Opção sem propósito

Clique para ampliar a imagem

O Symbol Expression de oito válvulas, que vem complementar a
linha do novo sedã, deixa a questão se é realmente necessário

Texto e fotos: Gino Brasil

Clique para ampliar a imagem

Clique para ampliar a imagem

Clique para ampliar a imagem

O desenho mais atual e refinado esconde bem a origem do Symbol, que é um Clio de roupa nova; esta versão usa rodas de 14 pol com calotas

Qualquer empresa quer buscar ampla participação de mercado no ramo em que atua, e uma das maneiras para que isso aconteça é oferecer uma gama de produtos o mais abrangente possível. Na indústria automobilística, isso costuma significar a oferta de diferentes versões de acabamento e motorização. Não é diferente com a Renault, empresa que tenta a todo custo aumentar sua participação em nosso mercado. Muito desse caminho de conquista e, por que não, reconquista de espaço já foi conseguido com o Logan e com o Sandero, carros que apresentam bom resultado de vendas.

Mesmo com o lançamento desses modelos em segmento acima do ocupado pelo Clio, permaneceu uma lacuna de preço na linha da marca francesa, o que abriu espaço para o lançamento do Symbol em março passado. Essa reformulação visual para o conhecido Clio Sedan tem como proposta, justamente, ser o degrau àquele consumidor que sai do Logan e ainda não alcança o Mégane. Como um meio-termo entre esses sedãs, o Symbol se propõe a ser um carro mais luxuoso, equipado e requintado que o Logan, sem chegar ao tamanho e ao preço do Mégane. No lançamento ele foi apresentado com um bom pacote de equipamentos, um grande porta-malas de 506 litros e o motor de 1,6 litro e 16 válvulas, em versões de acabamento Expression e Privilège, esta mais luxuosa. No entanto, a Renault surpreendeu quando lançou no mês seguinte o mais simples deles também com o motor 1,6 de oito válvulas, que compõe a versão de entrada da gama. Será que vale a pena investir nele?

O Symbol, como se sabe, nada mais é do que o Clio Sedan com outra roupagem — aliás, uma roupa bem melhor. Seu desenho ficou não apenas mais moderno, mas sobretudo harmonioso, em particular na porção traseira, em que as lanternas formam um belo conjunto e lembram carros mais caros. A frente é a parte que mais divide opiniões. Como um todo, o Symbol agrada. Não é nenhum ícone de beleza, mas um carro inserido corretamente no contexto atual. O interior recebeu algumas melhorias em relação ao Clio, embora — novamente — ele seja apenas correto. Mesmo nessa versão mais simples, os bancos têm revestimento em tecido de boa qualidade, embora não seja o veludo do Privilège.

Os plásticos do painel e das portas são os mesmos da versão superior, o mesmo ocorrendo com o quadro de instrumentos, mas esta versão perde o computador de bordo. Outra falta percebida é o ar-condicionado com controle automático, mas aqui ele é operado por botões giratórios e cumpre bem sua função. Externamente há diferenças de acabamento que trazem um pouco mais de requinte à versão superior, caso das rodas de alumínio de 15 pol, que no Expression dão espaço a rodas de aço de 14 pol com calotas. A medida dos pneus é mantida do Expression de 16 válvulas, 175/65 R 14.

Andando com o Symbol tem-se a nítida sensação de dirigir um Clio. Todas as qualidades e defeitos do carro lançado em 1999 se mantêm no novo sedã, até mesmo o incômodo movimento da alavanca do câmbio em acelerações. É boa a disposição do motor de oito válvulas, que produz potência de 92 cv com gasolina e 95 cv com álcool, ante 110/115 cv do 16-válvulas. Em torque a diferença também é expressiva, com 13,7/14,1 m.kgf no oito-válvulas e 15,2/16 m.kgf no 16-válvulas, mas há o atenuante de que o motor menos potente atinge o ponto máximo a 2.850 rpm, bem antes das 3.750 rpm do mais forte. O oito-válvulas também pesa 50 kg a menos. Continua

Avaliações - Página principal - Escreva-nos - Envie por e-mail

Data de publicação: 29/9/09

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados