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O interior da versão básica do Gol, muito simples no desenho e nos materiais, chega a contrastar com o estilo mais refinado da carroceria

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Amplo conta-giros, computador de bordo, sistema de configuração e detalhes de acabamento tornam o Power e o Trend mais agradáveis

A traseira ficou interessante. As lanternas têm um formato retilíneo inspirado nas do primeiro Gol. Na parte superior da tampa há um defletor de ar, que pode ser equipado com luzes auxiliares de freio. O vidro não tem moldura, como é praxe nos modelos VW, e termina nas colunas para obter sensação de amplitude. Deveria ser melhor o vão de abertura da tampa, cuja base elevada dificulta a colocação da bagagem.

No geral, o resultado do desenho é muito bom, deixando o Gol bonito e contemporâneo. O conjunto transmite a sensação de robustez e durabilidade, como pretendia a VW. O desenho sofisticado da carroceria não se repete por dentro, porém. Poderia haver um pouco mais de requinte no revestimento do painel e no desenho do console central, como acontece com o Palio, por exemplo. Em comparação com Gols anteriores, pode-se dizer que este interior é superior ao do último — o erroneamente chamado Geração 4 —, mas ainda inferior ao do "Geração 3". Neste a parte superior do painel era feita em material emborrachado e os painéis de porta vinham mais elaborados, com local para a trava bem definido e acabado. No novo Gol este local é somente um furo por onde o pino passa.

O painel ganhou instrumentos de boa visualização e com disposição correta, bem superior ao do Fox e ao do Gol anterior. Volta a existir indicador de temperatura do motor e, exceto na versão básica, há um amplo conta-giros ao lado do velocímetro, em vez do modelo diminuto usado naqueles modelos. Surge ainda a opção do I-System, um computador de bordo que atua também como configurador de funções: além de mostrar as funções habituais, permite programar abertura das portas, controle elétrico dos vidros e alertas de manutenção e de excesso de velocidade.

É verdade que a VW tentou trazer algum requinte para dentro do carro, como o anel cromado que circunda a alavanca de câmbio e as maçanetas com pintura cromada, itens das versões Power e Trend. Na Power a parte superior do painel tem pintura diferenciada em um tom de azul, mas o das versões básica e Trend, em cor única, nos pareceu mais harmonioso. Há ainda no Power os comandos de ventilação e ar-condicionado, de aspecto tão bom que chega a destoar do restante do painel. A visualização do botão que aciona o ar-condicionado é um pouco dificultada por sua posição.

A posição de dirigir melhorou muito, pois volante, banco e pedais estão mais alinhados, sem os desajustes bem conhecidos do Gol. Deveria evoluir a regulagem de altura do banco da versão básica, que afeta apenas a inclinação do assento. Por outro lado, o Power traz volante ajustável em altura e distância, inédito no modelo. No banco traseiro o espaço está na média da categoria, longe do que o Fox oferece, mas sem comprometer. Quatro adultos de média estatura viajam bem como antes.

Os controles elétricos dos vidros estão nas portas, com repetição dos traseiros no painel. Pena que os vidros de trás já não desçam por inteiro, como antes, apesar da pequena janela fixa na parte posterior. Os difusores de ar circulares, como no anterior, cumprem seu papel. No mais, há tecidos diferenciados no Power e no Trend e tudo segue uma receita mais frugal, típica de carro de entrada, embora esta tendência seja menor no Power. A capacidade do porta-malas não mudou, 285 litros.

Nova suspensão   Uma das preocupações da VW com a nova plataforma era com a rigidez torcional da carroceria. Embora já tivesse sido testada em outros dois modelos, a questão ficou em aberto porque o Gol não usa — para redução de custos — o mesmo processo de solda a laser do Polo. Continua

Terceira, não quinta
Depois de nove anos lendo e ouvindo "Geração 3" e "Geração 4", seja na publicidade da Volkswagen ou na maior parte da imprensa, é possível que o leitor estranhe o Best Cars chamar o novo Gol de terceira geração. Afinal, dentro dessa contagem, esta já seria a quinta.

Ocorre que uma nova geração é algo mais do que considera a VW: requer ao menos uma carroceria toda nova, como se viu uma única vez no Gol, no lançamento do modelo "bolinha" em 1994. Todas as outras reestilizações por que o Gol passou (tanto na primeira geração, em 1986 e 1990, quanto na segunda, em 1999 e 2005) são apenas isso: reestilizações.
Para efeito de contagem de gerações, portanto, o Gol ainda estava na segunda. Terceira, só agora.

O curioso nessa questão é que, talvez por ter ela mesma desgastado o termo "geração", dando-lhe conotação de pequena mudança estética — no que foi acompanhada por marcas como General Motors e Peugeot —, a VW não falou em nova geração desta vez. Apresentou o carro apenas como novo Gol. Resta saber como será feita a contagem daqui para frente.

Fabrício Samahá

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