Bons detalhes não faltam: o freio de estacionamento tem comando elétrico por botão no painel e é acionado ao desligar o motor; no volante, botões controlam sistema de áudio e computador de bordo; o ar-condicionado tem duas zonas de ajuste, recirculação automática (aciona-se quando for baixa a qualidade do ar externo), extensão para o porta-luvas e para o banco traseiro e usa comandos giratórios, mais práticos que teclas, pois não precisam ser olhados para o uso; há dois porta-cartões (ou mesmo pequenos telefones) no painel, porta-óculos no teto e porta-copos com abertura regulável no console; o rádio/toca-CDs é um dos poucos hoje em que funções como graves, médios, agudos e balanço têm botões específicos, em vez de estar escondidas em menus complicados, e ainda mostra várias informações do arquivo MP3 ao mesmo tempo. Sem falar na alta qualidade de áudio, dos graves potentes e do armazenamento de seis discos no painel.

O fato de pouco se abrirem vidros em carros de luxo não foi desculpa para a VW, que dotou a Variant de função um-toque e sensor antiesmagamento em todos eles, temporizador dos comandos e acionamento a distância para abrir e fechar (teto solar incluso). Sobre o teto, mais qualidades: o vidro traz células solares que usam a energia dos raios para acionar a ventilação interna, a fim de manter mais baixa a temperatura da cabine. Esse seu único item opcional é perfeito para um país como o nosso, onde o habitual é encontrar um forno sobre rodas após deixar o carro algumas horas sob o sol (apesar de termos conferido o sistema funcionar, uma análise mais adequada exigiria temperatura ambiente mais alta que a de nossa semana de avaliação). Por esse motivo o teto é de vidro, mas o forro o acompanha, o que impede a função de admitir luz para o interior com o teto fechado. As funções de bascular e correr foram mantidas.

A Passat "fala" português — ainda que seja o de Portugal — nas mensagens do painel e até informa consumo em nosso padrão, tão incomum lá fora, de km/l. Traz alerta programável para excesso de velocidade, avisos para não uso do cinto também pelo passageiro ao lado, faróis e limpador de para-brisa automáticos, sensores de estacionamento à frente e atrás, tomadas de 12 volts para o banco traseiro e no compartimento de bagagem, monitor de pressão dos pneus e até um vão na porta adequado para um guarda-chuva, que assim não precisa ficar solto pelo interior.

No tráfego lento não é preciso manter o pé no freio: o sistema Auto Hold retém o carro quando parado, mesmo com marcha engatada, bastando acelerar para que o freio seja liberado, o que ajuda também nas saídas em aclives. Atrás de tudo isso, um compartimento de bagagem digno do nome: capacidade de 603 litros, que pode crescer a 1.731 litros com o banco traseiro rebatido. Nessa condição o comprimento útil chega a 1,95 metro e a capacidade de carga, 635 kg, permite levar cinco pessoas de 70 kg e mais 285 kg de carga. Abaixo do assoalho, um estepe como todos deveriam ser: roda de alumínio e pneu igual aos demais do carro, para que a viagem possa continuar no mesmo ritmo de antes.

O que pode melhorar nesse conjunto? Falta a faixa degradê no para-brisa (os europeus até preferem sem, mas aqui é conveniente) e seria interessante haver um sistema automático de estacionamento, que o mais barato Tiguan da mesma VW oferece, e telas de proteção solar nos vidros traseiros para quem não quiser aplicar película escurecedora. Ainda, recursos disponíveis na Europa — caso de acesso ao interior e partida do motor sem uso de chave, controlador de velocidade ativo que mantém distância segura até o veículo à frente e levantamento elétrico da quinta porta — não constam da versão para o Brasil. E uma perua poderia trazer de fábrica um toca-DVDs para entreter as crianças no banco traseiro. Continua

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