O desenho do Sandero, mais
inspirado e original, não lembra de qualquer ângulo o Logan em que se
baseou
As lanternas traseiras têm
formas ousadas; rodas de 15 pol e faróis de neblina vêm apenas na versão
Privilège |
Quando a Renault chegou ao Brasil, no inicio da década de 90, seus
planos eram ambiciosos: conquistar participação de destaque no mercado,
tendo ameaçado por algum tempo o quarto lugar da Ford. Com o tempo,
porém, a marca perdeu participação de mercado e sua linha se
desatualizou. A Renault teve de rever a gama de produtos.
O primeiro movimento para essa reviravolta foi dado com o Mégane,
seguido pela perua Grand Tour. Mas era no segundo passo que a Renault
realmente depositava suas fichas: o Logan e suas variações. O carro de
custo baixo da empresa, desenhado para mercados emergentes como Leste
Europeu e América Latina, tem no espaço interno, robustez e custo de
manutenção seus argumentos de venda. Embora o Logan já seja um sucesso
por aqui, a Renault percebeu que em alguns aspectos ele não agradou: o
desenho simples e algo antigo, o acabamento interno com o mínimo de
requinte. A marca então prestou atenção nessas reclamações e se mexeu. O
resultado pode ser visto no Sandero, a primeira variação sobre a
plataforma B0.
Com nome escolhido em computador, diz a Renault, e sem significado, o
Sandero é um dois-volumes que traz as qualidades do Logan, mas elimina
parte de seus pontos críticos. É espaçoso, aparentemente robusto e com
preços muito competitivos. Mas possui um desenho interessante, com
detalhes que agradam bastante, e um interior que — embora o painel tenha
o mesmo desenho do Logan — é mais elaborado. Há também um motor 1,6 de
potência intermediária, já aplicado ao sedã.
Ao ver o Sandero, é difícil perceber algum parentesco com o Logan. Na
parte exterior, a única peça em comum são os retrovisores, que são
os mesmos para os dois lados. A frente traz faróis de desenho
interessante, embora de refletor único, e luzes de direção no lugar
certo, na extremidade externa. O pára-choque dianteiro traz a identidade
da marca e o capô possui dois detalhes no centro, que formam um conjunto
harmonioso. As laterais ganharam um friso na parte inferior das portas e
um vinco em forma de arco. As colunas grossas transmitem robustez e a
traseira adota lanternas elaboradas, verticais, que deixam amplo espaço
para a tampa do porta-malas.
O compartimento é amplo para a categoria, 320 litros, e o banco traseiro
é bipartido 60/40 nas duas versões superiores. Uma ressalva é o estepe
no lado externo do carro, como em antigos modelos franceses, caso do
Clio de primeira geração. Esse tipo de fixação é alvo de reclamação,
pois o estepe fica vulnerável a furtos e efetuar sua calibração torna-se
difícil.
Continua |