No interior bem-acabado,
destaque à posição de dirigir, à clareza dos instrumentos e comandos e à
opção do agradável revestimento bege
Teto solar em duas partes, em
que só a primeira abre: um dos poucos opcionais de uma perua que não tem
concorrência direta hoje no Brasil |
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MOTOR
- transversal, 5 cilindros em linha; duplo comando no cabeçote,
4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 82,5 x 92,8 mm.
Cilindrada: 2.480 cm3. Taxa de compressão: 10:1. Injeção
multiponto sequencial. Potência máxima: 170 cv a 5.700 rpm. Torque máximo:
24,5
m.kgf a 4.250 rpm. |
CÂMBIO
- automático, 6 marchas; tração dianteira. |
FREIOS
- dianteiros a disco ventilado; traseiros a disco; antitravamento
(ABS). |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência eletroidráulica. |
SUSPENSÃO
- dianteira, independente McPherson; traseira, independente
multibraço. |
RODAS
- 17 pol; pneus, 215/45 R 17. |
DIMENSÕES
- comprimento, 4,556 m; largura, 1,781 m; altura, 1,467 m;
entreeixos, 2,578 m; capacidade do tanque, 55 l; portamalas, 505
l; peso, 1.515 kg. |
DESEMPENHO - velocidade
máxima, 205 km/h; aceleração
de 0 a 100 km/h, 9,2 s. |
Dados do fabricante; consumo
não disponível |
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O espaço interno é bom. A Jetta acomoda com conforto os passageiros de
trás e o terceiro deles conta com espaço razoável, mas tem seu conforto
prejudicado pelo apoio de braço central, duro e de formato incômodo. O
compartimento de bagagem traz espaço de 505 litros, condizente com a
proposta do carro, e conta com ganchos para fixação de carga e tomada de
12 volts. A Variant ainda pode vir equipada com o teto solar panorâmico
de acionamento elétrico, dividido em duas seções. A primeira levanta
apenas a parte posterior ou se abre por inteiro, correndo sobre a
segunda porção de vidro. Há uma persiana, também elétrica, que cobre
toda a área envidraçada do teto.
O ar-condicionado, muito eficiente, conta com regulagem de temperatura
independente para motorista e passageiro e saídas para o banco traseiro
e para o portaluvas. Os vidros podem ser abertos e fechados a distância
pela chave. E agradam detalhes como mola a gás para manter o capô
aberto, porta do motorista destravada em separado (mais seguro) e ajuste
de apoio lombar até para o passageiro da frente. Embora a cabine e a
posição de dirigir da Jetta Variant sejam praticamente impecáveis, há
alguns pontos que podem melhorar. Um deles é a instalação de uma alça do
teto no local do motorista: seria mais útil ali um porta-óculos, como no
New Beetle e no Golf. E o apoio de braço para o motorista poderia ser um
pouco mais longo ou então corrediço.
Ronco de
esportivo
A Jetta Variant é equipada com o mesmo motor do sedã, de cinco cilindros
em linha, 2,5 litros e 20 válvulas, que rende potência de 170 cv e
torque de 24,5 m.kgf. Embora a rotação de torque máximo (4.250 rpm)
pareça um tanto alta, grande parte dessa força aparece em rotações mais
baixas. A caixa de câmbio automática de seis marchas, com possibilidade
de trocas manuais pela alavanca, é fabricada pela japonesa Aisin e a
mesma que equipa Golf, New Beetle e Bora. Funciona muito bem, com trocas
suaves e silenciosas e mudanças manuais realizadas de maneira rápida e
eficiente.
A VW escolheu marchas longas, que privilegiam o funcionamento do motor
em rotações mais baixas, para menores consumo, ruído e emissões
poluentes, mas não exploram o melhor do motor. Para que isso ocorra, o
melhor é usar as trocas manuais do câmbio e manter o motor em rotação
mais alta, onde se obtém uma resposta mais viva e pronta do motor. Vale
destacar o ronco desse cinco-cilindros, que cativa durante as
acelerações com seu agradável tempero esportivo.
A evolução da plataforma da linha Golf da quarta para a quinta geração
foi digna de nota. A VW atualizou a arquitetura anterior e passou a
oferecer um conjunto moderno em todos os sentidos. Além da ampliação de
medidas, como a distância entre eixos (passou de 2,51 para 2,58 metros,
ainda modesta para a classe), adotou-se nova arquitetura de suspensão
traseira. Foi abandonado o eixo de torção, que vinha no Golf desde o
modelo original de 1974, para a adoção de um sistema multibraço, bem
mais eficiente, moderno, leve e que rouba menos espaço do compartimento
de bagagem.
De fato, o comportamento do carro é exemplar. Tomam-se curvas quase que
sem tomar conhecimento da velocidade, pois o carro transmite muita
confiança. Sem dúvida, contribuem os pneus Continental Sport Contact 2
de medida 225/45 R 17. Outro reflexo da moderna construção é o conforto
de marcha, embora se note certa aspereza na absorção dos impactos de
pisos irregulares. Como exemplo, os modelos da Fiat com pneus de medida
semelhante (como Stilo Sporting e Linea/Punto T-Jet) têm melhor
absorção.
No todo, a Jetta Variant é um carro muito interessante e com uma longa
lista de equipamentos de série: bolsas infláveis frontais, laterais e de
cortina (com possibilidade de desligar a bolsa do passageiro),
controle de estabilidade (pode ser
desabilitado por um botão no console), rodas de 17 pol, ar-condicionado
com duas zonas, sensor de estacionamento
traseiro, controlador de velocidade e
freios com sistema antitravamento (ABS). A lista de opcionais é curta:
revestimento em couro, faróis de xenônio em ambos os fachos com lavador,
acionamento automático de faróis e limpador de parabrisa, retrovisor
interno fotocrômico e o teto solar
panorâmico.
Todo esse pacote tem o preço sugerido de R$ 91.990 sem opções, chegando
a R$ 108.200 quando equipado com todos os opcionais, o que a deixa sem
concorrência direta (a mais próxima, a Renault Mégane Privilege de 138
cv, sai a R$ 78.190; a Peugeot deixou de trazer a 307 SW). Não é pouco
dinheiro, mas o carro traz muito em termos de equipamentos,
comportamento e desempenho. Quem busca um carro para a família com uma
grande dose de conforto e algum toque de esportividade deve colocar a
Jetta Variant na lista de alternativas. |