A comodidade que faltava

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Depois de dois anos de espera, a Volkswagen supre a carência do
Amarok com um eficiente câmbio automático de oito marchas

Texto: Geraldo Tite Simões - Fotos: divulgação

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Sem alterações visuais, o ainda recente Amarok ganha apelo com essa novidade; o preço de R$ 136 mil inclui o câmbio e fartos equipamentos

 
 
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A caixa permite seleção manual e tem um programa de uso esportivo; de resto, permanece o confortável interior com ar de carro de passeio

Desde que foi apresentado, em abril de 2010, o picape Amarok da Volkswagen recebeu uma crítica unânime: faltava o câmbio automático. Em um veículo acima de R$ 100 mil, é quase inaceitável para o mercado a imposição de usar a alavanca de câmbio e o pedal de embreagem. Dois anos depois, enfim, acaba essa carência: chega a versão Highline com caixa automática de oito marchas, junto de um motor mais potente, com 180 cv, que substitui o de 163 cv (a versão de 122 cv permanece).

Usar oito marchas — no mínimo duas a mais que em qualquer concorrente do mercado e nada menos que quatro além das oferecidas pelo Toyota Hilux — pode parecer exagero, mas tem suas vantagens. O fabricante pode reduzir o intervalo entre as relações de marcha, para menor variação de rotação a cada mudança, o que beneficia tanto o desempenho (o motor é mantido mais tempo na faixa de maior potência) quanto o conforto (não ocorre aumento brusco de giros ao reduzir marchas).

Ao mesmo tempo, o câmbio pode ter a primeira marcha bem curta, para situações severas de uso — tráfego fora de estrada, saída com carga em subidas íngremes, tração de reboque —, e a oitava bastante longa, para menor rotação em viagem, o que se traduz em baixo ruído e maior economia de combustível.

No Amarok, além das posições habituais P (estacionamento), R (ré), N (ponto-morto) e D (direção normal), a alavanca de câmbio no console traz a posição S para o modo de uso esportivo, em que as trocas automáticas são feitas em rotações mais altas, tanto para melhorar o desempenho quanto para produzir mais freio-motor em declives, importante em um veículo destinado ao transporte de carga. Há ainda um canal à direita para mudanças manuais, subindo para frente e reduzindo para trás, dentro do padrão comum a toda a linha VW. Não foram previstos comandos no volante.

Seja com o novo câmbio ou com o manual de seis marchas que vem de série, o Amarok passa a contar com mais potência no motor a diesel de 2,0 litros dotado de dois turbocompressores: passou de 163 para 180 cv, por meio de alteração nos turbos e na central eletrônica de gerenciamento. O torque aumentou de 40,8 para 42,8 m.kgf, mas apenas na versão automática. Com isso, mesmo com a perda de eficiência inerente a essa caixa, a aceleração de 0 a 100 km/h ficou ainda mais rápida (em 10,9 segundos) que na antiga versão manual (11,1 s). A velocidade máxima caiu pouco, de 181 para 179 km/h, atingida em sétima marcha.

São dados que revelam um dinamismo inesperado para um veículo de mais de duas toneladas, capaz de carregar mais uma e de rebocar até 2.860 kg. O picape agora conta, em qualquer das versões, com um filtro de partículas que reduz o nível de emissões de material particulado, conforme requer a fase L6 do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores). Por conta disso é necessário usar óleo diesel do tipo S-50, que tem 90% menos enxofre e número de cetano superior ao convencional.

Ao volante   Rodamos mais de 150 quilômetros com o Amarok por diferentes tipos de estradas, incluindo uma íngreme subida de terra, sob forte e inesperada chuva. Ou seja, condições mais do que ideais para avaliar as principais mudanças e o comportamento no fora-de-estrada pesado. E pudemos atestar que a versão Highline (topo de linha) enfrenta qualquer terreno e será difícil ficar parado nos obstáculos.

A primeira boa impressão é pelo ótimo trabalho de isolamento acústico e absorção de vibrações. Ao rodar com o picape tem-se a nítida sensação de estar a bordo de um veículo a gasolina, com um nível de ruído incomum em motores a diesel. O contato com a versão S de cabine simples, porém, revelou ruído do motor bem mais alto pelo menor cuidado com tal isolamento. A segunda surpresa veio com a posição de dirigir, confortável e aliada ao volante de pequeno diâmetro, que acentua o ar de carro de passeio. Os cacoetes normais em picapes, como a traseira saltitante, praticamente não são notados.

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Data de publicação: 29/3/12

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