Embora derivada do Golf já
substituído na Europa, a Variant tem jeito moderno e vem em um conjunto
bem-equipado em conforto e segurança
As lanternas traseiras destoam
do padrão VW e não ajudam no estilo; a capacidade de bagagem é boa, 505
litros, embora não supere a do sedã |
O mercado brasileiro de automóveis é claramente dominado pelo gosto
europeu. Entretanto, há um aspecto em que o consumidor local não
acompanha o do Velho Continente: a preferência por peruas frente aos
sedãs, sobretudo em segmentos de carros médios. Por lá, a variedade de
opções é imensa e existem modelos em que a perua tem vendas superiores
às do sedã. E fica mais fácil entender esse gosto dos europeus depois de
andar na Jetta Variant. Trata-se da versão perua do Golf de quinta
geração, já substituído na Europa e que nunca chegou ao Brasil. A
Variant existe na linha europeia desde a terceira geração — a primeira
que tivemos do Golf, em 1994 —, mas a VW só em 2007 resolveu trazê-la ao
mercado nacional.
Na parte dianteira, a Variant é exatamente igual ao Jetta sedã, com
faróis de duplo refletor e a grade cromada que vai desde o inicio do
capô até o fim do pára-choque, sendo interrompida pela placa de licença.
O efeito estético é muito bom e foi a identidade dessa geração de
Volkswagens, uma vez que os alemães abandonaram essa solução nos modelos
mais recentes. Com lâmpadas de xenônio
em ambos os fachos e eficiência exemplar, os faróis têm um funcionamento
curioso. Quando acesos no facho baixo, ao lampejar ou acionar a luz alta
o refletor usado é o mesmo do baixo, mudando-se somente sua inclinação.
No entanto, caso o farol esteja desligado, ao lampejar a luz alta é
usado o refletor com lâmpada halógena, de acendimento mais rápido.
Lateralmente o Variant é igual ao sedã até a coluna central. Dali para
trás, as características de perua ficam evidentes, com a exceção das
rodas de aro 17 pol — que no modelo 2008 tinham o mesmo desenho das do
sedã, mas hoje são exclusivas da Variant, pois agora o Jetta conta com
rodas de novo desenho. A traseira pode ser considerada o
calcanhar-de-Aquiles do carro. Com um desenho que destoa do restante, as
lanternas não comprometem o vão de colocação de carga, mas acabam por
prejudicar a harmonia de linhas. Talvez com lanternas horizontais, que
se tornaram marca registrada da VW em peruas como a Passat Variant e a
SpaceFox, o resultado fosse melhor. De qualquer maneira, o desenho do
conjunto é agradável e contemporâneo, além de transmitir uma imagem de
carro de classe superior.
Internamente a Variant é aconchegante e bem-acabada, com luxo e bom
gosto. Com bancos, laterais das portas e alavanca do freio de
estacionamento revestidos em couro bege (e preto no volante e no pomo do
câmbio), a unidade avaliada trazia um requinte de carros mais caros.
Além disso, carpete, teto e peças plásticas acompanham a cor, fazendo
com que a cabine tenha um requinte incomum no mercado nacional, onde o
interior preto é quase um padrão. O único senão desse revestimento é a
suscetibilidade a sujeiras, o que requer um dono cuidadoso. Nas portas,
por exemplo, é difícil não sujar o painel inferior com a ponta do sapato
ao entrar e sair.
A posição do motorista é excelente e o quadro de instrumentos traz
no centro o visor do computador de bordo, onde há diversas funções de
configuração do carro. Todas as funções são acionadas pelos comandos no
volante, que ainda possui controles de áudio. O aparelho pode receber
até seis discos no painel, conta com leitura de MP3 e entrada para
reprodutor desse formato de arquivo no console central. Contudo, quando
conectado o tocador de MP3 externo, suas funções não podem ser
controladas pelo rádio, a não ser o volume. Carros mais simples já
evoluíram nesse aspecto, de forma que o aparelho possa ser comandado
pelo rádio. Mas há se ressaltar que a qualidade de reprodução é
excelente.
Continua |