

Como no CR-Z, as baterias
alimentam um pequeno motor elétrico, que pode mover o carro por
instantes; o câmbio é CVT, de variação contínua


O bem-acabado interior do
Insight lembra o do Civic no todo e também em detalhes como o painel,
com o velocímetro visto acima do volante |
No
Insight a proposta é outra: eficiência, economia e baixas emissões em um
cinco-portas confortável, sem abrir mão de bom desempenho
Para entender como isso funciona, basta usar uma seringa de injeção (sem
agulha!). Cubra o buraco da agulha e empurre o êmbolo: ele comprime-se
até encontrar uma resistência e depois tenta voltar. Esse princípio faz
mover o virabrequim, mesmo sem que o carro esteja rodando.
Dos demais aspectos do CR-Z vale destacar o belo desenho — inspirado de
certa forma no CRX dos anos 80, um
cupê compacto derivado do Civic —, mas que exige atenção por causa dos
vários pontos-cegos. Como habitual em esportivos, as colunas traseiras
são largas; por outro lado, a solução de um complemento vertical ao
vidro de trás é válida. Ele é oferecido com câmbio manual de seis
marchas e com um automático por variação
contínua (CVT). A versão de topo traz itens como seis bolsas
infláveis (frontais, laterais e cortinas),
controle de estabilidade, ar-condicionado automático, teto
envidraçado, faróis de xenônio e sistema
de áudio com falante de subgraves.
Desafio da emissão zero
Depois foi a vez do Insight. Este hatch médio já não mostra temperamento
esportivo, com motor de 1,35 litro dotado de comando variável iVTEC,
oito válvulas e caixa CVT, que pode simular seis marchas em modo de
trocas manuais por meio de "borboletas" no volante. Ponto a se destacar
é a rapidez nas trocas desse sistema, mesmo nas reduções. Embora a
potência seja modesta, 99 cv, o torque quase empata o do CR-Z (17 m.kgf)
e também aparece desde 1.000 rpm.
No Insight a curiosidade maior era vencer o desafio da emissão zero. De
acordo com quanto o motorista usa do curso do acelerador, da inclinação
do terreno e da velocidade, pode-se rodar com o motor a combustão
desligado por alguns segundos. É muito difícil, mas conseguimos algumas
vezes, com a velocidade entre 30 e 40 km/h. Os vários gráficos do painel
mostram quando o motor a combustão parou de funcionar.
Ao manter velocidades de cruzeiro, como entre 100 e 120 km/h, o motor
elétrico desliga e apenas a unidade a combustão passa a funcionar, pois
é uma condição na qual o motor a gasolina consome pouco. Mas basta o
motorista afundar o pé no acelerador para o elétrico voltar a funcionar
e dar sua contribuição ao desempenho. Esse sistema funciona em dois
modos de direção: Econ, mais econômico, em que o carro fica um pouco
mais "comportado" e o motor a combustão perde o equivalente a 4% de
potência; e Normal.
Chamam atenção os pneus estreitos e altos para o padrão atual, para
promover menos arrasto por atrito e reduzir o esforço do motor, o que
não impede o Insight de fazer boas curvas. O interior tem acabamento
cuidadoso e bom espaço. No painel, cuja disposição lembra a do Civic
pelo velocímetro digital visto por cima do volante, um instrumento à
esquerda aponta se o motor elétrico está fornecendo potência (asst)
ou se as baterias estão sendo recarregadas pelos freios regenerativos (chrg),
Como a vida é como uma bateria — tem sempre o lado positivo e o negativo
—, o sistema híbrido da Honda ainda tem nas baterias o maior custo, que
representa cerca de 30% do valor total do carro. Leva alguns anos para o
maior preço se compensar pela economia de combustível, mas há sempre a
satisfação de contribuir para menores emissões de CO2, o gás que muitos
alegam colaborar para o aquecimento do planeta. |