O projetista da Kia ousou no
modelo: linha de cintura alta, traços fortes e a frente característica
da marca formam um estilo que se destaca |
Mais até que outros modelos da Kia, o utilitário esporte compacto
Sportage beneficiou-se muito da nova fase de estilo da marca
sul-coreana, a cargo do projetista alemão Peter Schreyer (ex-Audi). Um
tanto tímido na geração inicial lançada em 1993 e ainda sem grandes
destaques na segunda, de 2004, o Sportage chega à terceira edição com
linhas muito modernas e atraentes.
Não só o desenho foi refeito: o carro é todo novo, a começar pelas
dimensões. Ficou 90 mm mais longo, 15 mm mais largo e 60 mm mais baixo,
o que lhe conferiu um aspecto mais esportivo e menos utilitário. No
estilo elegante, inspirado no do carro-conceito Kue de 2007, a frente
agora tem os mesmos traços de toda a linha Kia, que remete a um tigre em
pleno ataque, segundo a marca. Os faróis baixos usam refletor
elipsoidal.
Também chamam atenção a linha de cintura muito alta, que deixa os vidros
laterais com perfil bem baixo; as colunas traseiras largas, para
sensação de robustez; e as lanternas grandes e elevadas. O
coeficiente aerodinâmico (Cx) melhorou de
0,40 do anterior para 0,37, marca apenas regular para o tipo de veículo,
e houve redução de peso ao redor de 90 kg
—
boa notícia em um tempo de carros cada vez mais pesados para atender a
novas normas de segurança.
Entrar no Sportage está mais fácil com o rebaixamento da soleira da
porta e dos bancos em cerca de 30 mm, comparado à segunda geração. Ali
dentro, sem chegar a ser luxuoso, o modelo tem desenho agradável no
painel e transmite certa esportividade nas formas. Os dois tetos
solares, opcionais, compensam as janelas estreitas e deixam o ambiente
claro e iluminado quando se deseja.
Há bom conforto nos bancos dianteiros com múltiplas regulagens,
revestidos de couro como o volante. Para quem vai na frente o ajuste do
ar-condicionado é individual. Já atrás, desfruta-se um amplo espaço, mas
o passageiro tem uma área pequena de janelas que traz sensação de
clausura. A tampa do porta-malas tem abertura simples e uma providencial
alavanca na moldura para facilitar o fechamento. Com o banco traseiro na
posição normal podem-se carregar 740 litros, que aumentam para 1.547
litros com o banco rebatido.
Nos mercados europeus o Sportage oferece seis motores, sendo quatro a
diesel, que não podem equipá-lo aqui por causa da legislação (apenas a
primeira geração teve essa versão, pois contava com caixa de redução),
em uma gama que vai de 115 a 166 cv. Só esse último está disponível por
aqui: o de 2,0 litros e 16 válvulas, com bloco e cabeçote de alumínio e
variação contínua do tempo de válvulas
de admissão e escapamento, igual ao do "primo"
IX35 vendido pela empresa sócia
Hyundai.
A caixa de câmbio automática de seis marchas, que só não equipa a versão
de entrada (saiba mais adiante), oferece a opção de trocas
manuais e vem com controle de ponto-morto,
boa medida de economia de combustível. Na configuração dotada de tração
integral, as rodas motrizes continuam a ser as dianteiras em condições
normais de aderência, mas parte do torque segue para as traseiras quando
aquelas perdem tração. O motorista pode ainda bloquear a repartição
entre os eixos, por igual, por meio de um botão. Outra novidade é a
assistência elétrica da direção, que segundo a fábrica poupa até 3,5% em
combustível.
Continua |