Best Cars Web Site - Avaliação - S10 e Blazer Flexpower

Demorou mas saiu o motor 2,4-litros flexível em combustível para o picape S10 e o utilitário esporte Blazer. Com a novidade, toda a produção nacional da General Motors agora consiste de motores flexíveis, sempre que trate de ignição por centelha. A exceção seria o Celta 1,4-litro, mas a versão foi oficiosamente descontinuada pouco depois do início das vendas do Prisma, em novembro, e deverá voltar em breve com o motor flexível do sedã.

O ganho expressivo em potência deixou o S10
(acima) e o Blazer (no alto) mais interessantes

O S10 com motor 2,4, apenas em versão Advantage de cabine dupla, custa R$ 53.735 e chega a R$ 59.931 quando dotado de itens de conforto, conveniência e aspecto. Ar-condicionado e direção assistida hidráulica com volante regulável em altura vêm de série, enquanto controles elétricos (vidros, travas e retrovisores), alarme, rodas de alumínio e freios com sistema antitravamento (ABS) são opcionais. O Blazer, também Advantage, parte de R$ 60.489 e chega a R$ 67.438 com os mesmos itens. O consumidor comum não terá acesso ao S10 de cabine simples com o novo motor, em versão Colina, destinada a frotistas em geral e órgãos governamentais, assim como o Blazer Colina. As versões a diesel permanecem sem alteração.

O motor de 2,4 litros evoluiu bastante. De 128 cv a 4.800 rpm quando era só a gasolina, passou para nada menos que 141 cv a 5.200 rpm com este combustível e chegou a surpreendentes 147 cv à mesma rotação com álcool. Passa a ser o mais potente motor de duas válvulas por cilindro do mercado. Para comparação, o último Opala 4,1-litros a álcool tinha 135 cv. A única mudança básica foi nos pistões, cuja forma da cabeça propiciou elevação da taxa de compressão de 9,6:1 para 11,5:1.

Apenas o acabamento Advantage é vendido ao
consumidor comum; o Colina, só a frotistas

A maior taxa de compressão explica o aumento
de 10% em potência, mas o torque foi mantido

Como tem sido dito no Best Cars — em particular na coluna Do Banco do Motorista —, a chegada do motor flexível teve como efeito colateral positivo a melhoria dos motores no funcionamento a gasolina. Isso comprova que a indústria automobilística (em geral, não só a GM) poderia ter oferecido motores melhores e mais econômicos desde 1992, quando a gasolina brasileira adquiriu as características que tem hoje. Houve realmente acomodação da indústria nesse caso. O exemplo do novo 2,4 da GM fala por si só: 10% mais de potência.

Surpresa com o torque, que permaneceu igual, 21,9 m.kgf a 2.800 rpm (a 2.600 rpm antes) com qualquer dos combustíveis. Com gasolina o torque máximo é produzido de 2.400 a 3.200 rpm, mas quando há só álcool no tanque o valor máximo permanece até 4.400 rpm, o que explica os 6 cv a mais com álcool, apesar de o torque não ter aumentado. Se a fábrica justifica que um aumento era desnecessário, é fato conhecido na indústria que só se limita torque quando é imperativo, por questão de dimensionamento da transmissão.

O interior de ambos os modelos é simples, mas há
vários itens de conveniência como opcionais

Seja como for, o motor é bem adequado à finalidade de emprego. Pode ser usado em toda a faixa de rotação e proporciona a desenvoltura que se espera. O corte de rotação ocorre a 6.000 rpm, bem além da potência máxima (5.200 rpm), como deve ser. Com relação r/l desfavorável (0,34) e sem o uso de árvores de balanceamento — aplicadas só à versão de 16 válvulas do Vectra —, nota-se certa aspereza, mas não chega a incomodar. Por falar no Vectra, fica um tanto estranha a proximidade de potência (146 cv com gasolina e 150 com álcool) ao S10/Blazer, efeito da taxa de compressão baixa demais do sedã.