seguia o conceito do Porsche 911 de mesmo nome, com a seção traseira fixa e partes removíveis sobre os bancos, restando uma estrutura central. Continua |
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