Aventura longe da terra

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Sem alterações em pneus e suspensão, Livina X-Gear falha como
veículo de uso misto, mas se afasta da imagem "comportada"

Texto: Geraldo Tite Simões - Fotos: divulgação

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Grade, rodas, para-choques e molduras são exclusivos da versão, com revestimento em couro e "chave inteligente" no acabamento de topo

“Não tem cara de tiozão”. Parece que o mote do Nissan Sentra contaminou o departamento de marketing da empresa franco-japonesa, sócia da Renault. Agora é a vez de descaracterizar a minivan Livina do jeitão de “carro família careta”. Nessa empreitada usaram o mais óbvio dos truques: dar um aspecto “aventureiro”. Assim nasceu a X-Gear, disponível com opções de motores de 1,6 e 1,8 litro (ambos flexíveis e de 16 válvulas), câmbios manual e automático e acabamento básico e SL.

A versão básica com a unidade Renault de 1,6 litro, potência de 104 cv (gasolina) e 108 cv (álcool) e câmbio manual de cinco marchas tem preço sugerido de R$ 51.700. Seus equipamentos de série passam por ar-condicionado, bolsa inflável para motorista, direção assistida elétrica, vidros dianteiros e traseiros elétricos, volante com regulagem de altura, faróis de neblina e rodas de alumínio. Portanto, 10% a mais que a Livina convencional, que não traz os três últimos itens.

A SL 1,6, de R$ 57.900 e com motor e câmbio iguais, adiciona freios com sistema antitravamento ABS, distribuição eletrônica de pressão entre os eixos (EBD) e assistência adicional em emergência; bolsa inflável para o passageiro, trava das portas a distância, rádio/CD com MP3, bancos e volante revestidos em couro e encosto do banco traseiro bipartido 60/40. A SL 1,8 com caixa automática de quatro marchas (R$ 63.700) e potência de 125/126 cv acrescenta alarme e "chave inteligente", em que o destravamento das portas e a partida do motor podem ser feitos com a chave do bolso. Nestes casos o aumento sobre a Livina "careta" é de 12%, mas há adição do couro e, na automática, do sistema de chave.

É de se questionar que tipo de “aventura” os executivos de marketing das fábricas praticam. Se for algo tão emocionante quanto um radical passeio pela praia da Enseada, no Guarujá, litoral sul paulista, então podemos tratar vários desses projetos como “aventureiros”... Mas se o plano inclui estradas de terra, lama e subidas íngremes, alguns desses produtos terão de voltar às pranchetas.

Tudo começou com a Palio Adventure da Fiat, em 1999, com a proposta de oferecer um veículo mais alto, com pneus para uso misto e estilo diferenciado. A razoável aptidão desse carro para estradas de terra, atoleiros e lama fazia esperar que a Fiat caminhasse para uma versão com tração 4x4, mas ela nunca veio — apenas o bloqueio de diferencial Locker. No caso da Livina, assim como de outros produtos que vieram na poeira da linha Adventure (caso do Citroën C3 XTR e da Renault Scénic Sportway), a única diferença para as versões "de família" é de ordem estética. A suspensão é a mesma, assim como a distância livre do solo, os pneus, o motor e a transmissão. É mais ou menos como colocar um piercing e se achar um punk...

Realmente novo é o para-choque dianteiro, mais robusto. Há ainda uma grade cromada exclusiva, faróis de neblina de série, elementos nas cores preta e prata nos para-choques, rodas de alumínio de 15 pol com novo desenho, molduras na cor preta nas caixas de rodas e laterais inferiores, adesivos nas laterais traseiras e barras de teto. Segundo a Nissan, não houve alteração no coeficiente aerodinâmico (Cx) da Livina, 0,336. Em suma, o pacote X-Gear (que existe também em outros mercados, não sendo criação da Nissan brasileira) é uma maquiagem bem feita, reforçada por novas e alegres cores. Continua

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Data de publicação: 31/8/09

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