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Com apenas 1,6 litro, mas repleto de tecnologia, o motor de 165 cv dá conta do recado, ajudado pela eficaz caixa automática de seis marchas

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Um ponto alto do 508 é a suspensão, que concilia rodar confortável a ótima estabilidade, com um fácil controle que surpreende na categoria


 
Ficha técnica
MOTOR - transversal, 4 cilindros em linha; duplo comando no cabeçote, 4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 77 x 85,8 mm. Cilindrada: 1.598 cm3. Taxa de compressão: 10,5:1. Injeção direta, turbocompressor e resfriador de ar. Potência máxima: 165 cv a 6.000 rpm. Torque máximo: 24,5 m.kgf a 1.400 rpm.
CÂMBIO - automático, 6 marchas; tração dianteira.
FREIOS - dianteiros a disco ventilado; traseiros a disco; antitravamento (ABS).
DIREÇÃO - de pinhão e cremalheira; assistência eletro-hidráulica.
SUSPENSÃO - dianteira, independente McPherson; traseira, independente, multibraço.
RODAS - 18 pol; pneus, 235/45 R 18.
DIMENSÕES - comprimento, 4,792 m; largura, 1,853 m; altura, 1,456 m; entre-eixos, 2,817 m; capacidade do tanque, 72 l; porta-malas, 473 l; peso, 1.410 kg.
DESEMPENHO - velocidade máxima, 220 km/h; aceleração de 0 a 100 km/h, 9,2 s.
Dados do fabricante; consumo não disponível

O conjunto mecânico mescla itens conhecidos na linha atual da empresa, como a caixa automática de seis marchas, a outros exclusivos, como a suspensão traseira independente multibraço (como já era no 407), um claro avanço sobre o eixo de torção do 408. Há ainda comodidades como a assistência de saída em rampa, que retém os freios por instantes ao liberar o pedal até que se acelere.

No lançamento à imprensa em Campos de Jordão, SP, foi possível dirigir o 508 em uma variedade de condições, como cidade e estrada com curvas de diferentes raios e sobre pisos bem e (muito) mal conservados. No uso urbano, as impressões esperadas de um sedã de seu padrão: suspensão macia e confortável, a ponto de mal se notar o baixo perfil dos pneus 235/45 R 18, e amplo isolamento de ruídos e vibrações. O motor responde de imediato, sem o retardo de ação do turbo que já foi comum nesse tipo de superalimentação, lembrando um aspirado de cilindrada 50% maior. As trocas de marcha são suaves, quase não percebidas.

Em estrada, os 165 cv mostram-se suficientes e deixam o Peugeot mais ágil que os quatro-cilindros aspirados da concorrência, embora sem rivalizar com os V6 disponíveis em sua faixa de preço ou mesmo com o turbo do Passat. Pode-se viajar em sexta marcha em rotação moderada e ainda contar com ampla reserva de potência mesmo sem efetuar reduções. Se é preciso — ou desejado — ver o conta-giros subir até as 6.000 rpm em que ocorre a troca de marcha, o motor ainda apresenta ruído contido e funcionamento isento de vibrações. Em refinamento, não fica nada a dever aos V6.

Tudo isso estava no cardápio que se esperava ver servido, pois um sedã de R$ 120 mil não pode decepcionar em aspectos de conforto. O que ficava por ver era como ele se comportaria em um trecho sinuoso, dirigido "com a faca entre os dentes".

E como foi? Melhor que as expectativas. Mesmo sem dispor de controle eletrônico de amortecimento como os antigos 407 V6 e 607, o 508 contorna curvas com perfeição e mostra grande controle de oscilações e da inclinação da carroceria. O comportamento subesterçante é discreto e de fácil correção. O controle eletrônico de estabilidade tem vida fácil, já que raramente precisa intervir, mesmo quando se adota ao volante uma atitude improvável para o motorista típico desse carro.

Como é hábito na marca, o câmbio oferece os modos de uso normal, esportivo e para pisos de baixa aderência. Em programa manual, trocas para cima permanecem automáticas no limite de rotação, mas reduções só são provocadas pelo uso total do acelerador, ou seja, permite-se o uso do método carga para eficiência ainda maior. Sobre os comandos de trocas manuais, uma ressalva: sua montagem na coluna pode deixá-los fora do alcance durante as curvas. Seria preferível usá-los no volante, como é quase universal hoje, embora não seja um pecado grave em um carro sem pretensões esportivas.

Tudo considerado, o 508 é mais um grande carro — não só um carro grande — para um segmento de mercado que ganha cada vez mais opções. Tem estilo, conveniências, desempenho satisfatório e acerto de suspensão dos melhores. Contudo, a marca francesa terá de enfrentar alguns obstáculos para seu êxito.

O primeiro é inerente à maioria dos fabricantes generalistas, com suas concessionárias tão acostumadas a vender e manter carros bem mais baratos e, por isso, nem sempre aptas a oferecer o que um consumidor de alto poder aquisitivo requer. O segundo é conceitual: ainda não são muitos os brasileiros que aceitam um motor de 1,6 litro em um carro desse padrão, embora a redução de cilindrada tenha chegado às marcas de alto prestígio — os Mercedes C 180, 200 e 250 são 1,8-litro turbo. Tal aceitação parece questão de tempo... ou de dirigir o carro e confirmar que não deve nada aos aspirados da faixa de 2,5 litros.

Por último, mas não menos importante, o preço: R$ 120 mil são muito para um carro com sua motorização e vindo de uma marca sem o prestígio de uma Mercedes, Audi ou BMW, que cobram pela imagem que conquistaram com méritos. Se confrontado aos sul-coreanos e aos demais concorrentes relacionados no começo da matéria, o 508 é um típico quatro-cilindros proposto ao preço de um V6. Uma redução para a faixa de R$ 100 mil faria toda a diferença e garantiria um lugar ao sol para esse belo francês.

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