O desenho ousado, que
permanece um dos atrativos do Sportage, teve alterados apenas os
faróis: algumas versões trazem leds de luz diurna
Com boa dotação de itens de
conforto e segurança, esse Kia está mais potente, mas falta disposição
ao motor em rotações baixas e médias |
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MOTOR
- transversal, 4 cilindros em linha; duplo comando no cabeçote,
4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 86 x 86 mm.
Cilindrada: 1.998 cm3. Taxa de compressão: 12,5:1. Injeção
multiponto sequencial. Potência máxima: 169 cv (gas.) e 178 cv (álc.) a 6.200 rpm.
Torque máximo: 20,0 m.kgf (gas.) e 21,4 m.kgf (álc.) a 4.700 rpm. |
CÂMBIO
- automático, 6 marchas; tração dianteira. |
FREIOS
- dianteiros a disco ventilado; traseiros a disco; antitravamento
(ABS). |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência elétrica. |
SUSPENSÃO
- dianteira, independente McPherson; traseira, independente,
multibraço. |
RODAS
- 7 x 18 pol; pneus, 235/55 R 18. |
DIMENSÕES
- comprimento, 4,445 m; largura, 1,855 m; altura, 1,635 m;
entre-eixos, 2,64 m; capacidade do tanque, 58 l; porta-malas,
740 l (até o teto); peso, 1.417 kg. |
Dados do fabricante; desempenho e consumo não disponíveis |
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Na atual conjuntura, só no estado de Goiás o uso do álcool é vantajoso
em relação ao da gasolina. Mesmo assim o mercado continua a pedir veículos flexíveis,
o que leva fabricantes e importadores a investir na oferta de produtos que usem os dois
combustíveis, mesmo que o usuário acabe por abastecer apenas com gasolina.
Coisas de Brasil...
Como a isca deve agradar ao peixe e não ao pescador, a Kia já vinha oferecendo o
Soul e o Picanto com motor flexível e agora lança o mesmo recurso para o
Sportage 2012, que traz ainda novo câmbio manual de seis marchas. Os preços
variam de R$ 90,9 mil a R$ 114,6 mil conforme a extensa lista de opcionais.
A versão de entrada, P.525, vem com câmbio manual, bolsas infláveis frontais,
encostos de cabeça ativos na frente, freios com sistema antitravamento (ABS) e
distribuição eletrônica entre os eixos, ar-condicionado manual, rádio/CD/MP3 com
controles no volante e rodas de 18 pol por R$ 90,9 mil. O mesmo pacote,
acrescido de caixa automática de seis marchas com opção de trocas sequenciais
(P.575), sai por R$ 95,4 mil.
O P.586 adiciona controle eletrônico de estabilidade, ar-condicionado
automático de duas zonas, banco do motorista com ajuste elétrico, botão de
partida do motor com reconhecimento da chave, computador de bordo,
controlador de velocidade, câmera de ré retrovisor interno
fotocrômico, revestimento de couro nos bancos e luz diurna por
leds a R$ 109,3
mil. O P.587 vem ainda com teto solar panorâmico de controle elétrico, bolsas
infláveis laterais e cortinas infláveis ao preço de R$ 114,6 mil. Existe ainda o
P.685, dotado de tração integral e os mesmos conteúdos do P.586, por R$
113,4 mil.
A conversão do motor, desenvolvida na Coreia do Sul sob orientação dos
engenheiros do Brasil, incluiu aumento da taxa de compressão de 10,5:1 para
12,5:1 — os sul-coreanos vêm dando aula a alguns colegas de fábricas
locais, que insistem em ineficientes motores com taxa baixa demais para o álcool.
Com isso, a potência subiu de 166 cv para 169 cv com gasolina e
178 cv com álcool. São nada menos que 89 cv/litro, potência
específica das mais altas já vistas em motores de
aspiração natural de carros
não esportivos. O torque máximo, que se apresenta a altas 4.700 rpm, variou de
20,1 m.kgf (motor antigo) para 20 m.kgf (gasolina) e 21,4 m.kgf (álcool).
Um breve percurso em São Paulo, SP, foi onde a imprensa pôde avaliar o Sportage
Flex. O que se destaca no propulsor não é só a elevada potência, mas também o
funcionamento suave e silencioso. Na estrada essa característica se traduz em baixo nível de
ruído — a 120 km/h o conta-giros registra meras 2.600 rpm —, mas o motor é pouco
elástico nas retomadas, sempre requerendo uma redução de marcha da caixa
automática para entregar potência em uma subida ou ultrapassagem. Aceitável para
um motor de 2,0 litros que precisa empurrar um carro de mais de 1.400 kg.
O desenho não mudou muito, mas ganhou alguns itens típicos do projetista alemão
Peter Schreyer (ex-Audi), como as faixas de leds nos faróis que atuam como luzes
diurnas. Na tendência atual, o Sportage tem a linha de cintura bem alta,
sobrando uma área envidraçada até pequena para um carro de seu porte. O conforto
é garantido por bons bancos de couro com múltiplas regulagens, mas o volante só
tem ajuste de altura, o que merece revisão. Outra falha: o ar-condicionado de
duas zonas não inclui saídas para os passageiros do banco traseiro, que desfrutam
bom espaço para as pernas e a cabeça.
Claro que não se pode esperar um desempenho brilhante nas estradas sinuosas, em
função do grande vão livre do solo (172 mm) e da altura total (1,645 m), mas o
Sportage mostra bom acerto de suspensão e um rodar confortável. Poderia ser
revista a medida de pneus: o perfil 55 é muito baixo para um veículo que se
propõe a rodar em qualquer terreno. De resto, valem as observações feitas na
avaliação inicial do utilitário, em abril
passado.
A Kia, enquanto comemora um grande crescimento nos dois últimos anos no mercado nacional,
enfrenta o obstáculo do aumento do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI), que não afeta alguns concorrentes locais e (ainda)
mexicanos. Por enquanto o Sportage sofreu pequena elevação de preços — a empresa
vai analisar o mercado antes de fazer novos repasses — e chega com a vantagem do
motor flexível, ainda que ela pouco represente em termos de custo de rodagem.
Com isso, a projeção de vendas para 2012 é de 14.200 unidades, 15% a mais do que
a registrada em 2011. |