



Na avaliação em autódromo,
boas impressões com a estabilidade e os motores e a sensação inicial de
que melhorou o conforto de rodagem |
Como
anda
A apresentação do novo Fit para a imprensa se deu no autódromo
particular dentro da Fazenda Capuava, em Vinhedo, SP, dos herdeiros do
empresário Alcides Diniz, falecido há dois anos. O local tem sido
bastante usado pelas fábricas para essa finalidade, embora não seja o
ideal do ponto de vista de avaliar um veículo na condição de uso nas
vias públicas. Mas dá para analisar bem o comportamento e observar os
ruídos em marcha.
Todas as versões exibem alta qualidade de rodagem e, pelo que pudemos
perceber, foi finalmente corrigido o excesso de carga dos amortecedores,
deixando o carro com o nível de conforto esperado. Mas só o rodar em
ruas e estradas permitirá melhor conclusão sobre esse importante
aspecto. As qualidades dinâmicas são próprias de nosso tempo, em que
dificilmente o motorista se meterá em apuros ao exagerar na velocidade
de curva.
Mesmo com acompanhante e um passageiro atrás, a traseira mostra-se
pregada no chão em todas as situações, o que permite antever que mesmo
com carga total isso não mude. Exageros são absorvidos por saídas de
frente contidas, logo controladas aliviando o acelerador. A combinação
de suspensão dianteira McPherson e traseira por eixo de torção,
dominante no segmento, é adequada e a assistência elétrica de direção,
regressiva sensível à velocidade, agora a deixa bem leve em baixa.
O peso vai de 1.080 kg na versão LX 1,35 manual a 1.141 kg na EXL com
caixa automática. Isso representa a boa relação peso-potência de 10,8
kg/cv no primeiro e 9,8 kg/cv no outro. Bloco e cabeçote de alumínio nos
dois motores, fundidos no Brasil, contribuem para o peso contido. Como
resultado, acelerações e retomadas satisfazem, ajudadas pela tecnologia
i-VTEC da Honda que promove sobretudo elasticidade. O corte de rotação
nos dois motores é a 6.500 rpm. Lamenta-se que a Honda continue a omitir
informações de desempenho e consumo.
Os sistemas i-VTEC do Fit, que comandam apenas as válvulas de admissão,
diferem entre si. No motor 1,35-litro uma das válvulas (a "mansa") quase
não abre em baixa rotação, enquanto no 1,5 elas abrem juntas. Aliás, a
variedade de combinações i-VTEC da Honda impressiona, uma para cada
aplicação. No motor maior a passagem de "manso" para "bravo" é mais
notada e ocorre a 4.000 rpm. Só para lembrar, VTEC é sigla de controle
eletrônico de duração de abertura e levantamento de válvulas em inglês,
uma patente Honda, combinado com o "i", a "inteligência" do
coletor de admissão variável.
As borboletas de troca de marcha acompanham o movimento do volante e, no modo manual, não ocorre troca ascendente
automática no limite de giros, como se fosse um câmbio manual de fato.
Por tudo, o novo Fit ficou mesmo melhor e — o que já não é freqüente na
categoria — está plenamente atualizado com os mercados de vanguarda. O rol de potenciais concorrentes
vai de hatches compactos como Punto, Polo e C3 a minivans como
Idea, Meriva e Scénic, sem esquecer hatches médios como
Focus e 307. Mas, se o preço não atrapalhar, ele agora tem fortes atributos para ser o escolhido —
até os três anos de garantia. Continua |