



Belas rodas e grade cromada dão
um ar refinado que o desenho em si não tem; versão básica traz rodas de
aço de menor diâmetro e calotas |
Nem hatch, nem sedã: uma minivan compacta — tipo de produto até então
ausente do leque da marca por aqui — é o primeiro carro de passeio
produzido no Brasil pela Nissan, em São José dos Pinhais, PR, depois do
utilitário esporte XTerra e de duas gerações do picape Frontier.
Trata-se da Livina, desenhada para mercados emergentes como África do
Sul, Vietnã, Taiwan, Malásia e Filipinas.
A intenção da marca japonesa é enfrentar minivans como Meriva e Idea,
hatches de teto alto como Fit e peruas como SpaceFox, modelos que afinal
concorrem em termos de proposta de uso e, até certo ponto, preço. E
preço é algo que a Nissan oferece, pois a Livina chega custando a partir
de R$ 46.690. São quatro opções: básica e SL (R$ 51.490) com motor de
1,6 litro e câmbio manual e os mesmos acabamentos com motor de 1,8
litro, vinculado a caixa automática de quatro marchas (R$ 50.690 a
básica, R$ 56.690 a SL).
Na versão de entrada são equipamentos de série travas, vidros e
retrovisores com comando elétrico, direção assistida elétrica,
ar-condicionado, bolsa inflável para o motorista, volante ajustável em
altura e repetidores laterais das luzes de direção. A SL acrescenta
freios com ABS (sistema antitravamento), EBD (distribuição
eletrônica da força de frenagem) e
assistência adicional em emergência; a bolsa inflável do passageiro
da frente, rodas de alumínio de 15 pol, faróis de neblina, revestimento
interno aveludado, trava das portas com controle remoto, seu travamento
automático em movimento, rádio/toca-CDs com leitura de MP3, banco
traseiro bipartido 60/40 e, no caso da versão automática, alarme.
A rede de concessionárias oferece acessórios como anexos aerodinâmicos,
sensores auxiliares de estacionamento
traseiros e toca-DVDs. A garantia de três anos é um atrativo no
segmento. Pela expectativa da Nissan, 35% das vendas deverão ser da
versão de entrada, 25% da básica 1,8 e 20% para cada uma das SL. O
índice de nacionalização chega a 70%.
O desenho da Livina é agradável, mas não impressiona muito. A grade
frontal algo congestionada, parecida com a do
crossover Murano, parece ostentar um
requinte que o carro não oferece. A traseira tem um ar algo superado e
sem inspiração, parecido com a versão anterior do Fit. O recurso
estético mais ousado, as colunas traseiras triangulares e espessas,
transmite solidez ao custo de um grande ponto cego na visibilidade do
motorista. Os mais atentos vão notar dois ressaltos na quinta porta, ao
fim do teto, que acomodam as dobradiças da tampa. Diante desse
improviso, impressiona a boa solução para o tanque de
gasolina da partida a frio, entre o capô e o parabrisa, o que dispensa
abrir o capô para abastecimento.
Medindo 4,18 metros de comprimento, 1,69 m de largura, 1,57 m de altura
e 2,60 m de distância entre eixos, a Livina é dos maiores entre os
concorrentes citados. Na mesma ordem, a Meriva tem 4,04/1,69/1,62/2,63
m; a Idea, 3,93/1,70/1,69/2,51 m; a SpaceFox, 4,18/1,66/1,57/2,46 m; e o
Fit, 3,90/1,69/1,53/2,50 m. Assim, a nova Nissan passa a agradar mais
quando se avalia o espaço interno. Os bancos dianteiros são apenas
razoáveis, mas acomodam bem. Já o traseiro, embora comporte melhor
apenas duas pessoas, permite que três viajem com relativo conforto. Há
bom espaço para as pernas e, sobretudo, para a cabeça de passageiros de
qualquer estatura.
Continua |