Os dotes de aceleração são mais do que suficientes: dados de fábrica informam 0 a 100 km/h em 12,8 s/11,5 s para S10 e 12,8 s/11,9 s para Blazer, sempre gasolina/álcool. A velocidade máxima é limitada a 150 km/h, com rotação correspondente de 4.570 rpm. A alegação é haver problema de vibração de cardã acima dessa velocidade, pelo fato de a peça ser inteiriça e não bipartida como em outros veículos. A fábrica informa consumo pouco maior para o Blazer (veja os números na tabela abaixo), em que os 60 kg a mais de peso contribuem.

A disposição do motor em baixas rotações
agrada e cai muito bem à proposta dos veículos

Outras mudanças   O novo 2,4 Flexpower incorpora acelerador com controle eletrônico da borboleta de aceleração, uma tendência mundial que tem o mérito de prover abertura de maneira correta, resultando em funcionamento mais suave do motor e economia de combustível. Outra novidade é o sistema de partida a frio com galeria de combustível dedicada, prevendo o sistema de aquecimento do álcool para partida a frio que o fornecedor Bosch desenvolveu e que poderá ser adotado dentro de um ano. Com o sistema, a injeção de gasolina e o pequeno reservatório para essa finalidade pertencerão ao passado.

O coletor de admissão agora é de plástico e otimiza o fluxo de ar para os cilindros, além de pesar menos. A melhor distribuição ajuda no funcionamento durante a fase fria, sobretudo sob temperatura abaixo de 18° C. O módulo de comando eletrônico é de nova geração, com maior capacidade (Bosch ME 7.9.9), e o catalisador está mais próximo do coletor de escapamento, para seu aquecimento mais rápido e menores emissões na fase fria.

O tanque de combustível precisou ser modificado para compatibilidade com o álcool e a área de filtragem junto à bomba submersa agora é maior. O S10 Advantage passa a poder vir equipado com o diferencial autobloqueante Track-Lock, antes só disponível com motor a diesel. Segundo a GM, o percentual de patinagem é limitado a 20% — acima disso, diz a fábrica, o veículo poderia exigir muita atenção e habilidade ao acelerar forte numa curva.

A GM chegou a um bom ajuste de suspensão, mas
o conforto no banco traseiro continua precário

Ao dirigir, não resta dúvida de que o resultado final da mudança é bem-vindo. Mesmo sem aumento do torque tem-se uma unidade "torcuda" ao comando do acelerador. A desenvoltura mesmo nas rotações mais baixas é notável. Dá também para viajar a 120 km/h com conforto, motor a 3.550 rpm. Como antes, a direção bem rápida torna fáceis as manobras como curvas de esquina apertadas e estacionamento, apesar do diâmetro mínimo de curva muito grande no S10 (12,9 metros), conseqüência do entreeixos de 3,12 m. O Blazer, com 2,718 m de distância entre eixos, é mais "normal" nesse aspecto, com 11,7 m de diâmetro mínimo.

Com a mudança, a GM passa a ser a primeira
fábrica com toda sua produção nacional flexível

O que se encontra num ótimo nível para a categoria de veículos é a rodagem, com boa calibração da suspensão. As modificações, todavia, já haviam sido introduzidas antes do motor flexível. Por outro lado, os dois modelos permanecem um tanto desconfortáveis para quem viaja no banco traseiro, por causa do assoalho alto em relação ao assento. E no Blazer o compartimento de bagagem de 435 litros é algo pequeno para o tipo de veículo.

O que a GM precisa corrigir é a dívida que ela tem com o consumidor desde que S10 e Blazer foram lançados, há 12 anos: os retrovisores externos trepidam. Poucas coisas incomodam mais, seja num automóvel ou num utilitário. E se for mexer nos espelhos, que aproveite e aumente um pouco a altura do espelho interno, pois o campo de reflexão é insuficiente para a área do vidro traseiro.

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