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Carros do Passado

Sobrevivendo mundo afora   Mesmo descontinuados na Itália, os Fiats 124 e 125 até hoje sobrevivem em outros países. Desde então o 124 foi produzido na África do Sul, Coréia do Sul (pela Asia Motors), Espanha (pela Seat, que à época fabricava Fiats e não clones dos Volkswagens), Índia (como Premier 118 NE, em produção de 1985 até hoje), Rússia (pela Lada) e Turquia (a Tofas, ainda fabricante de Fiats, o chamava Murat e mais tarde Serce).

Um dos primeiros Ladas enfrentando o frio russo: uma variação do 124 que existe até hoje

O 125 teve continuidade na Polônia, onde a FSO fabricou por muito tempo o Polski-Fiat 125P, com motor menos potente que o do italiano e opções de perua, picape e até limusine. Também houve 125 na Iugoslávia (Zastava 125PZ) e na Argentina (lançado em 1970 pela Fiat-Concord, que desenvolveu perua e picape próprios). Outros países montaram o 124 com componentes estrangeiros: Alemanha, Bulgária, Irlanda, Malásia, Marrocos, Portugal e alguns da América do Sul.

Desses, o mais conhecido dos brasileiros é mesmo o da Lada. Fundada em 1966 por decisão do Conselho Ministerial da então URSS, a VAZ (Volzhsky Automobilny Zavod, Fábrica de Automóveis do Volga) começava em abril de 1970 a produzir um sedã quatro-portas, o Zhiguli ou VAZ 2101, nada mais que o Fiat 124 feito sob licença da marca italiana.

Evolução: em 1973 o modelo inicial 2101 passava a este 2103, com a frente de quatro faróis do 124 Special e as opções de motores de 1,5 e 1,6 litro

Mas a Fiat não deu só a licença de fabricação. Ajudou intensamente na construção da fábrica em Togliatti, cidade fundada especialmente para abrigar o empreendimento. O nome é uma homenagem a Palmiro Togliatti, um dos fundadores do "Pi-Tchi", a pronúncia italiana de PC, o Partido Comunista Italiano. Foi uma repetição da construção da fábrica Volkswagen em Fallersleben cerca de 30 anos antes (passaria a Wolfsburg só depois da guerra), a cidade VW com moradia para funcionários, usina termelétrica e tudo o mais -- coincidentemente construída por um contingente de 6.000 italianos.

A VAZ se notabilizou por ser uma fábrica altamente verticalizada, onde praticamente tudo era produzido por ela, de carburadores a vidros. Era uma organização industrial que o regime de então no país permitia, em que eficiência não era a maior preocupação. Hoje, para comparar, é comum mais de 70% das peças e componentes de um automóvel serem adquiridos de fornecedores. Chegou a empregar 180 mil pessoas ao mesmo tempo.

Uma fábrica muito verticalizada, que chegou a empregar 180 mil ao mesmo tempo, produzia até mesmo os vidros do Lada. Em 1980 viria a opção de motor rotativo Wankel

O sedã da Lada representou, para os soviéticos, o mesmo que o Volkswagen para os alemães ou o Citroën 2CV para os franceses: a massificação do automóvel. No 2101 os motores utilizados eram de 1.198 e 1.298 cm3, com 60 e 69 cv, na ordem. O número 2102 identificava a perua, lançada em 1972 com motor 1,2-litro apenas. A versão VAZ 2103 chegava em 1973, baseada no 124 Special, com quatro faróis e a opção de motores de 1.458 cm3 (75 cv) e 1.568 cm3 (78 cv), além dos dois menores.

Em 1976 vinha o VAZ 2106, com base no 124 Special de quatro anos antes. Os 2104 e 2105, lançados em 1980 com faróis retangulares, eram a perua e o sedã que chegariam ao Brasil 10 anos depois. Em 1986 ganhava opção de câmbio de cinco marchas ou de um automático da GM. Hoje, após três décadas de (pouca) evolução, o carro continua uma forte opção no mercado russo por sua resistência mecânica e simplicidade de manutenção. Possui motores de 1,2 a 1,7 litro (nas versões 21043i, perua, 21073i, sedã), com 60 a 80 cv de potência.
Continua

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