Custo, o grande inimigo

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Ao lado de um câmbio automático razoável, o Sandero Privilège
2012 tenta melhorar a aparência interna sem gastar muito

Texto e fotos: Fabrício Samahá

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Frente sem grade, lanternas retocadas: sem altos investimentos, a linha 2012 do Sandero ganha um aspecto mais integrado aos novos Renaults

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Suspensão com bom acerto, embora firme na traseira, e espaço para passageiros e bagagem acima da média da classe: atributos favoráveis

Quando se trata de atender à crescente preferência do consumidor brasileiro pelos câmbios que dispensam a troca manual de marchas e o uso do pedal de embreagem, as marcas francesas têm uma peculiaridade: oferecem, mesmo em seus carros compactos, caixas automáticas — e não as automatizadas que Fiat, Volkswagen e General Motors têm aplicado a modelos dessa categoria. Depois do Peugeot 207 e do Citroën C3, chega a vez de um câmbio automático para o Renault Sandero.

Ao menos nessa fase inicial, a opção está restrita ao acabamento Privilège, que tem seu preço básico elevado de R$ 40.400 para R$ 43.900 (aumento de R$ 3.500) com a adição do câmbio. O opcional custa um pouco mais que os automatizados da concorrência, mas é preciso considerar que apenas na versão Automatic — não deveria ser Automatique? — a Renault voltou a usar o motor de 1,6 litro e quatro válvulas por cilindro (também empregado no Sandero Stepway), enquanto o Privilège manual continua com o 1,6 de duas válvulas. Portanto, se descontados R$ 1.000 como um valor justo pela troca de motor, o câmbio em si sai por R$ 2.500. No restante, o conteúdo da versão é o mesmo.

A caixa usada no Sandero segue o padrão de outros modelos da marca (Fluence à parte), com quatro marchas e gerenciamento eletrônico do tipo autoadaptável, que escolhe entre diversos programas de funcionamento de acordo com a forma de dirigir do motorista e as condições de uso. Além da operação automática, pode ser feita a seleção manual de marchas pela alavanca no console: uma vez movida para a esquerda a partir da posição D, comanda-se a troca ascendente para frente e a redução para trás.

Em modo manual, trocas para cima continuam automáticas ao chegar ao limite de rotações, ao redor de 6.300 rpm, mas é possível usar grande parte do curso do acelerador sem provocar redução
boa medida da Renault para quem gosta de dirigir com economia. Só mesmo ao apertar o interruptor de fim de curso a redução é comandada, o que julgamos mais seguro em situações de emergência, em que uma aceleração rápida seja necessária. Também foi previsto o botão para o modo de inverno, útil em pisos de baixa aderência, pois faz o carro sair da imobilidade em segunda marcha.

E como o câmbio se comporta nessa nova aplicação? Não muito bem. Falta uma boa dose de refinamento à caixa, cujas trocas das marchas mais baixas são bem sentidas, até com alguns trancos. Além disso, pela calibração da central ou do acelerador com controle eletrônico, as respostas ao comando do pé direito são muito lentas em alguns casos. Também é possível notar nele a "síndrome de embreagem patinando" que havia chamado nossa atenção, anos atrás, na minivan Scénic com o mesmo motor e câmbio automático: em aceleração parcial o motor mantém uma rotação média, com ruído um constante e desagradável, e o carro não parece desenvolver nem faz a troca para cima, como se fosse um modelo manual com a embreagem gasta.

Ao menos em um aspecto, o Sandero mostrou-se melhor que outros Renaults avaliados: o câmbio sobe marchas com rapidez quando se alivia o acelerador, sem insistir em manter o motor em alta rotação — no Mégane, algumas vezes tivemos de efetuar a mudança manual após uma "esticada de marcha", diante da demora da troca automática. O que atenua a insatisfação com o câmbio automático do Sandero é o fato de que a concorrência direta está longe de ser melhor.

Os outros automáticos da categoria — 207 e C3 — usam uma caixa que produz o mesmo nível de trancos, ou mesmo mais, e também têm apenas quatro marchas. Já Gol, Fox, Palio e Punto oferecem câmbios automatizados que, apesar de ter cinco marchas e maior eficiência na transmissão de energia, ficam muito atrás de qualquer automático em termos de refinamento e suavidade. Em terra de cego... Contudo, se a opção pelo câmbio pode não trazer tanta satisfação, o motor que o acompanha é bastante bom
— e claramente superior ao de duas válvulas por cilindro, tanto em desempenho em alta rotação quanto em maciez de funcionamento. Continua

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Data de publicação: 17/9/11

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