Frutos verdes e proibidos

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Um rápido contato com o esportivo CR-Z e o comportado Insight,
híbridos que a Honda ainda não tem previsão de vender aqui

Texto: Geraldo Tite Simões - Fotos: divulgação

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Inspirado no CRX dos anos 80, o esportivo CR-Z tem desenho criativo e desempenho que surpreende, com torque máximo presente a 1.500 rpm

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O interior segue a linha moderna e traz seleção entre três modos de uso do sistema híbrido, em que o motor elétrico acrescenta 14 cv e 8 m.kgf

Treze anos depois do lançamento do Toyota Prius no Japão, os carros com propulsão híbrida começam a chegar ao mercado brasileiro. O primeiro foi o Mercedes-Benz S 400 Hybrid, em junho passado; e o segundo, o Ford Fusion Hybrid, está por ser apresentado. Enquanto isso, a Honda — que foi a primeira a lançar esse tipo de carro nos Estados Unidos, com o Insight de dois lugares, em 1999 — mostrou dois modelos no Salão de São Paulo e, no novo autódromo ECPA, em Piracicaba, SP, colocou os carros à disposição dos jornalistas.

O Insight (pronuncia-se "insait") de nova geração, agora um hatchback de cinco portas e cinco lugares, e o CR-Z, um cupê esporte com três portas e 2+2 lugares, são novidades no exterior, onde foram apresentados em 2009 — ambos precedidos por versões de conceito. Além deles, a Honda fabrica versões híbridas do Fit (Jazz), do Civic e do Accord. Contudo, esses modelos não têm prazo para entrar em nosso mercado. Segundo a empresa, ainda é preciso avaliar se haverá incentivos fiscais aos carros híbridos, baseados em sua redução de emissão de CO2 (gás carbônico) de 50 a 70%.

Os sistemas da Honda — assim como o do S 400 — são considerados híbridos paralelos leves: o motor elétrico atua apenas como auxílio ao motor a combustão, em acelerações com maior demanda de potência, e na função de parada/partida automática do motor a gasolina. No Prius e no Fusion, pela maior capacidade da unidade elétrica, o veiculo pode rodar com apenas esse motor funcionando ou com uma divisão de esforços entre os dois motores mais próxima de 50:50, sendo então chamados de híbridos em série-paralelos. O outro extremo, híbrido em série, é como se denominam carros como o projeto original do Chevrolet Volt, em que o motor a combustão destinava-se apenas a recarregar as baterias (na versão de produção ele move o carro).

Nossa primeira curiosidade era com relação ao desempenho. Na palestra o engenheiro Alfredo Guedes explicou que o CR-Z é equipado com motor de 1,5 litro e 16 válvulas, com comando variável iVTEC, mas com o auxílio do motor elétrico passaria a equivaler a um 1,8 ou mesmo 2,0-litros. Os números pareciam confirmar: se a potência combinada dos motores é de medianos 124 cv, o torque máximo de 17,6 m.kgf, similar ao do Civic 1,8, aparece já a 1.000 rpm! O motor elétrico responde por apenas 14 cv, mas por expressivos 8 m.kgf, entregues em toda a faixa de rotações. As baterias são de hidreto metálico de níquel.

No lado esquerdo do painel estão três botões com as inscrições Normal, Econ e Sport: são modos para o mapeamento eletrônico do sistema híbrido e que afetam também acelerador, assistência de direção e até ar-condicionado. Conforme a seleção, altera-se a cor da iluminação do velocímetro — azul em Econ e Normal, passando a verde quando se dirige com baixo consumo, e vermelho em Sport.

Na posição Normal percebe-se um rendimento equivalente ao de um motor maior, mas nada muito surpreendente. Já na posição Econ a prioridade é a redução do consumo e de emissões: o mapeamento deixa o carro algo "amarrado". Até que chegou a vez de experimentar o modo Sport e, aí sim, fomos surpreendidos pelo desempenho, compatível com um motor de cilindrada superior ou com turbocompressor. As retomadas de velocidade são bem rápidas e nota-se pelas costas presas ao banco que o torque se apresenta muito cedo. Nesse modo percebe-se também o maior peso da direção.

Outro recurso que queríamos provar era o sistema de desligamento automático do motor quando o carro para de rodar. Nossa dúvida era se o acionamento do motor seria tão rápido ao se soltar o pé do freio, antes mesmo de chegar ao acelerador. Dito e feito: tanto no CR-Z quanto no Insight, depois que o motor "apaga", basta tirar o pé do pedal do freio que ele volta a funcionar, rápida e discretamente.

Esse sistema na verdade não desliga o motor, que continua a movimentar o virabrequim e o comando de válvulas. O que se desliga é o acionamento das válvulas (o comando desacopla os balancins). Em vez de mistura, dentro dos cilindros entra apenas ar. Enquanto um par de pistões sobe, empurra o ar, que depois de comprimido volta e empurra os outros dois pistões. Continua

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Conforme o programa selecionado, muda a iluminação do velocímetro; o CR-Z tem dois lugares amplos e dois para crianças ou pequenos trajetos

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Data de publicação: 16/11/10

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