

O padrão retilíneo deixa o
ambiente interno antiquado, mas a tradição da marca está presente no
ótimo acabamento e boa posição de dirigir


O ajuste elétrico dos bancos
nas portas, excelente como de hábito, e o ar-condicionado de três zonas,
cujos comandos estão baixos demais
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As
linhas da carroceria são tão retas que o capô praticamente não tem
inclinação em relação à linha de cintura, formando um pequeno ângulo
como o para-brisa, ao contrário do usual nos últimos anos. Essa linha
reta traçada pelo capô define a linha de cintura do GLK e faz uma
divisão clara entre a parte superior e a inferior. Ainda na lateral se
destacam as belas rodas de alumínio de 19 pol. Dentro da proposta de
linhas retas, o veículo inteiro segue esse padrão, até em detalhes de
desenho como bagageiro, entradas de ar no para-choque, saídas de
escapamento e luzes de neblina. A única ressalva fica para as maçanetas
das portas e os locais onde estão instaladas, que são arredondados e
destoam do conjunto.
Internamente, o acabamento refinado típico dos Mercedes está presente. O
cheiro do couro domina a cabine, o carpete alto se faz presente em todo
o piso e chama atenção a qualidade dos materiais. Os plásticos têm
encaixe perfeito e textura muito agradável ao tato, sem esquecer a
disposição dos comandos que, com ressalvas, estão bem localizados e têm
leitura e compreensão muito fácil. Os apliques cromados e de metal fosco
vêm em locais e quantidade corretos, demonstrando o bom gosto com que o
carro foi decorado.
As linhas retas proliferam ainda mais no interior, só que não produzem o
mesmo efeito que no exterior: o aspecto geral do painel parece antigo. O
desenho dos difusores de ar, por exemplo, é simples para um carro desse
nível. O quadro de instrumentos é bem legível e conta com computador de
bordo em posição exemplar, no centro do velocímetro, mas o conjunto é
envolto por um painel de desenho reto demais, assim como o mostrador
multifunção na área central do painel, que tem seu comando pelo “mouse” no console
central, logo à frente do apoio de braço.
O GLK acomoda quatro pessoas com conforto. O quinto ocupante senta-se
bem, com espaço de pernas e ombros adequado, mas o túnel de transmissão
no assoalho atrapalha bastante a acomodação das pernas. O compartimento
de bagagem é apenas razoável (450 litros), mesmo com a ajuda do estepe
compacto, que vem vazio e deve ser inflado no momento do uso por um
compressor que acompanha o carro. O ar-condicionado tem três zonas para
motorista, passageiro ao lado e passageiros do banco traseiro, que têm a
opção de escolher a velocidade e a temperatura independentes dos demais,
mas os comandos poderiam estar em posição um pouco mais alta.
Outro senão, talvez o que mais incomoda, é a posição da alavanca de
acionamento das luzes de direção e que, como habitual na marca, também
comanda o limpador de para-brisa. Quando ela está desligada, não fica ao
alcance dos dedos e logo atrás do raio do volante, pois está bem abaixo
dessa região. Para piorar a situação, os comandos de
controlador e limitador de velocidade —
agrupados em uma alavanca como é praxe nos Mercedes — ficam bem nessa
linha, levando o motorista a acioná-los sem querer quando pretende
sinalizar uma mudança de pista, por exemplo. É algo que deveria ser
revisto.
Tais falhas ofuscam pouco a boa posição de dirigir, que conta com amplos
recursos de regulagens elétricas e três memórias. Os bancos são
confortáveis e ajustados com facilidade, assim como o volante que conta
com regulagem de altura e distância. Em conjunto com os bons
retrovisores externos (o esquerdo também é
fotocrômico, assim como o interno), o motorista se instala com
conforto e segurança no carro. Destaques à boa visibilidade, ao quadro
de instrumentos muito claro e ao computador de bordo simples e intuitivo de operar, com comandos no
volante — e que informa consumo em km/l se desejado, o que não acontece
com alguns carros nacionais. Pelo visor no centro do velocímetro também se
ajusta a programação das funções do computador e do carro em geral.
Continua |